PROJETO DE LEI
Terreiro de candomblé pode receber reconhecimento histórico da Alba
Deputado baiano apresentou um projeto de lei focado no terreiro
Por Edvaldo Sales

O terreiro de candomblé Ilê Alaketu Asè Ayrá Igbona, localizado em Coração de Maria, a cerca de 110 km de Salvador, pode receber reconhecimento histórico da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Isso porque o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) apresentou um projeto de lei com o objetivo de declarar utilidade pública à organização religiosa.
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A justificativa apresentada pelo parlamentar destaca que o terreiro é uma entidade sem fins lucrativos, com diversos objetivos estatutários, como: realizar eventos religiosos, fazer prevalecer a cultura afrodescendente, promover a convivência social e religiosa, organizar eventos culturais, palestras, feiras e festivais com temas religiosos, garantir os direitos dos associados junto ao Poder Público, valorizar as manifestações culturais, promovendo ações de arte e cultura na cidade, fortalecendo o turismo local.
A proposta de utilidade pública apresentada na Alba tem como objetivo reconhecer o importante trabalho realizado pela organização em prol da comunidade baiana. No geral, visa também valorizar as instituições e pessoas que têm impactado positivamente a vida dos baianos.
“Havendo preenchido as exigências legais desta egrégia Casa Legislativa, justifica-se a aprovação desse projeto que tornará a Organização Religiosa Ilê Alaketu Asè Ayrá Igbona de utilidade Pública estadual, permitindo o aumento do seu poder de ação, ampliando as possibilidades para o alcance dos objetivos empreendidos, de forma célere e eficiente. Desta forma, aguardamos a acolhida do que propomos”, diz o projeto de lei.
O Ilê Alaketu Asè Ayrá Igbona foi fundado em 18 de janeiro de 2019.
É um importante instrumento de apoio e fortalecimento da união da cultura religiosa do município de Coração de Maria.
O PL foi apresentado à Comissão de Constituição e Justiça da Alba.
IBGE aponta aumento nas religiões de umbanda e candomblé
Segundo dados do Censo divulgados no começo de junho de 2025 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve aumento nas religiões de umbanda e candomblé (de 0,3 % em 2010 para 1,0%, em 2022) e outras religiosidades (de 2,7% para 4,0%).
Houve pequeno declínio na religião espírita (de 2,2% para 1,8%). As religiosidades de tradições indígenas representaram 0,1% das declarações
Entre os adeptos da umbanda e do candomblé, os maiores percentuais são de brancos (42,9%) e pardos (33,2%). Nas tradições indígenas, 74,5% se declaram indígenas. Por fim, entre os que não seguem nenhuma religião, a maioria é parda (45,1%).
Queda de católicos na Bahia
Segundo o IBGE, na Bahia, a queda do percentual de católicos acelerou entre 2010 e 2022, o crescimento dos evangélicos manteve ritmo significativo, e adeptos de umbanda ou candomblé triplicaram.
Conforme o instituto, o número absoluto católicos no estado começou a diminuir apenas em 2010 (-0,2% ou menos 18,6 mil pessoas, frente a 2000) e recuou com bem mais intensidade em 2022, passando de 7,731 milhões para 7,002 milhões, o que representou menos 728,5 mil católicos em 12 anos (-9,4%).
Proporção de católicos no Brasil
Na região nordeste a Bahia tem a menor proporção de católicos na população. Lideram a posição com o maior percentual de católicos, Piauí (77,4%), Ceará (70,4%) e Paraíba (69,0%). Já os estados que tinham menores proporções de católicos estão, Roraima (37,9%), Acre (38,9%) e Rio de Janeiro (38,9%).
Religião predominante na Bahia
- Católica - 57%
- Evangélica - 23.3%
- Sem religião - 12.9%
- Umbanda/Candomblé - 1%
- Espírita - 1%
Religião predominante em Salvador
- Católica - 44%
- Evangélica - 24,3%
- Sem religião - 18,5%
- Umbanda/Candomblé - 2,8%
- Espírita - 2,4%
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