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DEUSA DO ÉBANO

Titular da Sepromi elogia candidatas do Ilê: “deusas do dia a dia”

Deputada estadual Olívia Santana disse que o bloco é um divisor de águas que redefiniu a estética negra

Por Bianca Carneiro e Lais Rocha

13/01/2024 - 23:16 h
Secretária foi jurada do concurso no ano passado
Secretária foi jurada do concurso no ano passado -

Um dos concursos mais tradicionais da cultura afro do país, a Noite da Beleza Negra escolhe, na noite deste sábado, 13, a Deusa do Ébano que vai representar o Ilê Aiyê em 2024, ano em que o bloco celebra 50 anos de fundação. Presente no evento, realizado na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, em Salvador, a titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Ângela Guimarães, elogiou as 15 candidatas que estão em busca desta importante coroa.

>>> Famílias apoiam candidatas a Deusa do Ébano e torcem: "Já venceu"

>>> Gestores da cultura exaltam Ilê: “lugar muito sagrado”

“Essas meninas já são deusas do dia a dia. Elas têm consciência, conhecem a história do bloco, valorizam sua consciência racial, de gênero, valorizam a história da ancestralidade, elas têm a dança no pé, graciosidade, simpatia, beleza”.

Para a titular, que foi jurada no ano passado, o concurso é “uma tecnologia ancestral de valorização da cultura afro baiana”. “Esse dia exalta e celebra o papel da mulher negra na nossa cultura”, destacou.

Outra liderança negra no evento foi a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB). Para ela, o Ilê Aiyê não é apenas um bloco carnavalesco e sim, um divisor de águas que redefiniu a estética negra na Bahia.

“Aquilo que o racismo transformou em vergonha, em objetificação, desqualificação, o Ilê reelabora e devolve para a gente em forma de beleza e autoestima. Então, isso é política, é política identitária mesmo. É a gente se encontrando com a nossa própria identidade. É uma religação”.

A deputada disse ainda que dentro do contexto do Ilê Aiyê, não há separação entre espiritualidade e cultura. “A espiritualidade e a cultura estão bem juntas, com respeito e interação. É diferente de uma apropriação objetificada, dissociada. Dessa base, dessa raiz, o Ilê tem propriedade para tratar, fazer e tudo. E tem essa legitimidade dada pelo próprio terreiro, pela própria Mãe Hilda [Jitolu - matriarca do bloco], que se foi, mas seu espírito está aqui entre nós. Todo esse legado é indissociável da imagem dela”.

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