Vida de Raul Seixas é relembrada em mesa na Flipelô

O legado de Raul Seixas segue mais vivo do que nunca. No segundo dia da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), o evento contou com uma mesa dedicada a relembrar a vida do cantor baiano. Mediada pelo músico Charles Gavin, "O Baú do Raul" contou com a participação de Kika Seixas, Sylvio Passos e Carlos Eládio.

A edição deste ano da Flipelô homenageou o dono dos hits "Eu nasci há dez mil anos atrás", "Metamorfose Ambulante" e "Cowboy fora-da-lei". Kika Seixas, ex-esposa de Raul, admite ter se surpreendido com o convite de falar sobre o seu antigo companheiro em uma feira literária. "Para mim foi uma surpresa maravilhosa ver essa iniciativa da Flipelô de enaltecer o lado poético do Raul", assumiu.

Autora do 'Coisas do Coração - Minha História com Raul Seixas', ela explica que a música foi um meio mais simples que Raul encontrou para falar as coisas que pensava. "Ele queria ter esse lado comercial, ele dizia 'Comercial não é um nome feio. Se eu quero falar as coisas, é mais fácil eu falar cantando'", continuou.

Carlos Eládio, que tocou ao lado de Raul na banda "Raulzito e os Panteras", destacou que o "Maluco Beleza" sempre teve uma ligação com a literatura. "Ele sempre foi escritor e agora as pessoas buscaram essa informação. Ele sempre disse que queria ser um escritor", afirmou.

Carlos relembrou como era conviver com Raul e definiu como uma "excelente experiência de vida". "Era um cara muito divertido, muito brincalhão e muito detalhista. Com ele, todos os Panteras aprenderam algo muito importante na questão da dedicação e na perseverança, que eram características dele", acrescentou.

O ex-baterista dos Titãs, Charles Gavin, enfatizou a importância que o baiano teve para a indústria musical brasileira. "Ele não influenciou só a minha carreira, mas a de todo mundo do tempo dele e de todo mundo que veio depois. Costumo dizer que ele é um dos grandes pilares da música brasileira", declarou.

Para Charles, Raul foi essencial para a construção da identidade do rock nacional. "A Bahia é historicamente um estado roqueiro, então o Raul deu uma contribuição muito forte em buscar uma linguagem brasileira do rock n roll", analisou.