MELHORAMENTO GENÉTICO
Crises climáticas pressionam setor de celulose a ampliar clones de eucaliptos
O cruzamento permite o melhoramento da planta e a obtenção de árvores com características superiores
Por Carla Melo*

Na sede de pesquisa e desenvolvimento da Suzano, localizada no viveiro de eucalipto, em Mucuri, no Extremo Sul da Bahia, especialistas do setor agrônomo passaram a identificar mudanças significativas na produção e manutenção do gênero de árvores na geração de papel, celulose e madeira no Brasil.
Além das patologias identificadas, como a ferrugem - doença fúngica que afeta principalmente folhas, brotações jovens e hastes do eucalipto - as mudanças climáticas têm sido um atento ao mercado que depende da produção para o mercado interno e principalmente, para a exportação.
Na unidade da Suzano em Mucuri, são produzidas mais de 1.700 milhões de toneladas de celulose por ano, sendo 95% da produção sendo destinada à exportação, principalmente para o continente asiático. Esse é um dos fatores preponderantes para a manutenção da qualidade do eucalipto.
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São quase 400 vasos genitores, com 197 materiais genéticos produzidos a partir das pesquisas que a própria empresa realiza. Todos os clones são produzidos a partir da aplicação e produção estratégica do eucalipto na região.
Como é feito um clone
Todo o processo é realizado de forma manual. Assim como é preciso um genitor masculino fecundar a genitora feminina, o processo passa por uma polinização controlada para a produção de novos clones do eucalipto. Isso representa uma produção de 5 mil botões polemizados, com média de 125 cruzamentos realizados.
Um pequeno corte nos botões de eucalipto separa a parte masculina da parte feminina na planta do eucalipto. No embrião do broto, o pólen dos progenitores selecionados é coletado e aplicado nas flores isoladas das matrizes, assegurando o cruzamento desejado.
O cruzamento permite o melhoramento da planta e a obtenção de árvores com características superiores, como maior produtividade, resistência a doenças e adaptação a diferentes ambientes.
“Eles são trabalhados a partir das pesquisas que a empresa realiza. Os pesquisadores passam orientações sobre qual material será usado, para formar algo estratégico para a produção do eucalipto. As atividades são realizadas manualmente e monitoradas logo após a realização da polinização controlada”, disse Debora Bonomo Bettim, técnica de Pesquisa & Desenvolvimento.
Previsibilidade de crises climáticas
A Suzano também Mandachuva, que antecipa condições climáticas regionais de forma mais precisa do que previsões de mercado – essencial para planejar plantio, adubação e gerir o risco de incêndios. O uso dessa tecnologia evitou, por exemplo, custos na implementação de um sistema de bombeamento de água no Rio Mucuri, na Bahia.
Suzano na Bahia
Considerada a maior fabricante de celulose do mundo, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina e líder do mercado brasileiro no segmento de papel higiênico, a Suzano se consolida na Bahia com a unidade de Mucuri, no extremo sul da Bahia.
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A fábrica marcou o início das nossas operações no Nordeste e é uma das plantas industriais mais completas do setor no mundo. A unidade conta com capacidade produtiva anual de mais de 1,7 milhão de toneladas de celulose, 60 mil toneladas de tissue e 250 mil toneladas de papel
A unidade baiana conta com mais de 254,7 mil hectares de plantação de eucalipto e mais de 110 mil hectaresde áreas de conservação.
*Repórter viajou ao Sul da Bahia a convite da ABAF
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