ECONOMIA
Gêmeos digitais chegam ao mercado de celulose e impulsionam automatização do setor
Veracel, localizada no Sul da Bahia, pretende ampliar produção com inclusão da tecnologia
Por Carla Melo

Presentes em diversos setores industriais como o de saúde na automatização de processos médicos, atendimentos a pacientes, redução de custos, monitoramento e prevenção de doenças, a digital twin, ou os gêmeos digitais estão se aproximando cada vez mais da indústria com operações florestais, como o mercado de celulose.
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Próximo a se tornar realidade dentro da indústria, a Veracel, empresa de produção de fibras de celulose e de uma cadeia produtiva caracterizada pela energia renovável e a reutilização de resíduos, se prepara para automatizar todo o processo de produção da celulose.
Cada vez mais focada na sustentabilidade da produção, na otimização de estoque e na automatização de processos, a empresa deve contar com um espelho em toda a cadeia da empresa.
"A gente pretende pegar cada etapa dessa produção e criar uma simulação para fazer uma correlacal com os dados de entrada e de saída. Esses dados podem nos mostrar uma maior sustentabilidade com a redução de consumo de insumos", disse Caio Zanardo, CEO da maior fábrica de produção de celulose do estado da Bahia em entrevista a jornalistas na sede da empresa.

Apesar das discussões, ainda não há ao certo uma previsão de quando isso deve acontecer.
“Não é uma tarefa simples. Tudo isso vai depender da infraestrutura, do avanço da tecnologia de acordo com a capacitação tecnológica da equipe, mas com certeza teremos um maior retorno na produção”, apontou ele.
A proposta também vislumbra a ampliação da automatização de processos da empresa, com a implementação de soluções tecnológicas, como robôs industriais para executar atividades de alta repetitividade. O objetivo é ampliar a produtividade e reduzir riscos na operação.
Consolidação da Veracel no país
Com capacidade de produção para mais de 1 milhão de toneladas anuais de celulose, a fábrica da Veracel é pioneira em reciclagem e reaproveitamento de resíduos, transformando subprodutos em energia renovável e adubo orgânico.
Além do processo de plantio do eucalipto, que ajuda na captura do carbono produzido pela indústria, o processo de reutilização de fontes de energia para a própria cadeia produtiva ajuda no impulsionamento de ações sustentáveis para o setor para reduzir as pegadas de carbono.
Localizada no coração do Sul da Bahia, a Veracel está em 223 mil hectares de área total, mais de 100 mil hectares de área preservada e 91 mil hectares de plantio próprio. Ela funciona com um sistema duplo de acionistas: a Suzano e a Stora Enso - essas responsáveis pela utilização das fibras de celulose para a produção de outros materiais como papel e tissue.
A cadeia inicia com a retirada do eucalipto plantado para a geração de cavacos dos eucaliptos, que são pedaços menores da madeira, e a transformação do material em uma polpa marrom com a utilização de alguns produtos químicos através de um processo de cozimento. O material passa depois pelo processo de branqueamento, retirada de água e a transformação em fibras de celulose. Toda cadeia é renovável e se transforma em processos naturais para a própria área florestal preservada e para o fomento da economia regional.
“Construir o futuro com visão sustentável é pensar na região - se não for próspera, não se sustenta a visão econômica e sustentável”, continuou o CEO.
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