HÁ CINCO ANOS
Funcionário do INSS expôs em 2020 descontos irregulares de benefícios
Quando as irregularidades foram identificadas, diversos funcionários foram ameaçados
Por Redação

Um funcionário da diretoria do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) já havia denunciado a prática de descontos indevidos em benefícios sociais, em 2020.
De acordo com reportagem do Jornal Nacional, que foi ao ar na quarta-feira, 14, os débitos não autorizados foram identificados, e diversos funcionários haviam sido ameaçados por descobrirem as irregularidades.
O servidor que não quis se identificar disse que a Diretoria de Benefícios estava cortando acordos de cooperação técnica que previam os descontos.
"Na época que a Diretoria de Benefícios estava cortando ali os ACTs, estava fazendo uma auditoria em cima deles, alguns servidores receberam ameaças, isso foi falado lá dentro. O coordenador que estava atuando em cima dos ACTs e também o diretor. Eles receberam ameaças justo no período onde 'tavam' enviando ali as auditorias dos descontos associativos", disse ele ao JN.
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Depois da denúncia, a Polícia Federal abriu uma investigação que foi encerrada em 2024 sem nenhum indiciamento. A Polícia Civil do Distrito Federal iniciou a investigação e começou a investigar os descontos indevidos em 2020, depois que aposentados do INSS fizeram denúncias.
Aumentos repentinos e anormais
O servidor foi chamado para depor em fevereiro de 2021. Nesse depoimento, voltou a citar as denúncias de descontos irregulares em benefícios feitos pela Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), de acordo com o Jornal Nacional.
O funcionário afirmou que em 2020 houve um aumento repentino e anormal da associação em comparação com outras. A Conafer ficou suspensa no período. Em outubro, o então presidente do INSS, Leonardo Rolim, transferiu da Diretoria de Benefícios para a Diretoria de Atendimento a responsabilidade por analisar esses acordos. A mudança permitiu que a Conafer fosse reabilitada.
Em março de 2021, o presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes, prestou depoimento na investigação da Polícia Civil. Ele se recusou a informar quanto recebeu de rendimentos, alegando a existência de um termo de confidencialidade.
Como aconteciam os descontos?
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, no fim de abril, uma megaoperação para combater descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS.
As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.
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