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REFINARIA

"Visa apenas o lucro”, dispara economista sobre Acelen na Bahia

Gás de cozinha ficou mais caro a partir desta quinta-feira

Por Bernardo Rego

01/08/2024 - 23:30 h | Atualizada em 02/08/2024 - 7:33
Refinaria de Mataripe, na Região Metropolitana de Salvador (RMS)
Refinaria de Mataripe, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) -

O mercado de derivados de petróleo é bastante aquecido e tem um impacto direto na economia e na vida dos brasileiros. Recentemente um aumento nos preços do gás de cozinha e gasolina gerou uma elevação dos custos ao consumidor final e consequentemente ao bolso dos baianos.

A Acelen, que administra a refinaria Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, é a responsável pelos ajustes nos preços dos derivados do petróleo na Bahia.

O Portal A TARDE ouviu especialistas para entender como ocorre a precificação, se é uma forma justa e de que forma o Estado e a iniciativa privada podem atuar utilizando outras formas energéticas de maneira que barateie o custo para o consumidor.

Para o economista Eric Ferreira, o fato de existir um monopólio no mercado baiano dificulta para que haja uma prática de preços mais justa para a população. “A Acelen pratica uma política de preços em que eles escolhem visando apenas o lucro. A privatização da refinaria transformou o agente dominante de estatal para ser privado. Se o preço for mais caro e mantiver as margens de retorno sem afetar a competitividade e volume de vendas, essa será a política deles”, pontuou.

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O especialista acrescentou ainda que a empresa não visa o bem-estar social nem o desenvolvimento local e considera que esta maneira não é forma mais justa de precificar os produtos. Segundo Ferreira, seria preciso ter um parque de refino com vários agentes produtores na Bahia a fim que fosse possível ampliar a concorrência e obter preços mais econômicos para o consumidor final. “O nosso mercado passou de ser um mercado integrado nacionalmente, com uma capacidade de planejamento, de estoque, com preços menos caros e previsíveis, para ser um monopólio regional privado.”

“No caso da Bahia, quando você vendeu a refinaria que produz e distribui a maioria absoluta dos derivados que são consumidos aqui no estado e em Sergipe também, você não vendeu uma empresa para aumentar a competição, você vendeu o agente dominante e toda a infraestrutura atrelada ao parque de refino, que continuou sendo agente dominante só que privado, cuja finalidade é o lucro puro”, avaliou o economista.

O gerente de Suprimento de Gás e de Mercado da Bahiagás, Makyo Félix, comentou que a precificação acontece a partir de uma avaliação do mercado internacional de petróleo. “No cenário global de combustíveis, a precificação dos derivados é comumente atrelada às variações do preço do barril de petróleo e da cotação do dólar. Similarmente, o valor do gás natural é influenciado tanto pelo custo do petróleo quanto pelo do próprio e pela moeda norte-americana, elementos que definem o preço final do produto”, afirmou.

Sobre o uso de tecnologia e nova fontes de energia a serem usadas com o objetivo de diminuir o impacto para o consumidor final, Félix disse a “Bahiagás vem intensificando seus investimentos para ampliar sua presença no segmento automotivo (GNV), conectando novos postos em Salvador e outras localidades do estado. Os preços do GNV (Gás Natural Veicular) nos postos da Bahia estão entre os mais acessíveis do país, conforme dados da ANP. No segmento residencial, o gás natural representa uma alternativa mais econômica para os consumidores que o GLP. A expansão da rede da Bahiagás visa conectar mais residências, tanto na capital quanto no interior, promovendo o acesso ao gás natural e reforçando o compromisso da Companhia em fornecer opções energéticas mais vantajosas e que contribuam para a economia dos cidadãos baianos.”

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