PREMIAÇÃO
6ª edição do Concurso Jovem Jornalista reúne autoridades e estudantes
Premiação aconteceu na noite desta terça-feira, 12, no Teatro Sesc Casa do Comércio
Por Gabriela Araújo
Ainda sob a luz do sol, estudantes, professores, pais e autoridades públicas chegavam ao Teatro Sesc Casa do Comércio, em Salvador, para participarem da 6ª edição do Concurso Cultural Jovem Jornalista (CCJJ) 2024, promovida pelo Programa A Tarde Educação, do Grupo A TARDE, nesta terça-feira, 12.
Representando a Secretaria Estadual da Educação (SEC), o assessor especial de Políticas para Educação Básica, Manoel Calazans, falou sobre a parceria que a pasta mantém com o jornal e celebrou a realização de mais uma edição do evento, que premiou nove estudantes de escolas estaduais e municipais.
“A Secretaria de Educação tem uma tradição de parceria com o Jornal A TARDE. O A Tarde Educação já está aí há muito tempo no contexto de escola pública, tendo o jornal como provocador da construção de novos leitores. Por isso, celebro essa iniciativa do Grupo A TARDE. Um grupo que já tem esse costume de trabalhar com juventude, trabalhar com leitura, trabalhar com texto, possibilitando o próprio jornal como referência", disse.
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Nesta edição, os alunos se debruçaram sobre o tema “Sou digital, mas minha inteligência não é artificial” e foram contemplados em três categorias: Tirinhas, Videorreportagem e Artigo de Opinião.
Nesse sentido, Calazans avaliou que, apesar do avanço da tecnologia, os discentes continuam tendo autonomia para produzirem materiais autorais, e citou como exemplo a iniciação científica, presente nas unidades de ensino.
“Quando você prepara o aluno para produzir ciência, você automaticamente estar combatendo a reprodução daquilo que a inteligência artificial (IA) pode oferecer muito fácil. A escola tem diversas atribuições e uma delas é o processo da ciência, que parte da inquietação. [...]. Quem ficar refém da inteligência artificial vai perder a oportunidade criativa, de produzir novas ciências e dá valor o humano que a informação precisa”, completou.
Em contrapartida, o diretor do Instituto Anísio Teixeira (IAT), Iuri Rubim, afirmou que há uma necessidade de compreensão tanto dos professores como dos estudantes sobre as IAs para que a tecnologia passe a ser uma aliada do ensino. Rubim ainda fez uma alusão ao uso da calculadora.
“Se a gente puder entender a complexidade em que se apresenta uma ferramenta como uma IA, a gente vai poder aprender no pari passu dessa complexidade. Então, do mesmo jeito que uma calculadora permite fazer mais rápido, cálculos mais complexos, também a inteligência artificial permite a gente conhecer mais coisas e ter acesso a algumas formas de conhecimento que a gente não tinha antes”, disse.
Apesar do ‘boom’ da inteligência artificial, o educador também defende a importância de transformar o estudante em autor da própria história, por meio da criatividade, e mencionou como exemplo a 6ª edição do certame dos jovens jornalistas.
“A gente tem que se manter humano, criativo, autor. Essa autoria não pode ser de quatro décadas atrás, tem que ser uma autoria contemporânea que envolva a tecnologia, mas não dependa dela. A gente aprende muito mais quando estar criando porque a criação aciona um conhecimento que você já tem, as escolhas que tem que fazer e uma interpretação da realidade para se criar algo”, enfatizou.
E continuou: “Esse exercício que o concurso propicia é que os estudantes produzam e se colocam no lugar de autores e ao fazer isso, eles pensem: ‘Poxa, olha como eu estou produzindo informação verídica’. Esse exercício que o jornal A TARDE está apoiando e provocando ajuda a gente no processo de educação”.
A iniciativa, sem fins lucrativos, protagonizada pelo Grupo A TARDE, deve oportunizar os jovens a expandir suas perspectivas sobre o mundo. Com isso, a secretária municipal da Educação de Simões Filho, Heliene Mota da Silva, falou sobre a importância do projeto.
“Esse concurso é muito importante porque desperta em nossos alunos, o desejo de não ser só um escritor, mas também de ser leitor. É importante que a criança desde cedo tenha acesso a uma leitura diferente do que é oferecida dentro da sala de aula”, disse.
Por fim, o gerente de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Emerson de Oliveira, comemorou a nova edição da premiação e declarou que "toda iniciativa em prol da educação, a gente tem que bater palmas". Ele foi um dos nomes que compôs a banca examinadora nesta noite.
A 6ª edição do Concurso Cultural Jovem Jornalista tem apoio do Governo da Bahia, Escola SESI, Bahiagás e Suzano.
Agência de notícias nas escolas
Para além do jornal A TARDE, os alunos da rede estadual de ensino também exercem a atividade de produzir conteúdo informativo dentro da sala de aula. Segundo o diretor do IAT, Iuri Rubim, algumas unidades de ensino possuem agência de notícias para que o estudante conte a história do seu território.
"Nós temos hoje funcionando nas escolas da rede estadual de educação, 82 agências de notícias, que são justamente, iniciativas para que os estudantes falem sobre a sua realidade, o seu território e produzam notícias", contou.
"Eles estão investigando, apurando o que está acontecendo ali e conhecem muito mais da geografia e da história do território fazendo isso. Eles vão conhecer mais de argumentação e de interpretação".
A ideia da SEC, conforme Rubim, é expandir a iniciativa para todas as escolas públicas de ensino integral. A iniciativa deve começar a ser organizada a partir do ano que vem.
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