EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL
CCJJ 2025 destaca sustentabilidade e bioma Caatinga em edição especial
Cerimônia em Salvador reforçou compromisso ambiental conectando educação, cultura e clima no ano da COP30

Por Loren Beatriz Sousa

Em um ano marcado pela 30º edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a chamada Conferência das Partes ou COP30 - sediada em Belém -, oConcurso Cultural Jovem Jornalista (CCJJ) 2025 reforçou seu compromisso com a causa climática. Toda a ambientação da cerimônia, realizada na terça-feira, 18, no Sesc Casa do Comércio, em Salvador, foi pensada para dialogar com o tema e sensibilizar os participantes sobre a urgência da preservação ambiental.
Um dos destaques foi o cenário inspirado no bioma Caatinga, como eixo conceitual da edição. A coordenadora de projetos educacionais do Grupo A TARDE, Berta Cunha, ressaltou a importância desse recorte regional como ponte entre sustentabilidade, identidade cultural e educação.
Segundo ela, “nós escolhemos uma temática que é a sustentabilidade porque estamos justamente no ano de COP30, o ano que o Brasil respira a sustentabilidade. Escolhemos falar da Caatinga em especial porque é o bioma que está em extinção. O único local onde tem esse bioma é aqui no Nordeste. E nós, enquanto nordestinos, precisamos também valorizar a cultura local, valorizar o que nós temos”.
A cerimônia apresentou elementos simbólicos e interativos que reforçaram o compromisso ambiental, como:
Árvore dos Sonhos, onde estudantes registraram mensagens e compromissos com o planeta;
Calçada da fama dos cactos e painel instagramável, representando a força, resistência e beleza do sertão nordestino;
Troféu sustentável, produzido com madeira de reaproveitamento e inspirado nos princípios da economia circular.
Outros elementos seguiram o mesmo princípio: reutilização de materiais, uso de louças de vidros no lugar de descartáveis e reaproveitamento das lonas de backdrop.
“Estamos no caminho da sustentabilidade. Entendemos que existem muitos entraves para a sustentabilidade 100%. Quando se fala em troféu, pensamos logo em uma coisa muito brilhante, muito grande. E precisamos entender que a relevância dele não está no tamanho, mas no significado por trás disso. Então, escolhemos a madeira de reaproveitamento como matéria-prima para os nossos troféus, como símbolo de sustentabilidade. Na Árvore dos Sonhos, fizemos questão de que fosse uma árvore de verdade. Os estudantes escreveram ali sonhos e compromissos voltados para o meio ambiente”, explicou.
Os estudantes também interagiram com a nova versão da calçada da fama. “Ano passado tivemos a calçada da fama com as estrelas de Hollywood. Esse ano, seguimos com a ideia, mas com um movimento diferente, com imagens representativas de cactos, onde os estudantes pisaram de maneira simbólica, colocando os pés num compromisso com a natureza. Então, não colocamos as estrelas de Hollywood, mas eles [estudantes] continuam sendo estrelas, as estrelas da nossa Caatinga, do nosso bioma”, detalhou Berta.
Ao comentar sobre a programação anual do Programa A TARDE Educação, Berta lembrou que o CCJJ é parte de um ciclo de iniciativas dedicadas à sustentabilidade. O encerramento do ano inclui outras ações de destaque, como o Prêmio EcoInovar - eixo estruturante de sustentabilidade do Programa -, e a Fenagro, maior feira agropecuária do Norte-Nordeste do Brasil.
“Nós vamos ter a Fenagro, onde o A TARDE Educação terá um espaço robusto, com várias atividades, inclusive de plantio. A gente entende que é preciso preservar, conservar e replantar. Lá, vamos premiar, no dia 5 de dezembro, as iniciativas escolares mais exitosas no eixo de sustentabilidade. Os estudantes vão apresentar propostas de solução para práticas sustentáveis do dia a dia, reforçando o protagonismo juvenil”, disse.
A 34ª edição da Fenagro pretende reunir diversas pessoas entre os dias 29 de novembro a 7 de dezembro, no Parque de Exposições, na capital baiana.
O troféu sustentável: arte, reaproveitamento e consciência ambiental
Um dos grandes destaques da premiação deste ano foi o troféu do CCJJ 2025, que ganhou um conceito totalmente alinhado à proposta sustentável da edição. Com design original em formato do planeta Terra, o troféu foi produzido a partir de madeira de reaproveitamento.
Um dos responsáveis pela criação foi Deilton, conhecido como Dê - fundador do Ateliê Daka Shola -, que explicou todo o processo de fabricação. “Para o projeto em si, você tem uma madeira muito boa. É uma madeira que já está curada, que já não tem mais o processo de empenamento porque ela já curou, a seiva dela já está toda estabilizada. Então a gente consegue fazer projetos que vão se manter com pouca dilatação”.
O processo criativo, segundo ele, faz uso de técnicas de marchetaria e preserva madeiras históricas e de alta qualidade. “A gente faz muita coisa em machetaria justamente se aproveitando desse material que pegamos em caçambas, em descartes de entulho ou que a gente recebe por doação. Temos aqui no nosso acervo portas que têm 80 anos, que foram de uma demolição de casa”.
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“Você optando por trabalhar com madeira de reaproveitamento ou madeira de demolição, você não vai estar desmatando nesse processo. Novas árvores não vão estar sendo cortadas,e a madeira é um bem muito precioso. As pessoas tendem a jogar muitas coisas de madeira de alta e média densidade no lixo, e isso é um crime”, concluiu.
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