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CULTURA

FELIZCAM estreia com força e celebra mestres da cultura popular em Camaçari

Camaçari respira tradição na abertura da 1ª Festa Literária do município

Redação

Por Redação

03/12/2025 - 19:18 h | Atualizada em 03/12/2025 - 21:02
A cerimônia de abertura homenageou figuras essenciais da memória e da oralidade local
A cerimônia de abertura homenageou figuras essenciais da memória e da oralidade local -

A Cidade do Saber amanheceu pulsando literatura e poesia. Entre passos atentos de estudantes e o acolhimento de educadores, artistas e pesquisadores, teve início nesta quarta-feira, 3, a 1ª edição da FELIZCAM – Festa Literária de Camaçari, promovida pelas secretarias da Educação (Seduc) e da Cultura (Secult). O evento, que segue até quinta-feira, 4, abre espaço para o encontro entre tradição e contemporaneidade, reforçando a leitura como ferramenta de desenvolvimento humano e social.

A cerimônia de abertura homenageou figuras essenciais da memória e da oralidade local, como os mestres Bule-Bule, Dadu, Bete, Careca e Mestra Nildes (in memoriam), representada pela filha Milla.

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“A leitura abre caminhos onde antes só havia muro. Camaçari é educadora e se fortalece com a valorização da nossa história, da nossa cultura, de cada escola, cada mestre e mestra, estimulando novos leitores. Essa é a primeira de muitas feiras literárias no nosso município”, declarou a vice-prefeita, Pastora Déa Santos.

Batizado ao longo do evento como Espaço Bule-Bule, o Teatro Cidade do Saber (TCS) transformou-se no centro da programação, recebendo palestras, rodas de conversa, slam literário e exibições audiovisuais. Emocionado, o homenageado reconheceu o gesto. “A palavra é minha enxada e meu canto é semente. Fico grato com essa grande festa. Eu e cada um dos homenageados estamos aqui para reafirmar que Camaçari começa a defender suas tradições”, ponderou o Mestre Bule-Bule.

Para a secretária da Cultura, Elci Freitas, a FELIZCAM expressa a potência da identidade local. “Reconhecemos nossos mestres como pilares da resistência cultural. A memória aqui se projeta como futuro, orgulho e incentivo às novas gerações”, afirmou.

O secretário da Educação, Márcio Neves, realçou o protagonismo dos estudantes. “É inspirador vê-los ocupando estes espaços com brilho nos olhos. Isso reafirma a importância de uma educação pública forte e plural”, pontuou.

A manhã contou com a presença de alunos do Centro Educacional Jorge Amado, e das escolas municipais São Thomáz de Cantuária e Edvaldo Machado Boaventura, que circularam pelos ambientes com entusiasmo. “Nesse evento estou descobrindo novos autores e sentindo vontade de ler mais”, compartilhou a estudante Camile Silva Roque, 13 anos, da São Tomaz de Cantuária.

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Já Davi Cerqueira, 14 anos, da Edvaldo Machado Boaventura, contou que as homenagens aos mestres e mestras foi um dos momentos mais marcantes. “Fiquei feliz em ver aqueles senhores e senhoras no palco falando de Camaçari. Vim para ver dona Bete, mas fiquei empolgado em conhecer os outros homenageados”, revelou.

Entre os destaques da diversificada programação, esteve a palestra da professora e pesquisadora Bárbara Carine, que conduziu a reflexão “Educação antirracista: por uma pedagogia da resistência”. Com precisão conceitual e sensibilidade poética, ela convocou educadores e estudantes a enxergarem a escola como campo de enfrentamento às desigualdades. “Educar é desafiar estruturas e ampliar horizontes”, encorajou.

Para o período da tarde, a programação segue repleta de atividades no espaço dedicado ao mestre da poesia oral. Às 16h40, acontece o Slam das Mulé; às 17h, será exibido o audiovisual Bangariô – Renascer em Monte de Gordo; e às 18h30, a roda de conversa Escrevivências afrocentradas na palavra, com Rildes Lobo e Edite de Faria, sob mediação de Yara Paixão.

A FELIZCAM ainda traz outros espaços com muitas atividades distintas que dialogam com as trajetórias de seus respectivos mestres e mestras homenageados.

Imagem ilustrativa da imagem FELIZCAM estreia com força e celebra mestres da cultura popular em Camaçari
| Foto: Divulgação

No Espaço Seu Dadu, dedicado ao mestre griô e produtor agroecológico da comunidade quilombola de Cordoaria, acontecem espetáculos musicais e teatrais, bate-papos, contação de histórias, brincadeiras e recreação. Um território de memória viva onde a tradição se renova no encontro. “É lindo demais essa criançada junta. Eu fico feliz e emocionado. Estamos vivos para ver esse reconhecimento”, comemorou seu Dadu.

O Espaço Dona Bete, que reverencia a sambadeira que liderou a Chegança Feminina de Arembepe, vibra com apresentações artísticas e musicais. Entre os destaques deste primeiro dia, está o show da DJ Preta e a energia pulsante da banda Afrocidade, além do grupo cultural Espermacete – do Terno de Reis ao samba de roda. “O samba vive e Camaçari respira essa tradição, que precisa ser reavivada em cada nova geração”, opinou dona Bete.

Já o espaço que faz memória a Mestra Nildes, fundadora do Espermacete e figura essencial para o fortalecimento cultural de Barra do Pojuca, abriga exposição literária de estudantes, lançamentos de livros, rodas de conversa, oficinas e cineclube. Um verdadeiro tributo à mulher que transformou saberes populares em legado comunitário. “Não vamos deixar a nossa cultura morrer. Minha mãe é a história de Camaçari, e seu legado vive”, defendeu Milla.

Confira, a seguir, a programação de cada espaço para o último dia, quinta-feira (4):

ESPAÇO MESTRE CARECA

Expositores de artesanato e livros, além de área para encontros, convivência e leitura.

ESPAÇO BULE-BULE

8h – Roda de conversa Pratas da Casa – painel com autores de Camaçari, com Plinio Moura, Alexandra Persil, Ana Carla Gomes e Ana Fátima

Mediação: Fabíola Chafin

9h30 – Literatura e violência: atravessamentos do corpo à palavra, com Jorge Augusto e Vitória Maria

Mediação: Edma de Góis

11h30 – Experiências autorais inclusivas, com Tiago Correia e Ana Paula Mira

Mediação: Elvira Laporte

13h30 – Literatura infantojuvenil e jovem: livro, leitor e outras letras, com Emília Nuñez e Breno Fernandes

Mediação: Deco Lipe

15h – Brasil afro-indígena: nossa ancestralidade, nosso presente, com Edvana Carvalho e Márcia Kambeba

Mediação: Vitalina Silva e Renata Tupinambá de Abrantes

16h30 – Exibição do filme “Malês”

ESPAÇO SEU DADU

8h – Apresentação musical de João do Acordeon

9h – Contação de história com Emília Nuñez

10h30 – Literatura e laços de família com Irlene Sousa e Ana Fátima – Mediação: Mariluse Santos

13h – Brincadeiras e recreação, com Edivalda e Edileusa

14h – Espetáculo de brincadeira, com o grupo Cadeira de Brin

15h – Apresentação cultural do Grupo Boi Mirim de Parafuso

ESPAÇO DONA BETE

17h30 – Show de DJ Preta

18h30 – Pocket show da banda Afrocidade

ESPAÇO MESTRA NILDES

9h – Exposição literária das escolas da rede municipal

10h – Oficina de Iniciação à aquarela (Plinio Moura)

10h – Cineclubinho: Dudu e o lápis cor de pele (Jáira Oliveira)

10h – Roda de conversa: Práticas exitosas da Unilab (Fátima Cardoso)

14h – Exposição literária das escolas da rede municipal

14h – Lançamento coletivo de livros e sessão de autógrafos

14h – Cineclube Vista Minha Pele (Marta Mota)

14h – Oficina de Vídeos Virais (Rafael Resende e Bruno Nogueira)

15h – Oficina de Contos Negros (Hildália Fernandes)

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Tags:

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