ENEM
Enem sob suspeita: MEC anula itens após transmissão polêmica
Medida, anunciada nesta terça-feira, 18, levou o órgão a acionar a Polícia Federal

Por Isabela Cardoso

O Ministério da Educação (MEC) decidiu anular três questões do Enem 2025 após identificar que um estudante universitário apresentou, em uma live no YouTube, itens com semelhanças a perguntas aplicadas na prova do último domingo, 16.
A medida, anunciada nesta terça-feira, 18, levou o órgão a acionar a Polícia Federal para investigar possível quebra de sigilo envolvendo materiais usados nos pré-testes do Inep.
De acordo com o MEC, não houve reprodução integral de nenhuma questão do exame, mas foram encontradas “similaridades pontuais” entre itens utilizados sigilosamente pelo Inep para calibrar futuras perguntas e conteúdos apresentados em um curso preparatório on-line.
A pasta reforça que a conduta pode configurar violação de confidencialidade e que os responsáveis serão investigados.
A decisão de anular as questões partiu da comissão assessora responsável pela elaboração da prova. O Inep explicou que o Enem segue a Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia que exige a aplicação prévia de itens experimentais em ambientes controlados.
O instituto afirmou que todos os protocolos de segurança foram cumpridos e que o caso será tratado como suspeita de vazamento indevido.
Live de estudante gerou questionamentos
A suspeita teve início após a live do estudante Edcley de Souza, transmitida em 11 de novembro. Durante quase seis horas de transmissão, ele apresentou uma questão de Biologia sobre espécies restritas a habitats específicos. Esse tema apareceu no Enem com quatro alternativas idênticas às discutidas no vídeo.
Com a repercussão, prints começaram a circular nas redes sociais, levantando dúvidas sobre acesso antecipado a conteúdo sigiloso. Edcley, porém, nega irregularidades e afirma que usou a chamada “engenharia reversa”, técnica que parte da resolução de exercícios para, então, estudar a teoria.
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Segundo ele, o método é comum em cursos de alto desempenho e teria permitido antecipar a abordagem da prova sem violar qualquer regra.
Nas redes, o estudante criticou educadores que o acusaram de fraude, alegando desconhecimento sobre a prática e defendendo que apenas buscou “democratizar a educação”.
Investigação deve esclarecer origem das similaridades
Com o caso agora sob análise da Polícia Federal, o MEC busca identificar se houve acesso indevido a itens de pré-teste e se materiais sigilosos foram utilizados em aulas particulares. O resultado da investigação também deve esclarecer se as coincidências apontadas pelos estudantes configuram falha de segurança ou apenas coincidência metodológica.
Enquanto isso, o MEC reafirma que a anulação das questões não prejudicará a aplicação do Enem, e que a integridade do exame segue garantida pelos protocolos adotados pelo Inep.
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