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DISPUTA DE PODER

Racha exposto: projeto de prédio inacabado da Politécnica divide docentes

Diretor da unidade se ampara na decisão da congregação, mas enfrenta resistências

Alan Rodrigues

Por Alan Rodrigues

23/12/2025 - 17:57 h
Prédio anexo à Politécnica tem obras paralisadas há 9 anos enquanto o impasse permanece.
Prédio anexo à Politécnica tem obras paralisadas há 9 anos enquanto o impasse permanece. -

O impasse que impede a retomada das obras do prédio anexo da Escola Politécnica da Bahia (EPUFBA) revela uma disputa política interna e que ainda deve se prolongar nos próximos meses.

Após a publicação da reportagem de A TARDE no dia 15 de dezembro, um professor da Politécnica encaminhou mensagem para a redação e deixou clara a divisão que hoje existe entre os departamentos da unidade.

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O capítulo mais recente desse cabo de guerra foi a reunião, no último dia 9, do Conselho Universitário da UFBA (Universidade Federal da Bahia), onde o diretor da EPUFBA, Marcelo Embiruçu, defendeu o projeto com o apoio de alguns estudantes. No entanto, havia outros alunos da unidade se manifestando contra o plano de reorganização da Escola Politécnica (Prep).

Diante da indefinição e temendo os R$ 35 milhões destinados pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para a conclusão da obra, iniciada em 2011 e interrompida em 2016, o diretório acadêmico dos cursos de engenharia de produção, de controle e automação, engenharia elétrica e engeharia química ingressaram no Ministério Público Federal denunciando desvio de finalidade.

O projeto aprovado pela congregação da Politécnica iria abrigar os cursos de engenharia industrial (química, de produção, automação, ambiental e mecatrônica) e de engenharia elétrica e computação, mas sem deixar de atender aos demais cursos.

Projeto genérico

O professor titular de tratamento de minérios da EPUFBA, Luiz Rogério de Andrade Lima, é um dos opositores ao projeto. Ele critica a proposta de desmembramento da escola, com a criação de duas novas unidades, como defende o diretor Embiruçu.

Segundo Luiz Rogério, a deliberação da congregação da EPUFBA “refere-se à aprovação internamente, corresponde ao voto da Politécnica no Conselho Universitário formado por mais de 40 pessoas”. Ele argumenta que a criação das últimas unidades pela UFBA (Computação, Reabilitação e Educação Física), levou de 3 a 15 anos.

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Luiz Rogério afirma que não há consenso e que os que defendem o desmembramento são, no máximo, 35 docentes, “num universo de 190 [docentes], tentando impor um caminho que não é interesse da unidade seguir”, diz o professor.

Ele também ressalta que o mandato do atual diretor termina em 10 meses e que, portanto, não haveria tempo para criar novas unidades. “Ele terá oportunidade de fazer um referendo”, complementa Luiz Rogério, lembrando parecer da Procuradoria da UFBA que defende um projeto “genérico”.

Aberração

Marcelo Embiruçu rebate as declarações do colega de docência. Ele destaca que não há prazo para tramitação, que precisa de 60 dias de divulgação pública. Ele nega que esteja impondo seu projeto à maioria dos docentes e lembra que a criação das novas unidades fez parte da sua campanha para a direção.

“O desejo deles é colocar outra pessoa no meu lugar. Vamos ver se vai demorar esse tempo todo e se eu vou ser reeleito. Isso fazia parte da minha plataforma de campanha, não se trata de um referendo”, salienta Embiruçu.

Ele acrescenta que as críticas de Luiz Rogério demonstram ‘ignorância e desconhecimento’. “Ele nunca teve assento no Consuni e não sabe como funcionam as coisas. Nenhum processo fica anos no conselho universitário. Isso não existe. Ficou parado por algum motivo. Alguma diligência, alguém que deveria puxar e não puxou”.

Estudantes manifestam apoio à criaçãod das novas unidades durante reunião do Consuni.
Estudantes manifestam apoio à criaçãod das novas unidades durante reunião do Consuni. | Foto: Divulgação

Sobre o parecer da Procuradoria, o diretor da Politécnica acredita que o órgão ‘caiu em equívoco, devido a uma consulta da Sumai (Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura) em desvio de finalidade, porque do ponto de vista da engenharia não existe projeto genérico. É uma grande aberração”.

Oposição raivosa

O diretor reforça que o projeto foi aprovado em quatro votações pela congregação da Escola Politécnica.

“A congregação tem 42 pessoas. São oito estudantes, um servidor técnico e 33 docentes. O que existe são 70 pessoas que estão saindo para criar novas unidades. Consenso não há, nem haveria como haver em uma unidade complexa como a Escola Politécnica. Por isso que no dissenso se resolve democraticamente, através do voto”.

Embiruçu esclarece ainda que não existe vinculação da ocupação do prédio com a criação de novas unidades. Segundo ele, são três processos distintos:

- Definição de ocupação – competência da congregação “que está sendo usurpada por esses movimentos ilegítimos e ilegais”;

- Reorganização acadêmica com a criação das novas unidades universitárias;

- Reestruturação administrativa

Para o diretor da Escola Politécnica, está claro que há uma disputa de poder.

“Sou o segundo diretor em toda a história da Politécnica que não é engenheiro civil. Essa oposição raivosa está derramando ódio entre os estudantes. A instância adequada para decidir é o Consuni e não tenho dúvida que a proposta será aprovada”, afirma Embiruçu.

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