DEU RUIM!
Chef brasileiro se recusa a cozinhar para o príncipe William: “Preconceito"
O cozinheiro contou que não concordou com as imposições feitas pelo membro da família real

Por Franciely Gomes

Prestes a passar uma temporada no Brasil durante a COP 30, em novembro, o príncipe de Galles, William, já está realizando os preparativos para sua chegada. Entretanto, sua ideia inicial de jantar não saiu como planejado, pois o chef Saulo Jennings recusou o convite para cozinhar para o monarca.
Em entrevista ao portal F5, o cozinheiro revelou que foi convidado para fazer um cardápio 100% vegano para cerca de 700 convidados do membro da família real britânica, mas interpretou a proposta como uma forma de preconceito com itens da culinária brasileira.
“Fui um dos primeiros no Pará a servir prato vegano. A questão não é sobre não cozinhar comida vegana. É sobre a valorização do ingrediente brasileiro, inclusive agora, que estamos na época da COP. Não acredito que todos os 700 sejam veganos”, disse ele.
“Acho que existe um preconceito com a comida brasileira. As pessoas ficam: 'Será que eu vou me assustar? Será que são animais silvestres?'. Não é a primeira vez que isso acontece, que pessoas de outros países ficam com receio e acabam pedindo para restringir, para servir só lanches e coisas assim” completou.
Ele ainda reforçou que os gringos precisama aprender a respeitar e consumir elementos da culinária brasileira. “Existe sim um pouco de preconceito e eles acabam pedindo que seja vegano para não correr muito risco. Se existe uma preferência por pratos sem carne, poderíamos fazer, por exemplo, um cardápio 80% vegano, mas dando espaço à comida brasileira. Tem que ter um peixe, você está no Brasil!”, disparou.
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Insatisfação com as exigências
Em seu relato, o profissional também contou que estava insatisfeito com as exigências dos responsáveis pela organização do jantar, que acontecerá no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro e contará com a presença de nomes famosos como a modelo Gisele Bündchen.
“Foram algumas semanas de negociações, eu estava insatisfeito com isso [a restrição] e decidi por declinar, com muita educação, gratidão e respeito. Meu trabalho tem que ter um pouco de amazonidade, principalmente os peixes, valorizando milhares de famílias que subsistem da pesca”, explicou.
“Sou o primeiro embaixador da ONU representando a comida amazônica, tenho a missão de levar nossa comida para outros países. Fico feliz que pegaram um chef do Brasil e que, de qualquer maneira, estão valorizando a nossa culinária”, finalizou.
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