"ISSO NON ECZISTE"
Dia da Mentira: Padre Quevedo, o religioso que desmascarava charlatões
Jesuíta espanhol radicado no Brasil se especializou em parapsicologia e em desvendar truques de curandeiros e místicos
Por Jair Mendonça Jr

Nascido em Madri, Espanha, em 15 de dezembro de 1930, Óscar González-Quevedo Bruzón, mais conhecido como Padre Quevedo, foi um religioso jesuíta, parapsicólogo e professor. Ele foi o criador do bordão “Isso non ecziste”. Ficou famoso no Brasil por constantemente ser convidado para participar de programas de auditório para dar explicações sobre fenômenos desconhecidos.
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Em uma de suas entrevistas, Quevedo disse: “Dediquei toda a minha vida a explicar esses fenômenos da parapsicologia que são espontâneos”. Em 2003, em um de seus encontros mais cômicos, o religioso e o autoproclamado reencarnação de Jesus Cristo, denominado de Inri Cristo, protagonizaram um dos episódios mais comentados da TV brasileira.
"Eu não faço milagres. Inri muito menos!"
Ambos discutiam sobre religião quando Padre Quevedo desafiou Inri a dobrar seu dedo indicador por dez mil dólares. Inri, por sua vez, respondeu "Eu não vou mexer no dedo dele porque é um dedo imundo. Sei onde ele anda metendo esse dedo e por esse motivo não vou mexer no dedo dele". Sua declaração causou gargalhadas em todos presentes na gravação do programa. Como resposta, Quevedo se direcionou à plateia: "Vocês imaginam Jesus Cristo dizendo essa grosseria?".
Embate com João de Deus
Outro momento que ganhou grande repercussão no país foi quando ele foi ao encontro do “médium” João de Deus. Um jornalista questionou o padre: “O senhor se acha capaz de desmascarar as curas espirituais praticadas pelo curandeiro João de Deus, que atua em Abadiânia, nas proximidades de Brasília?
Em resposta, Quevedo disse: “O João de Abadiânia é pura farsa, todo mundo sabe. Eu já fui lá e ele fugiu. Ele diz que incorpora o espírito do jesuíta Santo Inácio de Loyola”
Homem de formação religiosa, Padre Quevedo não era propriamente um cético — acreditava nos milagres reconhecidos pela Igreja ("Mas não ocorrem na proporção que muita gente acredita") e numa ressurreição católica.
“Quando morremos, vamos trocando esse corpo corrompível e vamos ressuscitando num incorruptível, glorioso”, afirmou em entrevista a Jô Soares. “Mas esse corpo glorioso, espiritualizado, não se pode ver. Não existe espírito de mortos. Há homens vivos e mortos”, completou.
Ele zombava dos que criam em reencarnação, demônios e temas correlatos, mas acreditava em fenômenos paranormais como a telepatia e a telecinese -- a capacidade de mover objetos à distância (desde que não maior do que 50 metros, segundo ele), com o poder da mente.
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