ANÁLISE ESTATÍSTICA
Bahia chega mais e erra mais: os números do duelo com o Inter pelo G-5
Os times se enfrentam no Estádio Beira-Rio neste sábado, 8, pela 33ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

O Bahia se segurou no G-5 mesmo perdendo de 3 a 0 para o Atlético-MG na última rodada - mas precisa lutar se quiser se manter por lá. Agora, o desafio é contra o Internacional, com o Esquadrão entrando em campo no Beira-Rio neste sábado, 8, às 18h30, pela 33ª rodada do Brasileirão e os três pontos.
O confronto coloca frente a frente duas equipes de proposta semelhante, pautada em posse de bola, passes curtos e construção pelo meio, mas com desempenhos diferentes na execução.
O Bahia tenta confirmar o bom momento como mandante, enquanto o Inter busca se reencontrar com a solidez que marcou fases anteriores do campeonato.
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Bahia mais criativo e goleador
Os números ofensivos mostram um Bahia mais produtivo. Em 32 jogos, o time de Rogério Ceni marcou 42 gols, média de 1,3 por partida, contra 35 do Internacional, com média de 1,1.
O tricolor baiano também soma mais assistências, com 29 contra 20 dos colorados. Essa diferença traduz uma equipe que tem mantido o padrão de movimentação ofensiva, com articulação entre meio e ataque.
Nos chutes certos por jogo, o equilíbrio é grande. São 4,6 para o Inter e 4,4 para o Bahia, proximidade que mostra que ambos conseguem finalizar com frequência, mas o aproveitamento do Bahia em gols por partida revela maior eficiência nas conclusões.
Nas grandes chances criadas, o Inter registra 2,2 por jogo e o Bahia 2,3 - um empate técnico, ainda que o tricolor desperdice um pouco mais, com 1,6 chance perdida por jogo contra 1,3 do time gaúcho.

A leitura é simples. O Bahia chega mais, mas também erra mais, e o Inter chega menos, mas é mais seletivo, e o desenho tático reflete isso. O Esquadrão tem priorizado a posse paciente e o jogo posicional para abrir espaços, o que naturalmente gera mais volume e, consequentemente, mais desperdício. Já o Internacional, com um futebol mais direto, tenta concluir de forma mais cirúrgica, apostando em jogadores de definição rápida.
Bahia dita o ritmo, Inter se adapta
Quando o assunto é posse e passe, o Bahia confirma a identidade de time que quer controlar o jogo. A média tricolor é de 54,5% de posse, contra 51,1% do Internacional. O Bahia também acerta mais passes, com 401,7 por partida, com 86,2% de precisão.
O Inter, por sua vez, soma 372,1 passes certos, a 84,1%, números que deixam claro que as duas equipes valorizam a bola, mas o Bahia a usa com maior qualidade e volume.
Essa superioridade técnica se mantém nos passes longos. O Bahia acerta 17,3 por jogo, com 54,6% de aproveitamento, enquanto o Internacional completa 17,5, mas com 52,4% de acerto.

A diferença é pequena, mas mostra que o Bahia tem mais consistência na variação e consegue mudar o corredor sem perder a bola, o que pode ser decisivo contra um adversário que se defende bem em bloco médio.
Na prática, isso indica que o Bahia deve tentar se impor em casa com posse sustentada e paciência, enquanto o Internacional buscará equilibrar o controle, mas sem se expor. O jogo promete longas trocas de passes, ritmo controlado e ênfase nas transições curtas.
Inter dependente do volume defensivo
Defensivamente, os números indicam vantagem para o Bahia. O time baiano sofreu 38 gols (1,2 por partida), enquanto o Internacional levou 44 (1,4 por jogo). Além disso, o Bahia tem 11 jogos sem sofrer gols, contra 7 do Inter, sinal de que o sistema defensivo tricolor, mesmo sob pressão, tem conseguido se ajustar e proteger melhor a área.
No volume de ações defensivas, porém, o Internacional aparece mais ativo. São 18,5 desarmes por jogo contra 16,1 do Bahia, e 8,5 interceptações frente a 7,6 do time baiano, indicando que o Inter defende de maneira mais reativa, quebrando jogadas no meio e tentando sair em velocidade. Já o Bahia aposta em um sistema mais posicional, que tenta reduzir espaços sem necessariamente precisar roubar tantas bolas.
Nos cortes, o equilíbrio é total: 24,9 para o Inter e 24,1 para o Bahia. Ambos preferem se defender na base do controle de área, sem excessiva exposição. A diferença está na regularidade, onde o Bahia é mais compacto e concede menos chances perigosas ao longo do jogo.

Um dado que pode pesar é o dos pênaltis concedidos. O Inter sofreu apenas um em todo o campeonato, enquanto o Bahia já cedeu três. Isso reflete um time gaúcho com menos desatenções individuais e maior controle na defesa dentro da área.
Já o Bahia, mais agressivo em algumas fases do jogo, corre o risco de cometer faltas desnecessárias na zona perigosa.
Nos números dos goleiros, o equilíbrio é pequeno. Ronaldo registra 2,9 defesas por jogo, e Sergio Rochet, 2,7. Ambos exigem pouco de seus arqueiros, o que confirma a boa estrutura tática das duas equipes.

Inter marca mais, Bahia controla melhor
Os números de desarmes totais por partida com aproveitamento são quase idênticos, registrando 50,6 ações do Inter, com 47,2% de acerto, e 50,8 do Bahia, com 50,5% de sucesso. A diferença é qualitativa. Aqui, o Bahia vence mais duelos e erra menos, o que demonstra eficiência maior nas disputas diretas.
Nas faltas, no entanto, a discrepância é clara. O Internacional comete 15,1 por jogo, o Bahia apenas 12,1. O dado mostra que o time gaúcho é mais físico e interrompe mais jogadas, enquanto o Bahia prefere marcar por encaixe e posicionamento.
Esse dado pode pesar, já que o Esquadrão costuma aproveitar bem as bolas paradas ofensivas, e o Colorado, por vezes, oferece muitas oportunidades de cobrança.

Nos impedimentos, o Internacional tem 1,7 por partida, o Bahia 1,1. Ambos tentam explorar a profundidade, mas o tricolor é mais preciso no tempo de bola.
Os laterais e tiros de meta também ajudam a entender o ritmo das equipes. O Inter cobra 20,5 laterais por jogo e o Bahia 15,7, o que sugere que o time colorado disputa mais bolas nos corredores e força mais interrupções. Nos tiros de meta, o Bahia tem 7,4 por jogo e o Inter 6,7, sinal de leve vantagem territorial tricolor.
Na disciplina, o equilíbrio é total. Ambos somam 2,3 cartões amarelos por partida e cinco vermelhos ao longo da temporada, o que demonstra um jogo de marcação controlada, sem grandes excessos, mas com intensidade constante.

Controle contra eficiência
O confronto entre Bahia e Internacional se desenha como um duelo de estilos semelhantes, mas em fases distintas. O Bahia chega com mais confiança, melhores números ofensivos e uma defesa que evoluiu ao longo do campeonato. O Inter, por sua vez, ainda oscila, alternando boas atuações com quedas de rendimento.
O Esquadrão tem mais posse (54,5% contra 51,1%), mais passes certos (401,7 contra 372,1) e mais gols (42 contra 35). O Inter, por outro lado, intercepta mais, desarma mais e comete mais faltas, indícios de uma equipe que tenta compensar a instabilidade técnica com força e entrega.
Se o Tricolor conseguir transformar a posse em infiltrações e aproveitar a paciência do toque curto, pode dominar o jogo e construir o triunfo mesmo fora de casa. O Internacional, por sua vez, deve apostar na transição e no erro adversário, explorando espaços quando o Bahia adiantar suas linhas.

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