ANÁLISE ESTATÍSTICA
Bola e coração: Qual vencedor as estatísticas apontam no Ba-Vi
Vitória e Bahia se enfrentam nesta quinta-feira, 16, às 21h30, no Barradão, pela 28ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

Todo torcedor apaixonado tem guardada debaixo do braço alguma estatística para garantir que seu time é o melhor na dupla Ba-Vi. Em semana de clássico, então, os números e dados preenchem as conversas que antecedem o jogo da próxima quinta-feira, 16, com Bahia e Vitória se enfrentando no Barradão pela 28ª rodada do Brasileirão.
Enquanto o Rubro-Negro tenta reagir após a derrota para o Vasco e fugir da zona de rebaixamento em que ocupa a 17ª posição com 25 pontos, o Tricolor chega embalado por triunfos contra Flamengo e Palmeiras e tenta voltar ao G-4 com seus 43 pontos.
Nos números gerais, o Bahia demonstra um desempenho mais equilibrado, especialmente em posse de bola e eficiência ofensiva, enquanto o Vitória se apoia em volume de cortes e intensidade defensiva para tentar neutralizar o rival.
Leia Também:
Bahia produtivo, Vitória perigoso
No setor ofensivo, a diferença é clara. O Bahia soma 34 gols em 26 partidas, com média de 1,3 gol por jogo, enquanto o Vitória marcou 24 em 27 jogos, média de 0,9. O Tricolor também lidera em assistências, com 22 contra 19, confirmando maior capacidade de criação coletiva.
Nas finalizações, o equilíbrio aparece: o Vitória acerta 4,1 chutes por partida, ligeiramente acima dos quatro do Bahia. No entanto, o time de Rogério Ceni é quem cria mais, com 2,2 grandes chances por jogo frente a 1,7 do adversário, ainda que também desperdice mais (1,5 grandes chances perdidas, contrastando com 1,1 do Leão da Barra).
Assim, o ataque tricolor é mais constante, mas o rubro-negro é eficiente quando acerta. O desafio para o time da casa, então, será transformar intensidade em efetividade diante de um rival que tem maior controle e precisão na construção.
Posse de bola: a paixão do Bahia
Não é novidade que o estilo de jogo do Esquadrão prioriza muito a posse de bola, e é justamente ela um dos indicadores mais contrastantes do clássico. O Bahia registra 54,4% de posse média, frente a 42,6% do Vitória. A equipe tricolor também troca mais passes, com 401,5 certos por jogo e 86% de acerto contra 283,1 e 81,7% do Rubro-Negro.
O domínio se estende às bolas longas. Nelas, o Bahia tem 17 lançamentos certos por partida (54,5%), enquanto o Vitória acerta 15,2 (45,6%). Essa diferença evidencia o estilo de jogo de cada time - se o Bahia prefere cadenciar e construir com paciência, o Vitória aposta em transições mais diretas e verticais, explorando justamente o erro do oponente.
Cortes ou solidez defensiva?
Defensivamente, o cenário se inverte em alguns aspectos. O Vitória é o time que mais corta bolas (29,6 por jogo), reflexo de um sistema que precisa reagir constantemente sob pressão. Já o Bahia se mostra mais compacto e equilibrado, com 24,4 cortes, mas maior número de interceptações (7,9 contra 7,2) e mais desarmes por partida (16,2 contra 14,8).
Nos números gerais, o Bahia sofreu 30 gols em 26 jogos (1,2 por partida), enquanto o Vitória levou 42 em 27 (1,6). A diferença defensiva também se reflete no número de jogos sem sofrer gols, estatística que marca nove para o Bahia e seis para o Vitória.

Além disso, o Tricolor comete menos pênaltis (dois contra quatro) e exige menos de Ronaldo, que faz cerca de três defesas por jogo contra 3,6 de Lucas Arcanjo. O Vitória, por outro lado, compensa com entrega, fazendo mais faltas (14,8 a 12,8), mais impedimentos (1,9 a 1,1) e maior volume de ações defensivas - uma equipe que sofre, mas luta até o fim.
Ba-Vi de cartões?
Outra característica inegável da rivalidade entre Bahia e Vitória são os vermelhos. Cor presente nas bandeiras dos dois times e em muitos cartões nos confrontos do clássico baiano, as penalidades de expulsão são muito comuns em Ba-Vis, e os números acompanham a lógica.
O Vitória soma 2,8 cartões amarelos por partida e seis vermelhos ao longo da competição, enquanto o Bahia tem 2,3 amarelos e quatro expulsões. O dado reforça o quanto o Rubro-Negro precisa controlar o ímpeto em jogos decisivos - especialmente em clássicos como o Ba-Vi, onde o detalhe faz toda a diferença.
Além disso, o Bahia lidera levemente em desarmes totais (50,6 a 48,1), mantendo quase o mesmo aproveitamento (49,8% contra 49,4%). Já nos laterais, o Vitória mostra volume, com 17,9 por partida frente a 15,5 do rival, o que reforça o estilo mais direto e territorial.
Quem chega melhor?
Para o Ba-Vi 504, os números mostram um Bahia mais equilibrado e técnico, com superioridade em posse, criação e eficiência defensiva. O Vitória, por sua vez, chega com maior volume físico e disposição tática, mas precisa ajustar o sistema defensivo e aproveitar melhor as oportunidades.
No Barradão, onde a força da torcida costuma pesar, o clássico promete ir além dos dados. Será o encontro entre o controle tricolor e a vontade rubro-negra - e como sempre, no Ba-Vi, os números podem até contar a história, mas o campo é quem escreve o final.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes