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COLETIVA

Ceni replica feito histórico e conquista Baianão e Nordestão no Bahia

O técnico igualou o feito de Evaristo de Macedo em 2001 ao conquistar o penta da Copa do Nordeste

Marina Branco

Por Marina Branco

07/09/2025 - 9:33 h
Elenco comemorando título com Ceni
Elenco comemorando título com Ceni -

Há nove anos, Rogério Ceni começava sua carreira como treinador. De lá para cá, entre Brasileirão Série A, Supercopa, Série B, Cearense, Carioca, Baiano e Copa do Nordeste, já são nove títulos na conta do técnico do Bahia, que cada vez mais escreve seu nome na história do clube.

"Para mim, o Bahia é uma extensão da minha casa. Vivo intensamente o clube, não só os atletas, mas todos. É só assim que se vence: criando vínculos, amizade, gestão de pessoas. O Bahia marca minha carreira como o São Paulo marcou como atleta, como o Fortaleza marcou como treinador. Cada clube teve seu espaço especial. Espero ainda entregar mais títulos aqui", se declara.

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Agora, Ceni adiciona o Nordestão ao currículo, vencendo o Confiança com um placar agregado de sonoros 9 a 1. Pela quinta vez, o Esquadrão é campeão nordestino, levantando a taça em plena Fonte Nova neste sábado, 6.

“Falo sempre para os jogadores que títulos, quando você chega em uma final, são especiais. Independentemente das circunstâncias ou da competição, é raro chegar tão longe. Vencer fica para a história do clube. Um ano com título estadual e Copa do Nordeste, como foi em 2001 pela última vez, é especial", comemora Ceni.

"Quarta-feira (dia da volta da semifinal da Copa do Brasil) eu completo dois anos aqui. Fico contente porque traz confiança também para o jogo importante da Copa do Brasil. E fica registrado: o Bahia se tornou o primeiro clube do Nordeste a conquistar cinco vezes a competição", celebra.

"É especial para o torcedor, que lotou o estádio com quase 49 mil pessoas. Lógico que as finais foram com placares elásticos, mas as quartas e semifinais foram muito pesadas, contra clubes tradicionais da Série A. Hoje o jogo foi mais acessível pelo resultado da ida, mas fico feliz de deixar meu nome junto com os atletas na história do Bahia", afirma.

Entrando para a história

Ceni, agora, se tornou o segundo técnico da história do clube a conseguir vencer o Campeonato Baiano e a Copa do Nordeste na mesma temporada, junto ao histórico Evaristo de Macedo.

“O Evaristo de Macedo é uma figura especial, não só como treinador, mas como personagem do futebol, com vínculo fantástico com o Bahia. Espero que ele seja para sempre o maior treinador do clube. Foi atleta excepcional, humano, alegre, extrovertido, um ídolo. Ser comparado a ele já me deixa orgulhoso", elogia.

"Mudou muita coisa do Rogério jogador para o treinador. Essa função é muito mais desgastante. Como atleta, você pensa em si mesmo, assume seus erros. Como técnico, todas as decisões impactam a vida de outros. É prazeroso, mas desafiador. No Brasil, é difícil pela rotatividade. Só sei que, se eu me entregar de verdade, pode dar certo. O dia que não fizer meu melhor, saberei a hora de ir embora", conta.

Elenco de valor

Muito além da relação com ídolos antigos, Ceni mantém uma conexão forte com os ídolos atuais do clube. Um deles, Danilo Fernandes, goleiro que viveu o rebaixamento e o acesso com o Bahia e foi colocado em campo por Ceni no segundo tempo da final para viver o título com o Tricolor.

“O Danilo Fernandes é um cara fantástico, já caminha para a reta final da carreira, mas foi muito importante em um momento de instabilidade no ano passado, quando nos ajudou a garantir a vaga na Libertadores", relembra Rogério.

"Eu queria retribuir tudo que ele representa: o jogador mais longevo do elenco, figura positiva todos os dias, que incentiva, que agrega. Era o momento dele estar presente. Tinha planejado isso, mas precisava garantir o equilíbrio físico da equipe. Como o jogo ficou tranquilo, consegui colocá-lo. Fico feliz que ele tenha terminado a partida se sentindo mais uma vez importante para a história do clube", finaliza.

Além de Danilo, outros atletas tiveram na final um jogo inesquecível. Um deles, Cauly, que vinha vivendo uma relação conturbada com a torcida que se acostumou a vaiar o atacante praticamente em todos os jogos.

Jogadores jogando balde de gelo em Ceni
Jogadores jogando balde de gelo em Ceni | Foto: Rafael Rodrigues I EC Bahia

"Sobre o Cauly, tinha uma simbologia especial esse jogo. Ele foi aplaudido, o que pode ser fundamental para a confiança dele. Talvez não tenha sido brilhante, mas é um jogador que pode decidir de repente. Não gosto de deixar atletas para trás, e tento preservar todos. Cauly é importante para o grupo, tem a amizade e o carinho de todos", diz Ceni.

Ceni olhou para todos os atletas, dentro e fora de campo, com carinho especial à dupla de ataque de Cauly e Lucho. “O Lucho Rodríguez é batalhador, nunca deixa de pressionar e se dedica muito. Tem aspectos técnicos a evoluir, mas é incansável. Fez gols em vários jogos, não só na Copa do Nordeste. Fico contente por ele, pela dedicação, pela entrega. É um cara que deixa tudo em campo", elogia.

"Rezende, Gabriel Xavier e Danilo também foram importantes nesses jogos finais. O Rezende mostrou qualidade jogando mais adiantado. Gabriel tem rodagem e disputa posição com o David. O Danilo já falei da importância no ambiente. São símbolos da força do grupo", reconhece.

Copa do Nordeste mais difícil que já existiu

A final foi marcada assim - respeito. Seja ao próprio time ou ao adversário, Ceni nunca deixou de valorizar ambos os elencos que conseguiram chegar à final do Nordestão com mais times de Série A na história.

"Pedi aos jogadores que respeitassem o adversário e levassem a sério o jogo, e eles o fizeram. O placar mostra isso. No intervalo, só ajustei a posição do Rezende para subir mais. O resto foi manter intensidade. O Confiança foi leal e competitivo, mereceu estar na final", elogia.

"Esse título é especial porque a competição teve cinco clubes da Série A. Não lembro de outra edição com esse nível. Isso mostra o tamanho da conquista. O Confiança também merece valorização, eliminou grandes equipes. Para mim, viver aqui na Bahia tem sido uma experiência de vida muito bacana", reconhece.

Pivetes de Aço na final

O calendário exaustivo que equilibra Brasileirão, Copa do Nordeste e Copa do Brasil exigiu do Bahia uma rotatividade intensa mesmo em jogos de final. Ela aconteceu, e os maiores beneficiados foram, talvez, os chamados Pivetes de Aço, que tiveram a chance de brilhar em jogos importantes.

Na Fonte, foram apenas dois titulares cativos em campo, rotacionando muito o time com novos nomes. Um deles, Sidney, que estreou pelo clube já na final. "Sobre o Sidney, foi a oportunidade que apareceu. Tivemos que poupá-lo do sub-20, e apesar da pressão de jogar uma final de última hora, ele foi bem", elogia Ceni.

"É competitivo, esteve conosco desde a pré-temporada em Manchester quando tinha 16 anos. Hoje ele guarda essa lembrança: estrear em uma decisão, ser campeão. Saiu por câimbras, o que é normal para a idade e a emoção", explica.

A base do Bahia é muito utilizada, mas também muito trabalhada: “Com as contratações e o tempo de trabalho, teremos um sub-20 muito forte no próximo ano, integrando até atletas do sub-17. Isso vai reduzir a necessidade de grandes contratações. O futuro do clube é esse. Talvez cinco ou seis atletas ganhem mais minutagem em 2026. Hoje já temos Thiago com três gols, artilheiro da Copa do Nordeste aos 19 anos, formado no clube. Fico muito feliz por ele".

Próximos passos

Agora, o Esquadrão se prepara para mais um desafio gigantesco - a volta das quartas de final da Copa do Brasil contra o Fluminense, dentro do Maracanã. Disputada nesta quarta-feira, 10, a partida pode ficar marcada na história do clube, que nunca chegou à semifinal.

"Eu aproveito de forma racional. Hoje desfruto com vocês aqui. Mas não dá para parar. O que fiz hoje já foi pensando em quarta-feira. Registro o título, mas já sigo pensando no próximo jogo", afirma Ceni.

"Contra o Fluminense, precisamos jogar no limite. Sem intensidade, não há chance. Tentamos equilibrar minutagem: demos ritmo ao Gilberto, poupamos Kaique, equilibramos os desgastados. Pena não ter Ademir e Pulga para esse momento. Mas vamos descansar e preparar tudo para buscar a semifinal da Copa do Brasil, que seria a cereja do ano", finaliza.

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Tags:

Copa do Nordeste EC Bahia Rogério Ceni

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