COPA DO MUNDO 2026
Classificação no tapetão? Entenda o caso que pode mudar vaga na Copa
Nigéria aciona a Fifa e questiona jogadores da RD do Congo nas eliminatórias

Por Redação

A vaga da República Democrática do Congo nos Playoffs Intercontinentais da Fifa para a Copa do Mundo de 2026 está sob risco. A Nigéria entrou com uma ação formal na entidade máxima do futebol para contestar a escalação de nove jogadores que considera irregulares na eliminação das “Super Águias” nas eliminatórias africanas.
O confronto decisivo ocorreu no dia 16 de novembro, quando nigerianos e congoleses empataram no tempo normal e a RD do Congo venceu por 4 a 3 nas cobranças de pênaltis, garantindo presença na repescagem intercontinental, que classificará mais duas seleções para o Mundial dos Estados Unidos, Canadá e México. Antes disso, porém, a equipe congolesa ainda enfrentará o vencedor do duelo entre Nova Caledônia e Jamaica.
A iniciativa da Nigéria se soma a uma ação semelhante apresentada anteriormente por Camarões, que também questionou a Fifa sobre o uso de atletas nascidos na Europa que passaram a defender a RD do Congo com base em regras de dupla nacionalidade.
Segundo a Federação Nigeriana de Futebol (NFF), o problema está no fato de a Constituição da República Democrática do Congo não reconhecer dupla cidadania. Para os nigerianos, os atletas contestados não teriam cumprido todo o processo de renúncia à nacionalidade europeia antes de se tornarem elegíveis para defender a seleção africana.
“As regras da República Democrática do Congo são claras e dizem que os jogadores não podem ter dupla nacionalidade”, disse o secretário-geral da NFF, Mohammed Sanusi, na última terça-feira, 16.
Muitas deles têm passaportes europeus. Muitos deles são franceses, outros são holandeses. E as regras são muito claras. Não podemos dizer nada mais do que isso agora, mas iniciamos uma ação formal na Fifa
Sanusi também destacou o tempo recente de obtenção da documentação por parte de alguns atletas. “Há jogadores (da RD do Congo) que conseguiram o passaporte (congolês) deles há apenas três meses. Então, nós encaramos isso como um desrespeito ao regulamento. Foi por isso que tomamos a decisão (de ir à Fifa)”, complementou.
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Do ponto de vista da Fifa, porém, a regra é diferente. A entidade exige apenas que o atleta possua passaporte válido do país que pretende representar. Como os jogadores apresentavam documentação regularizada, a liberação para atuação foi concedida. Sanusi reconhece esse ponto, mas sustenta que a Fifa foi induzida ao erro.
“As regras da Fifa são diferentes das regras da República Democrática do Congo. Foi por isso que a Fifa deu o OK a eles [jogadores]”, bradou. “As regras da Fifa dizem que se você tiver o passaporte nacional, você está apto a jogar. Do que temos conhecimento, eles possuíam os passaportes, e é por isso que foram liberados pela Fifa. Mas nosso entendimento é de que a Fifa foi enganada a dar a liberação a eles, porque não é responsabilidade da Fifa fazer a Constituição do Congo ser cumprida. A Fifa tem suas próprias regras, e foi com base nelas que deu a liberação aos jogadores. Mas nosso entendimento é que isso aconteceu de forma fraudulenta”, disparou.
A Fifa ainda não respondeu oficialmente à NFF, mas de acordo com informações da ESPN, o caso está “sob investigação”. Uma definição é aguardada antes da disputa dos Playoffs Intercontinentais, prevista para março do próximo ano. Caso a Nigéria obtenha ganho de causa, a RD do Congo será eliminada no “tapetão”, e os nigerianos ficarão com a vaga na repescagem.
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