ANÁLISE ESTATÍSTICA
Compartilhando fragilidades: o que aproxima Vitória e Grêmio
Os dois times se enfrentam na Arena Grêmio neste domingo, 28, pela 25ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

As situações de Vitória e Grêmio na tabela não são parecidas - enquanto o Tricolor está em décimo primeiro e mira na primeira metade da tabela, o Rubro-Negro aparece na 17ª posição, ocupando a zona de rebaixamento e tentando fugir do vermelho mais uma vez.
O caminho está tentando se desenhar. Pela quarta vez no ano, o Vitória trocou de técnico, chamando Jair Ventura, que já ajudou o Botafogo e o Juventude a ressurgirem em fases difíceis, para recuperar o Vitória, tentando quebrar um tabu logo de cara.
Nas 24 rodadas do Brasileirão disputadas até aqui, o Leão da Barra só conseguiu vencer as que jogou dentro do Barradão. Logo na estreia, Jair recebe a missão de ganhar um jogo fora de casa pela primeira vez na temporada, indo à Arena do Grêmio neste domingo, 28.
Leia Também:
Estatisticamente, no entanto, o duelo confronta duas realidades semelhantes: dois times que lutam contra a irregularidade, com ataques pouco produtivos, defesas vulneráveis e estatísticas que traduzem bem o motivo de suas posições na tabela.
Ambos os clubes chegam ao confronto com 24 partidas disputadas. O Grêmio marcou 24 gols e sofreu 30, enquanto o Vitória balançou as redes apenas 19 vezes e foi vazado em 35 oportunidades.
Na média, o Tricolor gaúcho registra 1 gol por jogo, contra 0,8 do Rubro-Negro. Defensivamente, os dois também sofrem bastante: o Vitória leva 1,5 gol por partida, e o Grêmio, 1,3.
Pouca criação e baixa eficiência
Falando de ataque, os números ofensivos mostram fragilidade em ambos os lados. O Vitória, apesar de marcar menos, finaliza mais vezes no alvo: 4,2 chutes certos por jogo contra 3,9 do Grêmio. Isso indica que o Rubro-Negro até consegue chegar ao gol adversário, mas peca na conversão.
Já nas grandes chances criadas, o Grêmio leva vantagem (2,0 a 1,6), embora ambos desperdicem em proporção semelhante (1,3 x 1,2). A eficiência é, portanto, um problema compartilhado.
As assistências também revelam equilíbrio: 13 para o Grêmio e 15 para o Vitória, números baixos para duas equipes que têm encontrado dificuldade em transformar posse e finalização em gols.
Jogo de passes: equilíbrio em meio à pouca posse
Outro dado quase idêntico entre os dois é a posse de bola - 44,5% para o Grêmio, 43,3% para o Vitória. Ambos ficam abaixo da média da Série A, reforçando a dificuldade em controlar os jogos.
Nos passes, também há equilíbrio, com 297,8 certos para o Grêmio (81,0% de acerto) contra 289 do Vitória (81,8%). A ligeira superioridade baiana na precisão, no entanto, é compensada pelo maior volume gremista, equilibrando os dois times.
Nas bolas longas, mais uma igualdade: 14,8 do Grêmio (44,4% de acerto) contra 15,6 do Vitória (45,9%). São equipes que recorrem bastante ao passe direto, evidenciando a pouca capacidade de progressão sustentada.
Números altos, brechas frequentes
O setor defensivo também mostra vulnerabilidades para ambos os times. Enquanto o Vitória passou cinco jogos sem sofrer gols, o Grêmio chegou a quatro, com o Leão sofrendo 1,5 gol por jogo e o Tricolor tomando 1,3.
Nos fundamentos, o Grêmio se sobressai em desarmes (18,8 contra 14,7) e interceptações (8,8 e 7,6). Já o Vitória aparece mais próximo no número de cortes, marcando 28,5 contra 29,6.

Um ponto que preocupa o Tricolor gaúcho é a disciplina defensiva dentro da área: até aqui, o time já cometeu seis pênaltis no campeonato, o dobro do Vitória com apenas três, o que ajuda a explicar parte dos gols sofridos.
Os goleiros também são exigidos. Lucas Arcanjo precisa de 3,7 defesas por jogo, contra 3,1 de Tiago Volpi, sinal de que o sistema rubro-negro deixa mais brechas para finalizações perigosas.
Quem se comporta melhor?
Fora das estatísticas de jogadas, os dois se equilibram quase perfeitamente em termos de disciplina. Ambos têm média de 2,7 cartões amarelos por partida e já receberam quatro vermelhos cada até aqui.
No jogo físico, o Vitória faz mais faltas, marcando 14,9 frente a 13,9, mas também aparece mais em impedimentos, com 1,8 contra um. Curiosamente, os dois times têm média idêntica em laterais (18,5 por jogo). Nos tiros de meta, outra igualdade: 8,5 para o Vitória, 8,4 para o Grêmio.
Equilíbrio e momentos distintos
A análise estatística, então, aponta para um confronto equilibrado, não pela força, mas sim pelas fragilidades compartilhadas. O Grêmio marca mais, cria mais chances e se defende com números ligeiramente melhores, mas é vulnerável em pênaltis e sofre com baixo volume ofensivo.
O Vitória, por sua vez, mesmo tendo um ataque menos eficiente, finaliza mais no alvo e conta com maior precisão de passes, embora sofra mais gols e exponha seu goleiro constantemente.
Os números indicam que o duelo na Arena Grêmio tende a ser travado, com duas equipes buscando um respiro em meio a campanhas instáveis. Aqui, a eficiência - seja para transformar chances em gols ou evitar falhas defensivas - deve ser o fator decisivo.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes