CONCLAVE
Conheça os candidatos a Papa apaixonados por futebol
Cardeais vão de comentarista de esporte em programa de rádio a primo de jogador e fã de CR7
Por Marina Branco

Fieis do mundo inteiro estão se voltando para Roma nesta quarta-feira, 7, para acompanhar o conclave, o processo de escolha de um novo Papa. Com a morte de Francisco no dia 21 de abril, logo após a Páscoa cristã, um novo líder da Igreja Católica será eleito pelos cardeais, e não demorou até que os candidatos favoritos começassem a ser comentados nas redes sociais - alguns deles, conectados ao futebol.
Durante o período em que foi Papa, Francisco chamou a atenção da comunidade esportiva pelo amor que sempre teve e demonstrou ao futebol. Torcedor fiel do San Lorenzo, clube argentino que ganhou sua primeira e única Libertadores no ano em que Francisco se tornou Papa, o pontífice tirou fotos com o troféu da Liberta, conheceu diversos jogadores famosos e nunca deixou de reafirmar seu amor pelo clube.
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Agora, com novos candidatos a Papa, outros times podem ser consagrados com um torcedor especial caso um cardeal relacionado ao futebol seja eleito como sucessor. De comentarista em programa de esporte a primo de goleiro e fã de Cristiano Ronaldo, os candidatos ao cargo mais alto do catolicismo têm diversas conexões com o futebol.
Os cardeais da Série A italiana
O Arcebispo de Bolonha, Matteo Zuppi, por exemplo, é assumidamente torcedor da Roma, cidade onde nasceu. Um dos mais liberais, Zuppi tem até mesmo fotos dentro de campo com jogadores, usando as vestes de cardeal. Em 2001, o candidato a Papa chegou a protagonizar uma situação inusitada, quando a Roma foi campeã da Série A italiana pela última vez, ganhando um scudetto.
Na ocasião, os torcedores romanos foram comemorar em frente à igreja de Zuppi, pedindo a ele para tocar os sinos em comemoração. O padre não obedeceu, afirmando que não podia quebrar as regras da igreja, e foi amplamente criticado pela decisão, sendo chamado até mesmo de laziale, ou seja, torcedor do Lazio, clube rival do Roma.
Atualmente Arcebispo de Bolonha, Zuppi pegou gosto pelo clube local, e chegou a dizer que não deixará a cidade enquanto o time não vencer a Série A italiana. No entanto, se for eleito Papa, precisará quebrar sua promessa.
Desde que chegou a Bolonha, Zuppi é chamado de "Bergoglio italiano", em referência ao nome de batismo de Francisco, por ser considerado, como ele, um "padre de rua", dedicado aos pobres e migrantes. A simplicidade do cardeal é tanta que ele costuma andar pelas ruas italianas de bicicleta ao invés de carro.

Ainda na Itália, o candidato a Papa Pierbattista Pizzaballa, atual Patriarca Latino de Jerusalém, carrega o futebol até mesmo no sangue. Isso porque o cardeal é sobrinho de segundo grau de Pierluigi Pizzaballa, goleiro do Atalanta que já disputou mais de 300 jogos na Série A italiana.

Pizzaballa é o primeiro cardeal de Jerusalém que pode ser eleito Papa, levando representatividade aos conflitos ocorrendo na Faixa de Gaza, que já visitou duas vezes desde o início da guerra.

O cardeal fã de Cristiano Ronaldo
Saindo da Série A italiana, um conterrâneo de Cristiano Ronaldo é um dos concorrentes ao cargo mais alto da Igreja Católica. Natural da Ilha da Madeira, em Portugal, o cardeal José Tolentino Mendonça, conhecido popularmente como “cardeal poeta”, era muito amigo de Francisco e está na disputa, ainda que com poucas chances de vencer.
Mas por que “cardeal poeta”? Ao longo de toda a vida, Mendonça criou o costume de escrever ensaios diversos, tratando de muitos temas - dentre eles, o futebol. Para ele, o esporte é um “fenômeno de substituição da experiência religiosa”.
O cardeal é tão engajado futebolísticamente que já chegou a participar de episódios de rádio comentando futebol, no programa “História do Desporto Athletica Vaticana”, na Rádio Vaticano.

Na ocasião, ele deixou bem claro sua preferência pelo português cinco vezes eleito melhor do mundo na Bola de Ouro. “Cristiano ultrapassou os obstáculos que teve de enfrentar: uma situação de pobreza, de marginalização social”, comentou.
“Ele tem a capacidade de se entregar a uma paixão. Colocou o seu coração, a sua vontade, e fez crescer esse grande amor como pessoa. É um escultor da sua alma”, elogiou o cardeal.
Atualmente, o cardeal é prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação, cargo ao qual foi nomeado pelo próprio Papa Francisco.
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