CONVOCADO
Da várzea à Seleção: como Juba se tornou destaque no Bahia e no Brasil
Luciano Juba foi convocado como lateral-esquerdo da Seleção Brasileira na última Data Fifa de 2025

Por Marina Branco

Quanto é possível mudar a própria vida em seis anos? Em 2019, talvez nem mesmo ele tivesse ideia do que faria nos anos seguintes - mas, hoje, o menino que há seis anos jogava futebol de várzea sob o nome do Bahia é muito mais do que um jogador do Esquadrão. Luciano Juba é jogador de Seleção.
Há 26 anos atrás, Luciano Batista da Silva Júnior nascia em Serra Talhada, Pernambuco. Ainda criança, como tantos brasileiros, se apaixonou pelo futebol, e começou a jogar na várzea, em clubes amadores próximos à sua comunidade.
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Passando por alguns clubes de várzea, Luciano alcançou feitos maiores quando chegou ao Bahia Curado, clube de bairro que, em 2019, ano de chegada de Luciano, foi campeão da Liga União de Futebol Amador de Pernambuco, com um dos dois gols da final contra o Corinthians do Alto do Capitão na conta do jogador.
"É um time do bairro onde moro, clube que sempre joguei na várzea. Os caras me chamaram para jogar e eu fui, sempre jogava lá. Agora tô com a camisa do Bahia mesmo e estou bastante feliz", relembra Juba.
O 46
Do futebol de várzea, Juba achou seu caminho até a base do Sport, clube de Recife que o colocou no panorama nacional e deu a ele seu icônico número 46, marca registrada do jogador.
Quando subiu da base no Sport Recife, lhe deram esse número, e ele escolheu mantê-lo por acreditar que "deu sorte". O número foi tatuado no braço, levado na camisa, "foi dando sorte e hoje está tatuado aqui e para onde for vai ser o número 46 agora", conta Juba.
Ainda no Sport, Juba já apresentava um altíssimo nível de produção ofensiva. Atuando em posições mais adiantadas, como meia ou ponta esquerda, se destacou com muitos gols e assistências entre as Séries A e B.

Ainda no Sport, Juba chegou a ser emprestado ao Confiança em 2021, jogando 16 partidas, marcando um gol e dando uma assistência pelo clube sergipano. Com o empréstimo terminado, ele voltou ao Sport, assumindo a ponta-esquerda entre 2022 e 2023.
Jubinha frete grátis
Chegou, então, o convite que mudaria os rumos da carreira recente de Juba - o contrato com o Bahia, feito gratuitamente. Chegando ao Esquadrão de Aço na metade de 2023 como o último reforço da equipe do técnico Renato Paiva e com o apelido de "Jubinha Frete Grátis" por não ter custado ao Bahia, bastou vestir novamente a camisa tricolor para que ele se transformasse em um dos principais destaques do time.
O Bahia ia conhecendo Juba e o número 46 que vinha do Sport entre as cores que acompanhavam o craque desde a várzea, enquanto o próprio Juba ia se conhecendo ao entender as necessidades do time.

Foi assim que, com a troca de técnico e a chegada do comando de Rogério Ceni, Juba foi remanejado do ataque para a lateral esquerda, sua posição de origem e produtividade mais destacada.
Tudo deu certo. Com três gols e cinco assistências em 61 jogos na temporada de 2024, Juba cresceu ainda mais em 2025, acumulando 56 jogos, seis gols e oito assistências, totalizando 4.260 minutos em campo.
Com o Bahia, Juba realizou alguns sonhos. Conheceu o topo da Série A, jogou Libertadores, Sul-Americana, levantou taças de Baianão e Copa do Nordeste. O maior sonho da vida, no entanto, ainda não tinha sido realizado - até aqui.
Luciano Juba, lateral-esquerdo da Seleção Brasileira
O reconhecimento do trabalho do menino que saiu do futebol de várzea ao topo do país em seis anos veio em forma de convocação para a Seleção Brasileira, maior meta da carreira de acordo com o próprio Juba no documentário "É Assim que se Resume a sua História", do Bahia.
Na voz de Carlo Ancelotti, um dos maiores técnicos do mundo, o nome de Juba foi convocado e elogiado, consagrando a conquista do tricolor. "É um jogador com perfil técnico muito importante, fez uma assistência muito boa para o gol do Bahia. Um jogador que pode jogar por dentro, como lateral-esquerdo. Está indo muito bem com o Bahia", elogiou.
Do lado de Juba, sem palavras analíticas - a emoção tomou conta e protagonizou a convocação do jogador. "Desde criança, abri mão de muita coisa para me profissionalizar no futebol", escreveu.
"Por mais que estivesse distante, nunca desisti de lutar pelos meus objetivos e sonhar cada vez mais alto. Hoje posso dizer que realizo meu sonho de criança de ter a honra de vestir a camisa da Seleção Brasileira e vou dar o meu máximo para representar meu país. Vamos juntos, Brasil!", completou.
Juba está feliz, o Bahia está feliz, e a torcida, que volta a ver o Esquadrão com destaque nacional logo antes da Copa do Mundo, vive o sonho de ver o talento regional atingir o topo, os clubes do Nordeste formarem protagonistas, e a Seleção Brasileira ser lugar de tricolor.
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