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MISSÃO ALTITUDE

Bahia x The Strongest: entenda desafios enfrentados por atletas na altitude da Bolívia

Especialista explica compliações da altitude; Tricolor de aço se prepara para o desafio contra o Tigre na Libertadores

Por Téo Mazzoni

13/02/2025 - 12:00 h | Atualizada em 13/02/2025 - 12:13
Bahia realiza preparação com foco em melhorar o condicionamento cardiovascular e a capacidade aeróbica dos jogadores
Bahia realiza preparação com foco em melhorar o condicionamento cardiovascular e a capacidade aeróbica dos jogadores -

Cinco dias. Esse é o tempo que falta para o Esporte Clube Bahia entrar em campo na sua partida mais importante dos últimos 35 anos.

No dia 18 de fevereiro, às 21h30, pela 2ª fase da Libertadores da América, torcedores de todas as idades, sejam aqueles que imaginaram nunca mais ver um jogo dessa magnitude, aqueles que eram crianças, jovens, adultos e/ou idosos no período em que o Esquadrão entrou em campo pela última vez em uma ‘noite de Copa Libertadores’, ou os mais recentes, que não tiveram oportunidade de vivenciar essa experiência, poderão torcer pelo triunfo do Tricolor de Aço contra o The Strongest, da Bolívia.

O duelo, no entanto, conta com uma adversidade "especial", que aflige a torcida azul, vermelha e branca: a altitude. A partida será disputada no Estádio Hernando Siles, em La Paz, a 3.600 metros acima do nível do mar. Nessas condições, são impostos desafios significativos ao organismo do ser humano que não está acostumado, especialmente ao sistema respiratório e cardiovascular.

Por causa dessa adversidade, o Bahia tem realizado uma preparação especial com seus jogadores, que envolve três áreas fundamentais — nutrição, fisiologia e psicologia. O foco é melhorar o condicionamento cardiovascular e a capacidade aeróbica dos jogadores.

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Além disso, o clube definiu que os goleiros Danilo Fernandes e Marcos Felipe viajarão para a Bolívia com cinco dias de antecedência em relação ao elenco, visando que os atletas se adaptem as situações de jogo com os efeitos provocados pela altitude em La Paz, como a mudança de direção da bola e tempo de reação, além de gestos técnicos específicos da posição que serão aprimorados.

Imagem ilustrativa da imagem Bahia x The Strongest: entenda desafios enfrentados por atletas na altitude da Bolívia
| Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Para entender melhor os efeitos dessa condição sobre o desempenho dos atletas, o Portal A TARDE consultou o Prof. Dr. Ricardo Sales dos Santos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

O especialista explicou que, em altitudes elevadas, como em La Paz, a principal dificuldade enfrentada pelos atletas de alta performance é a “hipóxia hipobárica”, que ocorre devido à redução da pressão parcial de oxigênio no ar inspirado. Isso resulta em menos oxigênio disponível para a difusão nos pulmões, o que reduz a saturação arterial de oxigênio e impacta diretamente na capacidade aeróbica dos jogadores.

Prof. Dr. Ricardo Sales dos Santos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein
Prof. Dr. Ricardo Sales dos Santos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein | Foto: Arquivo pessoal

Ricardo destacou que a principal reação fisiológica do corpo ao chegar a uma cidade de altitude elevada, como La Paz, é a hiperventilação compensatória. Ou seja, o organismo tenta aumentar a frequência respiratória para compensar a menor oferta de oxigênio. Isso, no entanto, pode causar uma redução no nível de dióxido de carbono no sangue (hipocapnia), levando a uma alcalose respiratória transitória, que pode afetar o equilíbrio ácido-base do corpo e comprometer a performance muscular dos atletas.

Além disso, a menor oferta de oxigênio nos músculos impacta a capacidade aeróbica, prejudicando a produção de ATP, responsável pela energia necessária para os movimentos. Isso faz com que a resistência dos atletas diminua e a fadiga chegue mais rapidamente. Para tentar compensar, o coração precisa bombear mais sangue, o que resulta no aumento da frequência cardíaca, tanto em repouso quanto durante o exercício. Esse esforço adicional também eleva o consumo energético e prejudica a eficiência cardiovascular.

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O especialista também explicou que, ao longo do tempo, os atletas podem se adaptar à altitude, processo que envolve o aumento da produção de eritropoetina (EPO), um hormônio que estimula a produção de hemácias e, consequentemente, melhora o transporte de oxigênio. No entanto, essa adaptação leva dias ou semanas para se tornar efetiva, o que torna a aclimatação um fator crucial para os atletas que chegam à cidade boliviana com pouco tempo de antecedência.

Essa realidade fisiológica implica uma série de consequências para os jogadores do Bahia. O apontou que o VO₂ máximo dos atletas pode cair entre 10% e 15% devido à altitude, afetando a resistência física. Além disso, os jogadores podem sofrer de fadiga precoce, com o desgaste se tornando mais evidente e exigindo uma gestão cuidadosa do ritmo e da rotação dos atletas.

O risco de desidratação também é maior, já que o ar seco da altitude favorece a perda de líquidos pelo aumento da ventilação, além de sintomas como tontura, náuseas e dores de cabeça, característicos do mal da altitude, que podem afetar o bem-estar dos jogadores.

Para minimizar esses efeitos, o doutor destacou algumas estratégias que podem ser adotadas. Entre elas, a aclimatação prévia é fundamental, com uma recomendação de chegada antecipada de 4 a 7 dias para permitir uma adaptação fisiológica gradual. Outras estratégias incluem o uso de câmaras hiperbáricas ou treinos simulados, que ajudam a preparar o corpo dos atletas para a menor disponibilidade de oxigênio.

Imagem ilustrativa da imagem Bahia x The Strongest: entenda desafios enfrentados por atletas na altitude da Bolívia
| Foto: Catarina Brandão / EC Bahia

A hidratação adequada e a suplementação com ferro e antioxidantes também são essenciais para otimizar o transporte de oxigênio pelo corpo, além de uma adaptação tática, que pode envolver a redução do ritmo do jogo e a preservação da posse de bola, visando minimizar o desgaste dos jogadores.

O duelo do Bahia contra o The Strongest, na Bolívia, será transmitido pelo Paramount+, que tem contrato com a Libertadores até o final de 2026. O streamming, que custa R$ 27,90 no plano mensal, já divulgou o duelo em seu catálogo.

Para quem não tem assinatura do Paramount+, o Onefootball oferece cobertura em tempo real.

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Tags:

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