E.C.VITÓRIA
A fantástica fábrica de perder gols
Vitória vem sofrendo para fazer gols em 2025
Por Everton Santos

O duelo entre Vitória e Defensa y Justiça na última terça-feira, 6, fez transbordar o pouco de paciência que o torcedor ainda tinha com o time. Diante da equipe argentina, a fantástica fábrica de perder gols esteve aberta, comandada mais uma vez por Janderson, Fabri e Carlinhos.
Existe uma frase que ganhou notoriedade com o técnico Muricy Ramalho de que “a bola pune”. Para o Vitória, poderíamos criar outra que se encaixaria muito bem: gol custa caro. E o Leão anda gastando dinheiro sem acertar o alvo.
O Vitória vai para quase um ano em busca de um atacante que chegue para ser titular. Nesse momento você pode estar se perguntando, “opa, e Alerrandro?”. O ex-camisa 9 do Leão recebeu intervenção divina no segundo turno, pois até o fim do primeiro semestre, a sensação era clara de que precisava de outro jogador para o setor.
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O trio ternura
Entra jogo, sai jogo, e ver o comando de ataque do Vitória se tornou um teste de paciência para o torcedor. Sim, todo mundo sabe que existem problemas em outros setores da equipe, mas é incrível como Janderson, Fabri e Carlinhos possuem aquele ‘jeitinho encantador’ de mexer com o psicológico da torcida.
O homem do bigode, aquele mesmo que custou R$ 5 milhões, já fez 28 jogos em 2025, com oito gols marcados. Foram quatro no Baianão e três na Copa do Nordeste, e um na Série A. Bastou o nível subir que o castelo de areia desabou. Não bastasse a falta de qualidade no ataque, ele ainda vem comprometendo na defesa. A exemplo do jogo do Flamengo, onde ele achou que tinha incorporado Messi, tentou sair driblando na defesa, perdeu a bola e levou o gol.
Por outro lado, Fabri parecia que seria uma espécie de Zé Hugo do torcedor. Aquele xodó. Apelidado de Menino Maluquinho, o atacante só balançou as redes no Campeonato Baiano. Ainda deu uma boa assistência no duelo contra o Fluminense, mas seus melhores momentos são mesmo os de animador de torcida, quando levanta os braços para torcida por qualquer lance minimamente perigoso. Haja paciência.

E por fim, Carlinhos. Após a diretoria falhar na busca por um atacante, o ex-Flamengo desembarcou em Salvador com festa da torcida rubro-negra... a do Rio, que não aguentava mais assistir o atleta em campo. Sobrou para o Leão. Contra o Defensa ele teve pelo menos duas boas chances que fez a torcida lembrar da época que tinha jogadores como Moré, Fábio Saci e companhia.
Os três podem até somar poucos gols, o que vai de encontro a quantidades de chances perdidas. É só lembrar de jogos contra Cerro Largo, Flamengo, Ceará, Juventude, entre outros.
O trio ternura – parte 2
A possível eliminação precoce na Sul-Americana passa por outro trio, dessa vez fora de campo. Os maquinários da fábrica, Fábio Mota, Manoel Tanajura Neto e Thiago Carpini fizeram parte ativa da montagem do elenco em 2025. E também são culpados pela falta de gols.
As chegadas de nomes extremamente questionáveis, principalmente no setor de ataque acenderam a luz amarela na cabeça do torcedor. Ainda assim, o voto de confiança foi dado. Resultado, 22 contratações, dois times inteiros, e pouquíssimas unanimidades.
Além disso, adicione uma eliminação precoce na Copa do Brasil, time na zona de rebaixamento na Série A. E possível eliminação precoce na Sula. Isso sem contrar a perda do Bainão, que foi de fato para um time que hoje é superior. Ainda assim, no segundo jogo o Leão esbarrou na falta de qualidade dos jogadores.

Para completar, os discursos de Carpini e Mota ao longo da temporada irritam a torcida, que nos últimos 13 jogos só viu o time vencer uma vez.
Ainda como forma de gratidão pelo ano de 2024, ainda há quem defenda a permanência de Carpini, mas já há quem peça a saída do treinador, que chegou a ser chamado de burro nos últimos jogos.
A salvação
A quaresma do torcedor do Vitória ainda não passou, uma vez que há mais de 40 dias Renato Kayzer foi contratado para ser a solução, e só agora deixou o DM.
As expectativas em cima do atacante são preocupantes. Cotado como novo ‘Alerrandro’, Kayzer fez mais de dez gols durante a temporada na carreira em apenas duas oportunidades. Pode, e é melhor que os três atacantes citados ao longo do texto, mas vindo de lesão, chega mais como dúvida do que a resolução dos problemas.
Ainda que ele desande a fazer gols, a demora na busca por um atacante já trouxe prejuízos para o clube. E artilheiro da Série A, e o segundo turno que a equipe fez em 2024 não acontece todo ano. O maquinário vai precisar trabalhar para mudar o cenário, e quem sabe dar um pouco de paz a torcida.

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