ESPORTES
Eduarda Moura e Tallison 'Xicão' representam a Bahia no UFC Nashville
Pugilistas projetaram as lutas deste sábado em entrevista ao Portal A TARDE
Por Lucas Vilas Boas

O octógono vai tremer no próximo sábado, 12, com o UFC Nashville, sediado nos Estados Unidos, a partir das 19h. Como de costume, a Bahia estará sendo representada no maior palco de MMA do mundo com Tallison Teixeira, que fará a luta principal contra o norte-americano Derrick Lewis, e a sergipana Eduarda Moura, que moldou sua carreira no Galpão da Luta, em Salvador, e enfrentará a veterana Lauren Murphy, ex-desafiante ao cinturão.
Estreando no UFC somente em fevereiro deste ano, Tallison, também apelidado de 'Xicão', precisou de apenas 35 segundos para nocautear o experiente Justin Tafa e, após uma ascensão meteórica, tem a chance de liderar um card contra um dos nomes mais consagrados da categoria.
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Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, o pugilista projetou a luta contra o norte-americano e descreveu o adversário como "muito agressivo". De acordo com ele, no entanto, o cenário vai ser diferente no octógono do próximo sábado, apesar do adversário ter "um poder de nocaute muito grande".
"O Derrick é um cara muito é um agressivo, que gosta de jogar sujo, que é o tipo de cara que ele mesmo já deu entrevista falando que se ele precisar dar uma joelhada no saco do cara para poder parar um pouco a luta para ele respirar ele vai fazer. Se ele tiver que botar o dedo no olho do adversário ele vai colocar. Ele mesmo já falou esse tipo de coisa", disse o baiano.

"Só que comigo dessa vez ele não vai ter oportunidade de fazer isso, mas como eu falei, esse é malandro, a gente sabe o que fazer. Mas ele é um cara perigoso e você precisa parar na frente dele todos os caras aqui ficaram acompanhados. O cara que não pode subestimar, tem um poder de nocaute muito grande, não pode subestimar e não pode parar na frente dele", completou.
O público se acostumou a ver baianos representando no UFC e, para Tallison, o motivo extrapola o âmbito dos octógonos. De acordo com o pugilista, por viverem em uma realidade mais dura, marcada por esforço diário, as pessoas do Nordeste desenvolvem uma resistência natural.
"Porque, tipo assim, se você sai, principalmente eu falo agora da Bahia, se você sai da Bahia e vem pra São Paulo, vai pra São Paulo, todo mundo quer montar em cima de você, quer falar um bocado de groselhas, sempre tem aquele, tinha que ser baiano, tudo é zoação, tudo é sempre um problema. Eu acho que tipo assim, a forma que nós somos moldados de,eu sei que, como por dizer, de saber andar, de saber como se comportar, de ter uma vida um pouco mais, as pessoas do Nordeste, mais sofrida, ele já te blinda mais, sabe?", disse o lutador.
A fala relata as dificuldades enfrentadas por nordestinos, especialmente baianos, ao migrarem para lugares como São Paulo, onde são alvos de preconceito e estereótipos. Segundo Tallison, essa vivência fortalece sua capacidade de enfrentar desafios com mais determinação.
"A gente já soube o que é estar na dificuldade e a gente, no dia a dia, a luta acaba sendo só mais um dia de qualquer, sabe, diferente de outras pessoas, entende? Então, às vezes, eu vejo isso a nosso favor do Nordeste. Tipo, a vida é muito sofrida, por natureza. Tipo, as vezes você sai, porra, 5 horas da manhã de casa pra fazer o seu trabalho, vai chegar lá 10 horas da noite.", concluiu.
Eduarda Moura
Também nordestina, a sergipana Eduarda Moura tem um desafio pesado pela frente. Com a veterna Lauren Murphy no caminho, a lutadora acredita estar diante da luta mais difícil da sua carreira e destacou a resistência na norte-americana como fator chave do seu estilo.
"A resistência dela, eu vi que ela é bem resistente. Só foi nocauteada uma vez, e pela campeã, mas nunca fui finalizada. Então acho que é a luta mais difícil da minha carreira, mas eu estou pronta e preparada", resumiu.

Questionada sobre as suas raízes na Bahia, onde teve que se mudar para seguir carreira nas artes marciais, Eduarda relembrou o período de adaptação e afirmou que foi moldada no Galpão da Luta, localizado no Acupe de Brotas, em Salvador, onde treinou por anos.
"É bom que é vizinho, né? Então, eu me considero os dois, eu me considero baiana, eu considero sergipana. Quando eu me mudei para Bahia foi muito difícil a adaptação, mas é um lugar lindo e a galera também me recebeu de braços abertos e minha carreira foi moldada lá. Se eu não tivesse ido para Bahia... Ela faz parte da minha história, do meu trajeto. Agora eu voltei para Sergipe estou tendo me adaptar novamente. Eu já tinha 28 anos (quando fui para Bahia) e meu empresário me intimou: 'ou você vem, ou desiste'. Então eu não tive escolha, acabei de mudando para a Bahia e foi quando tudo começou a acontecer", comentou.
Eduarda Moura fez história ao se tornar a primeira sergipana a lutar no UFC e não escondeu a emoção de representar seu estado, descrevendo o momento como a realização de um sonho. Apesar de ser a pioneira, a lutadora destacou o desejo de abrir caminhos para que outras também possam chegar lá.
"Era o meu sonho, quando eu descobri que nunca tinha uma sergipana na história do UFC e falei: 'vai ser eu', queria ser a primeira e aconteceu como eu imaginei. Para mim é uma honra representar meu estado e minhas raízes, sou a primeira mas vou abrir portas para outras também, quero que muitas outras pessoas possam chegar onde eu cheguei", concluiu.
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