EC.BAHIA
Alvo de críticas, novo plano de sócios do Bahia teve resistência interna
Formato não teria sido imposição de Manchester e foi formulado por Diretoria de Operações
Por Da Redação
O novo plano de sócios do Bahia que foi divulgado nesta sexta-feira, 26, foi recebido sob protestos pela torcida tricolor. A medida, que extinguiu a modalidade de "acesso garantido" e implementará uma espécie de "check-in" pago, foi duramente criticada nas redes sociais por seu elevado custo, que foi visto como um "aumento mascarado".
Segundo postagem do Bahia, a medida será implementada no mês de setembro e deve ter novas informações divulgadas na próxima terça-feira, 30.
🗣️ Alô, Sócio Esquadrão: o início do check-in está previsto para começar somente no mês de setembro. Mais informações sobre o assunto serão divulgadas na próxima terça-feira pelo clube. #BBMP https://t.co/IeDPxlwBsA
— Esporte Clube Bahia (@ecbahia) July 26, 2024
Resistência interna
Por exemplo, um sócio do setor leste, que pagava uma mensalidade de R$119 com todos os ingressos inclusos, agora pagará R$ 124 no plano normal e R$ 12 no check-in em cima de um valor de ingresso de R$ 80, dentro do processo de categorização dos jogos que deverá ser implementado pelo clube.
Nesse modelo, caso o Bahia jogue quatro partidas em seus domínios no mês, o sócio que for a todos os jogos irá desembolsar R$ 172, um aumento de 44% no valor. Em crítica ao modelo, torcedores e sócios do Bahia afirmaram que a medida acabava sendo "punitiva" a quem estava vinculado ao modelo anterior e comparece ao estádio.
De acordo com apuração do Portal A TARDE, o planejamento do novo "Sócio Esquadrão" não foi gestado pela sede mancuniana (de Manchester) do Grupo City, tendo ficado à cargo da Diretoria de Operações e Relações Institucionais do Bahia SAF, hoje sob o comando de Vitor Ferraz, que está no clube desde 2013 e ocupou a vice-presidência na gestão de Guilherme Bellintani.
Esse papel do dirigente já havia sido definido pelo Bahia, e pelo próprio City Group, que, à epóca do anúncio da função de Vitor Ferraz dentro da nova estrutura do clube, havia afirmado que o mesmo seria responsável pela "cogestão e operacionalização do plano de sócios e questões relativas à manutenção e conservação do patrimônio do Esquadrão".
Ainda que não tenha gestado o processo, o Grupo City foi o responsável, sobretudo por ser proprietário do clube, por definir a necessidade da formulação de um novo formato para o quadro de associados do Bahia e estipular diretrizes que entrassem em concordância com o planejamento estabelecido para a gestão do Tricolor de Aço pelo conglomerado.
À reportagem, uma fonte afirmou que o projeto encontrou resistência dentro de algumas esferas do clube, inclusive na cúpula executiva, que afirmaram ver o mesmo como uma "medida impopular" e que não encontraria "compatibilidade com a realidade da torcida do Bahia".
Contudo, o planejamento foi aprovado dentro da estrutura de tomada de decisões do Grupo City, que acompanhou todo o processo, e contou com a sanção de Raul Aguirre, CEO do Bahia, e da matriz emiradense.
Motivos
Entre os motivos para o redesenho do plano do Sócio Esquadrão, a limitação técnica imposta pela capacidade da Casa de Apostas Arena Fonte Nova, que comporta até 48.902 torcedores de acordo com o consórcio que gere a arena, foi citada como o mais forte por uma fonte.
Por contrato, o Bahia possuía um limite de 80% dos assentos disponíveis para comercialização alocados para a modalidade "acesso garantido", o que teria sido atingido há algum tempo e criado uma alta demanda de torcedores que ingressaram em uma lista de espera.
Com o novo desenho, a implementação do check-in possibilitará que os ingressos retidos pelos sócios de acesso garantido, e que porventura não compareçam ao jogo, e que correspondem a 42% dos sócios da modalidade de acordo com o Bahia, sejam comercializados pelo clube.
A necessidade de reajuste, que aconteceu pela última vez em dezembro de 2022, também é um dos fatores alegados para a implementação do novo sistema.
A medida foi vista de forma impopular também por diversos grupos políticos que fazem parte da associação do Esporte Clube Bahia, que se difere da Bahia SAF. Em notas divulgadas nas redes sociais, grupos como a Independente Tricolor, o 100% Bahêa, a Revolução Tricolor e outros criticaram a medida e a condução do Bahia no processo, a que chamaram de "confusa e inoportuna", pontuando que a mesma teria sido feita juntamente ao anúncio do uruguaio Lucho Rodríguez, maior contratação da história do clube, como uma espécie de "cortina de fumaça".
— +Bahia (@mais_bahia) July 26, 2024
A reportagem de A TARDE procurou a assessoria do Esporte Clube Bahia e o diretor de Operações do clube, Vitor Ferraz, para elucidar pontos sobre o novo sistema e não recebeu resposta até o momento da publicação.
Fim do acesso garantido!
— Revolução Tricolor (@revoluctricolor) July 26, 2024
Reconhecemos os investimentos que foram feitos no futebol pelo Bahia SAF, compreendemos que quanto mais investimento é natural algum tipo de reajuste nas mensalidades de sócios, mas entendemos que é um absurdo a forma como foi feita. Segue o 🧶... pic.twitter.com/y5LvKsKVJm
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