FINAL DO BAIANO
MPBA promove campanha contra violência doméstica no Ba-Vi
Rivais se unem buscando conscientizar torcedores sobre a importância do combate ao feminicídio
Por Redação

Neste domingo, 23, minutos antes do clássico Ba-Vi, os jogadores do Esporte Clube Bahia e do Esporte Clube Vitória farão um gesto de apoio à campanha "Lute pelo fim da violência contra as mulheres", com o intuito de sensibilizar os torcedores sobre a grave questão da violência doméstica. Durante a exibição da faixa com a mensagem da campanha, um vídeo produzido pelo Ministério Público do Estado da Bahia será projetado nos telões do Barradão, engajando o público presente no estádio.
A ação tem como objetivo conscientizar sobre a violência doméstica e o feminicídio, em especial no contexto de jogos de futebol. Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que, no dia de partidas do time da cidade, os números de ameaças contra mulheres aumentam em 23,7%, enquanto os casos de lesão corporal dolosa no contexto de violência doméstica crescem 20,8%, comparados aos dias sem jogos.
“Nosso objetivo com o ‘Luto por Elas’ é ampliar a conscientização sobre a violência doméstica e o feminicídio. Queremos engajar os homens como agentes de mudança nesse cenário, contribuindo para a luta pela igualdade e pelo respeito às mulheres”, explicou a promotora de Justiça Sara Gama, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica do Ministério Público do Estado da Bahia (Nevid).
A campanha "Lute pelo fim da violência contra as mulheres" foi iniciada no Campeonato Baiano de 2024, com apoio da Federação Baiana de Futebol (FBF), dos clubes Bahia e Vitória, além de outros times do interior do estado. O projeto também conta com a colaboração do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), que, por meio da Rádio Educadora e da TVE, tem transmitido faixas e vídeos com o apoio de jogadores e técnicos de futebol, veiculados em telões e nas redes sociais. A campanha está sendo realizada em todas as partidas do Baianão desde o dia 1º de fevereiro.
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Além disso, o alerta sobre os riscos aumentados de violência doméstica durante eventos de grande emoção, como jogos de futebol, é reforçado por organizações internacionais. A ‘Women's Aid’, por exemplo, aponta que embora o futebol em si não provoque a violência, o consumo elevado de álcool e a tensão das partidas podem agravar as situações de violência doméstica já existentes.
De acordo com o relatório de feminicídio de 2023 da ONU Mulheres, 85 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente no ano passado, e 60% dos feminicídios foram cometidos por parceiros íntimos ou familiares. Isso representa uma média de 140 mulheres assassinadas diariamente, ou uma vítima a cada 10 minutos. No Brasil, a situação é ainda mais preocupante. Dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) indicam que o número de denúncias de violência doméstica contra mulheres na Bahia aumentou 27,33% entre janeiro e julho de 2024, comparado ao ano anterior, o que equivale a 27 vítimas por dia.
Entre janeiro e novembro de 2024, o Ministério Público da Bahia (MPBA) registrou 18.689 procedimentos investigatórios sobre casos de violência contra mulheres, além de solicitar 825 medidas protetivas de urgência em Salvador. A campanha “Lute pelo fim da violência contra as mulheres” busca conscientizar os torcedores e a sociedade em geral sobre a importância de combater esse tipo de violência e proteger as vítimas.
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