MUDANÇA
Mais de 70% da torcida do Vitória aprova transformação do clube em SAF
Pesquisa da AtlasIntel revela que 71% dos rubro-negros são favoráveis ao modelo empresarial
Por Marcello Góis

Uma pesquisa inédita do instituto AtlasIntel, encomendada pelo ge, revelou que 71% da torcida do Vitória é favorável à transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O dado coloca a torcida do Leão da Barra entre as mais abertas à mudança da gestão no futebol brasileiro.
O levantamento foi realizado entre os dias 20 e 25 de junho, com 2.069 entrevistados em 619 municípios do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Resultado entre os torcedores do Vitória:
- 71% favoráveis a conversão para SAF
- 15% contrários
- 14% não souberam responder
Torcedores respondem
Qual a principal vantagem de se tornar uma SAF?
- Melhorias na governança - 26%
- Dinheiro para contratações - 25%
- Planejamento de longo prazo - 18%
- Pagamento de dívidas - 15%
- Investimentos em centros de treinamento e estádio - 10%
- Fortalecimento de marca - 5%
Qual a principal desvantagem de se tornar uma SAF
- Perda de identidade - 31%
- Foco excessivo em lucros - 23%
- Prioridade para interesses externos - 22%
- Risco de falência - 12%
- Perda de controle dos sócios e da torcida - 11%
Por que os torcedores apoiam a SAF
Segundo a pesquisa da AtlasIntel, os principais atrativos da SAF para os torcedores são a melhoria na governança e o aumento da capacidade de investimento em contratações e estrutura. Ambos os pontos foram destacados por mais da metade dos entrevistados no levantamento nacional.
O modelo SAF é visto por muitos como uma alternativa concreta para clubes que enfrentam dificuldades financeiras, como é o caso do rubro-negro baiano, que vem tentando se reestruturar dentro e fora de campo nos últimos anos.
Identidade ainda preocupa parte da torcida
Apesar do apoio majoritário, a pesquisa também revela preocupações. Entre os entrevistados em nível nacional, 31,2% apontaram a perda da identidade do clube como principal desvantagem da SAF.
Outros 11,1% mencionaram o afastamento da torcida e dos sócios da tomada de decisões como fator negativo. Apesar do torcedor do Vitória estar disposto à mudança, há um cuidado com os impactos que ela pode trazer à cultura e às tradições do clube.
Movimento Vitória SAF
Um grupo formado inicialmente pelo advogado Daniel Barbosa, Flávio Tanajura, que foi jogador do Leão, Ivo Cruz e Ney Campello deu origem ao Movimento Vitória SAF (MVSAF). Torcedores, sócios e conselheiros se juntaram para aprofundar o debate sobre a possibilidade de implementar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no clube baiano.
O MVSAF chegou a se reunir mais uma vez com a diretoria do Leão da Barra. Em um desses encontros, entregou um documento chamado 'Um Diálogo para o Futuro', que estava dividido em três tópicos sobre a SAF no Vitória: diagnóstico inicial, proposta de caminhos e ações, além das considerações finais. O grupo também marcou presença nos workshops da SAF promovidos pelo clube.
Após ganhar notoriedade entre parte da torcida, o MVSAF contou com a entrada do deputado estadual Marcone Amaral (PSD), que foi jogador do Vitória e atuou por muitos anos no futebol do Catar. O ex-zagueiro surgiu com a possibilidade de se tornar um elo de aproximação do clube com pessoas ligadas ao Qatar Sports Investments (QSI), organização operada pelo governo catari e dona do Paris Saint-Germain, atual campeão europeu.
Marcone, inclusive, tem viagem marcada para o Catar em dezembro e aguarda um aval da diretoria do Vitória para representar o clube. Depois de uma grande repercussão do MVSAF, o idealizador Daniel Barbosa optou por deixar o grupo, mas o deputado ainda segue no projeto junto com os demais integrantes.
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