REBATEU
“Não podemos permitir Série A na Fonte Nova”, diz diretor do Palmeiras
Anderson Barros criticou a qualidade do gramado e rebateu fala de Rogério Ceni

Por Marina Branco

A vitória do Bahia por 1 a 0 sobre o Palmeiras, na Arena Fonte Nova, pela última rodada do Brasileirão, ganhou novos capítulos fora das quatro linhas. Com uma repercussão firme de reclamações do técnico alviverde Abel Ferreira quanto à qualidade do gramado do estádio do Bahia, Rogério Ceni deu uma resposta, que foi rebatida pelo diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros.
Em coletiva, Ceni comentou o estilo de jogo palmeirense, afirmando que o gramado prejudicou mais o Bahia do que o Palmeiras. "A cor do gramado tava muito feia mesmo, realmente. Para o Palmeiras é melhor o gramado ruim, porque eles só fazem ligação direta. A característica de jogo deles é Weverton-Flaco-Vitor Roque na frente", analisou.
"Pra gente prejudica mais, porque a gente joga desde trás no chão. Para um time que põe mais a bola no chão, atrapalha mais. Nós também gostaríamos que o gramado estivesse em melhores condições, mas acho que atrapalhou muito mais pra nós do que pra eles. E sobre lesão, para quem joga em gramado sintético, reclamar de lesão em um gramado natural fica feio", completou.
Leia Também:
Resposta de Anderson Barros
A declaração repercutiu e levou o diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, a responder em entrevista ao Globo Esporte. O dirigente classificou o comentário de Ceni como uma questão “ética complicada” e defendeu a comissão técnica alviverde.
"Quanto à crítica do treinador do Bahia sobre a forma como supostamente o Palmeiras joga, não vale perder tempo. Os títulos conquistados sob o comando da comissão técnica do Abel demonstram a excelência do trabalho. A declaração do senhor Rogério Ceni entra em uma questão ética complicada e ele deveria repensá-la", afirmou Barros.
"Sempre que o Palmeiras faz uma reclamação, é pelo bem do futebol. É para tentar fazer com que o futebol brasileiro evolua. Em momento algum, nós culpamos o campo ruim da Fonte Nova pelo resultado de ontem", afirmou.
"Tanto que nós já falamos sobre a qualidade do gramado antes mesmo de a partida começar. O Abel falou a respeito na entrevista pré-jogo e eu informei alguns repórteres que estavam no estádio que faríamos uma queixa formal à CBF", garantiu.
Críticas à Fonte Nova
"Não podemos permitir que um jogo de Série A seja disputado em um campo como o da Fonte Nova. Ele não é ruim para o Palmeiras. Ele é ruim para o Bahia, é ruim para os demais clubes, é ruim para os atletas, é ruim para o nosso futebol", contestou.

"O próprio treinador do Bahia, que ontem saiu em defesa do campo da Fonte Nova, disse um ano atrás, se não me engano, que era preferível ter um campo sintético a jogar em um gramado sem a mínima condição como o da Fonte Nova. Não fui eu quem falei isso, foi o treinador do Bahia, o senhor Rogério Ceni, que aparentemente se esqueceu do que falou em 2024", relembrou.
A fala em questão foi dita por Ceni após perder para o Cuiabá pela 17ª rodada da última temporada: "Repito, um gramado que não tem a mínima condição. É preferível ter um gramado sintético do que jogar neste gramado aqui".
E o do Allianz Parque?
O dirigente palmeirense também aproveitou para defender a instalação do gramado sintético no Allianz Parque, alvo de críticas de rivais. “Muita gente diz que colocamos o sintético por ganho esportivo ou por causa de shows, mas não é verdade. Até 2019, o campo era ruim", admitiu.
"Decidimos mudar pensando na integridade física dos atletas, sejam do Palmeiras ou adversários. Não é por acaso que, desde 2020, quando instalamos o sintético, somos um dos clubes com menor número de lesões”, concluiu Barros.
Justificativa da Fonte Nova
Em meio à situação, a Arena Fonte Nova emitiu uma nota explicando a coloração do gramado: "Foi realizada uma intervenção de manutenção no gramado. Embora essa atividade tenha impactado temporariamente a coloração estética da cobertura vegetal, os principais indicadores técnicos de tração, compactação, resistência e umidade permanecem dentro dos padrões de conformidade estabelecidos".
Além disso, a Greenleaf, empresa responsável pela manutenção do gramado da Fonte, também se pronunciou, explicando a situação. "A intervenção mais recente de manutenção realizada no gramado da Arena Fonte Nova resultou em um impacto temporário em sua coloração estética", afirmou.
"Ressaltamos que todos os principais indicadores técnicos do gramado permanecem em total conformidade com os padrões estabelecidos, sendo realizadas medições diárias para assegurar a manutenção desses parâmetros", garantiu.
"Especificamente, os parâmetros de tração, compactação, resistência e nível de umidade estão dentro das especificações ideais, assegurando a integridade estrutural e funcional da superfície para uso. A recuperação completa da tonalidade visual esperada ocorrerá em breve", prometeu.
A Fonte Nova foi procurada para se pronunciar sobre a declaração de Anderson, mas preferiu não se posicionar.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes