FICOU ATÉ SEM DIVISÃO
O que aconteceu com o Remo nos 32 anos longe da Série A do Brasileirão
O clube quebrou o jejum do Norte ao ser o primeiro clube da região na primeira divisão desde 2005

Por Marina Branco

O Norte do Brasil voltou a respirar o ar da elite após mais de duas décadas - e quem recoloca a região no mapa é um sobrevivente. O Clube do Remo, um dos mais tradicionais do país, está de volta à Série A depois de 32 anos, coroando uma trajetória que incluiu quedas, crises, anos sem divisão e renascimentos que levaram ao do último domingo, 23.
Com o acesso de 2025, o Leão Azul fará, em 2026, sua 17ª participação na primeira divisão, mas a primeira no formato de pontos corridos, implantado pela CBF em 2003. Além do recorde do clube, o acesso quebra também um jejum da região Norte, que não tinha um representante na elite desde 2005, com o Paysandu fez sua última aparição.
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Queda livre
No Brasileirão de 1994, o Remo foi rebaixado e não voltou mais. Já acostumado com divisões menores e, em dado momento, até a nenhuma divisão, o clube embarcou em uma espiral que o levaria, em 2015, à Série D, começando seu retorno.
O fundo do poço veio em 2008. Naquele ano, o Remo não conseguiu ficar entre os 20 melhores da terceira divisão, e para jogar a recém-criada Série D em 2009, precisaria de vaga via Estadual, objetivo que não conseguiu atingir.
Assim, o Remo terminou o Parazão em terceiro lugar. Sem vaga, sem divisão, paralisando atividades e na beira do fim. O clube seguiu sem divisão até 2014, em um ciclo de frustrações.
Renascendo no Mangueirão
A virada veio em 2015, após vencer o Operário-PR nas quartas de final da Série D, quando o Mangueirão viveu uma de suas noites mais míticas: estádio tomado e um acesso que mudou a rota do clube.
Entre 2016 e 2020, o Remo se estabilizou na Série C. Então, em janeiro de 2021, voltou à Série B ao eliminar justamente o maior rival, o Paysandu, precisando fazer oito pontos em 11 rodadas para não cair.

Mais uma vez, o Remo não conseguiu, e caiu de novo para a Série C. O clube reencontrou a Série B ao conquistar o acesso na Série C de 2024, chegando a 2025 em uma crescente. Veio, no entanto, uma temporada turbulenta, trocando de técnico três vezes.
Da primeira à décima rodada, o clube foi comandado por Daniel Paulista, substituído por António Oliveira até a 27ª e, finalmente, Guto Ferreira até o acesso. Na última rodada, contra o Goiás, o Remo venceu por 3 a 1 no Mangueirão lotado, e voltou à Série A pela primeira vez no século.
A torcida que, em grande parte, nunca tinha vivido um acesso à primeira divisão, caiu na emoção. Invasão de gramado, lágrimas, torcedor ajoelhado, e até dirigente atravessando o campo de joelhos em promessa cumprida.
O Remo terminou a Série B em quarto lugar, com 16 vitórias, 14 empates e 8 derrotas, marcando a campanha do tão sonhado retorno.
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