BOM OU RUIM?
O que o Bahia acha da implementação do impedimento semiautomático?
O diretor de futebol do clube, Cadu Santoro, comentou a mais nova tecnologia do Brasileirão

Por Marina Branco

Se teve um ponto muito criticado no futebol brasileiro ao longo da temporada, foi a arbitragem. Entre críticas e defesas, uma solução começou a surgir na modernização, com a busca do futebol brasileiro pela implementação do impedimento semiautomático no país.
O recurso também será usado nas finais da Libertadores e da Sul-Americana deste ano, marcando a estreia da tecnologia em competições da Conmebol, e a CBF estuda testar a ferramenta ainda em dezembro, na final da Copa do Brasil, ainda que de forma offline, ou seja, sem interferir no jogo.
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A tecnologia começará a ser utilizada de forma definitiva no Brasil a partir da primeira rodada do Brasileirão de 2026, e já vem sendo avaliada por alguns clubes. Para o Bahia, o sistema representa um passo essencial para aumentar a precisão das decisões e reduzir erros que têm impactado diretamente o campeonato ao longo dos últimos anos.
"Qualquer providência que seja feita para beneficiar o futebol será sempre bem-vinda. Nesse sentido, vemos a tecnologia do impedimento semiautomático como uma ferramenta valiosa para garantir que o resultado seja mais justo", afirmou o diretor de futebol do clube, Cadu Santoro.
"Vai ajudar a melhorar a precisão das decisões, o que é fundamental para a integridade do jogo”, completou ao Portal A Tarde.
O que muda com o novo sistema
A CBF confirmou nesta semana que o recurso será implantado já na estreia do Brasileirão de 2026, marcada para o dia 28 de janeiro. A tecnologia, fornecida pela empresa britânica Genius Sports, a mesma que atende a Premier League, NBA e NFL, utiliza cerca de 30 câmeras de alta velocidade ou aparelhos iPhone 16 Pro/17 Pro espalhados pelos estádios.
Assim, ela gera uma réplica digital de toda a partida, monitorando milhares de pontos no corpo dos atletas. Com isso, o sistema passa a identificar automaticamente a posição de atacantes e defensores, o momento exato do passe e qual parte do corpo está mais próxima da linha de fundo.

Esses dados aceleram a análise do VAR e reduzem a margem de erro humano na marcação das linhas de impedimento. Na Premier League, onde o recurso já está em uso, a decisão sai em cerca de 66 segundos, o tempo médio entre o gol e a volta para o círculo central. A expectativa da CBF é que o Brasileirão siga o mesmo padrão.
Por que o Bahia vê a tecnologia com bons olhos
A visão de Cadu Santoro reforça a linha adotada pela SAF desde a chegada do Grupo City - defesa da modernização, transparência e uso de recursos tecnológicos. Ao longo das últimas temporadas, o Bahia esteve envolvido em diversas partidas marcadas por revisões demoradas de impedimento, algumas com impacto direto no resultado e na classificação do time.
Com o novo sistema, decisões complexas deixam de depender exclusivamente do traçado manual das linhas, processo que frequentemente gera polêmicas, dúvidas do torcedor e perda de ritmo de jogo. Para Santoro, a mudança fortalece a credibilidade da competição.

Estádios em preparação
Segundo a CBF, 27 estádios brasileiros já estão aptos a receber a tecnologia, e os demais passarão por adaptações até janeiro, incluindo ampliação de fibra ótica e pontos de captação de imagem.
Paralelamente, a entidade mantém em andamento o Grupo de Trabalho de Arbitragem, que discute uniformização de critérios, formação e profissionalização dos árbitros, temas considerados urgentes pela própria CBF diante das críticas que têm crescido rodada após rodada.

O uso do impedimento semiautomático já é padrão em grandes ligas e eventos, como Premier League e Copa do Mundo. De acordo com Harry Lennard, diretor de arbitragem da Genius Sports e ex-assistente da liga inglesa, a taxa de acerto do sistema sozinho chega a 97,8%, aproximando-se de uma ferramenta quase totalmente automática.
Para clubes como o Bahia, que tem apostado em ciência de dados, tecnologia e performance, o avanço representa também uma maior previsibilidade competitiva, que começará a ser testada pelo Esquadrão na temporada de 2026.
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