ANÁLISE ESTATÍSTICA
Posse ou firmeza? Conheça pontos fortes e fracos de Bahia e Palmeiras
Os times se enfrentam neste domingo, 28, na Fonte Nova, pela 25ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

O Bahia vem vivendo dias difíceis - há quatro jogos sem vencer, o time precisa se recuperar da virada sofrida para o Vasco da zona de rebaixamento se quiser se manter no G-6, e o oponente nessa missão é um dos mais difíceis possível. Na Fonte Nova, o Tricolor recebe o Palmeiras pela 25ª rodada do Brasileirão, lutando para se manter entre os primeiros da tabela.
O Verdão, por sua vez, sonha com o topo, querendo desbancar o líder Flamengo apenas dois pontos acima já neste domingo, 28, enquanto sustenta o melhor aproveitamento e uma das defesas mais sólidas da competição. Os números, por si só, já ajudam a explicar por que este duelo carrega tanta expectativa, e pode ser essencial para ambos os times.
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Em 23 partidas, o Bahia soma 31 gols marcados e 28 sofridos, com saldo próximo da neutralidade. Já o Palmeiras, em 22 jogos, tem 36 gols a favor e apenas 18 contra, construindo uma campanha baseada no equilíbrio entre ataque eficiente e defesa segura.
O dado inicial já mostra um contraste: enquanto o Esquadrão sofre, em média, 1,2 gol por jogo, o time paulista é vazado apenas 0,8 vez, quase 50% menos. O motivo para essa estatística vem destrinchado nos três setores de ambas as equipes - ataque, meio-campo e defesa.
Posse tricolor x objetividade alviverde
Para começo de conversa, no ataque, o Palmeiras leva vantagem no aproveitamento. O time de Abel Ferreira marca 1,6 gol por jogo, contra 1,3 do Bahia. A diferença também se reflete nos chutes certos, marcando 4,7 a 4,1 por partida.
Curiosamente, quando se trata de grandes chances criadas, ambos registram 2,4 por jogo, ficando equiparados em números. O que muda é a eficiência, privilegiando o Verdão: o Bahia desperdiça 1,7 dessas oportunidades, enquanto o Palmeiras perde 1,4. Essa margem pode parecer pequena, mas em jogos de alto nível é justamente o detalhe que pesa.
Bahia propõe, Palmeiras acelera
A filosofia do Bahia no meio-campo sempre foi muito clara - manter a bola nos pés para controlar o jogo. Com posse de 54,8% e média de 406 passes certos por jogo (86,2% de acerto), o Bahia mostra um estilo de maior controle e circulação de bola.
O Palmeiras, por sua vez, trabalha menos a posse (52,4% e 344 passes certos, com 83,7% de precisão), mas compensa com bolas longas bem executadas, contando 23 por jogo, com 58% de acerto, contra 16,7 do Bahia.
Isso significa que o time baiano tende a ditar o ritmo, enquanto o paulista se mostra mais vertical e capaz de explorar transições rápidas - ambos perfis que devem aparecer na partida deste domingo.

Muralha palmeirense contra resistência tricolor
No entanto, se no ataque os números são equilibrados, na defesa o Palmeiras se destaca claramente. Para o Porco, são oito jogos sem sofrer gols, contra bons sete do Bahia - mas nas partidas em que sofre, o alviverde leva 0,8, enquanto o Tricolor leva 1,2.
Apesar disso, o Bahia mostra volume defensivo: intercepta mais (7,9 x 7,6) e corta mais bolas (24 x 21,3). O Palmeiras, por outro lado, lidera em desarmes, com 17,7 contra 16,2. Nos pênaltis concedidos, igualdade: dois para cada lado.
Outro ponto interessante está nas defesas dos goleiros. O Bahia precisa de 2,9 intervenções por jogo, enquanto o Palmeiras necessita apenas 2,3. Isso sugere que o Verdão protege melhor sua área, evitando que os rivais cheguem com tanto perigo.
Disciplina e jogo físico
Mas nem tudo que acontece na partida se resume aos setores de escalação - muito do jogo também é ditado por cartões e penalidades, onde o Bahia leva a melhor. O Palmeiras é o time que mais faz faltas, com 14,1 por jogo frente a 12,5 do Bahia.
Também é o Verdão quem aparece mais em impedimentos, com 2,1 contra 1,1. Já o Tricolor cobra mais tiros de meta (7,9 e 6,3), enquanto o Porco ganha nas laterais (19,8 e 15,4).
Na disciplina, equilíbrio: Bahia tem média de 2 cartões amarelos por partida, fazendo frente a 1,9 do Palmeiras, mas já viu três vermelhos na competição, contra apenas um do adversário.
Volume ou objetividade?
O retrato estatístico indica, então, um confronto de diferentes estilos. O Bahia se apoia na posse, volume de passes e insistência ofensiva, mas peca em eficiência nas finalizações e sofre mais gols. O Palmeiras, em contrapartida, é mais objetivo: ataca com menos posse, mas com mais precisão e equilíbrio entre setores, sustentado por uma defesa sólida.
Se a Fonte Nova costuma ser um diferencial para o Tricolor, a consistência defensiva do Verdão será o maior desafio a ser superado. A promessa é de um jogo em que cada detalhe - desde uma bola longa até uma grande chance desperdiçada - pode definir o resultado final.
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