SE EMOCIONOU!
"Saía com R$ 1 no bolso", desabafa ex-Bahia de conquista histórica
Hoje no Guarani, zagueiro revive dificuldades até virar profissional

Por Lucas Vilas Boas

Campeão baiano pelo Bahia em 2012, no título que encerrou um jejum de dez anos sem conquistas, Rafael Donato se emocionou ao falar sobre sua trajetória no futebol. Agora apresentado oficialmente como reforço do Guarani, o zagueiro relembrou as dificuldades enfrentadas no início da carreira, quando precisava viajar para treinar e muitas vezes saía de casa com apenas R$ 1 no bolso.
Aos 36 anos, o atleta contou que cresceu na favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, e que a rotina exigia sacrifícios para manter vivo o sonho de se tornar jogador profissional. Enquanto amigos retornavam da balada, ele encarava viagens de trem que chegavam a quase 50 quilômetros para chegar aos treinamentos.
"Sou filho de um pai agente penitenciário. Minha mãe era camelô, vendia doce. Eu saía da Favela do Vidigal, onde nasci e cresci, e pegava quase 50 quilômetros de trem até Marechal Hermes para treinar. Era duro. Meus amigos da comunidade estavam voltando da noite enquanto eu estava indo treinar, sem nada, às vezes só com um real no bolso e um suco que minha mãe me dava. Eu fui, acreditei. Tudo na minha vida veio de muito esforço. Eu estar aqui e dizer que eu venci é um motivo de orgulho para mim", disse o zagueiro.

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Contratado pelo Bahia em 2012, Rafael Donato foi titular absoluto na campanha do título estadual, formando a dupla de zaga com Titi. O bom desempenho chamou a atenção do Cruzeiro, que adquiriu o defensor no início do Campeonato Brasileiro daquele ano.
Em 2013, Donato retornou ao clube baiano por empréstimo. Ao todo, ele soma 42 partidas disputadas e sete gols marcados com a camisa do Bahia.
"Os últimos anos foram difíceis. Eu estou pisando aqui para conquistar. Chega. Não é mais um ano para mim. É o ano. Eu queria vir para o Guarani. Conquistar é bom demais e eu quero isso aqui, por tudo que passei, para dar a volta por cima. Aproveitar e mandar um beijo para a minha mãe, Dona Marinete, mulher guerreira, a minha irmã Rafaela. Foram fundamentais para na minha vida", disse Donato.
Dentro de campo, Donato se descreveu como um defensor de estilo simples, mas disciplinado, que aposta na força física e no jogo aéreo como principais virtudes.
"Em todos os clubes eu fui disciplinado. Não sou aquele zagueiro bonito que faz jogadas elaboradas. Sou viril, sério. Nunca treinei de qualquer jeito e depois arrasei em campo. Então eu acredito no trabalho. A prioridade é performar e conquistar o espaço. Se a gente quiser vencer, a corda tem que estar esticada", disse.
Antes de acertar com o Guarani, Rafael Donato defendeu o Novorizontino nas duas últimas temporadas e também passou por clubes como Audax, Cruzeiro e Vila Nova, além de experiências no futebol de Portugal e da Arábia Saudita. Ao longo da carreira, o zagueiro marcou 51 gols e contribuiu com três assistências.
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