TIME DOS PAPAS
Saiba quem defende a seleção de futebol do Vaticano
O menor país do mundo joga contra países, policiais, jornalistas e já foi treinado por ex-Seleção Italiana
Por Marina Branco

O Vaticano é considerado país desde que a assinatura do Tratado de Latrão o tornou independente da Itália em 1929. Se é país, geralmente, tem seleção, e com a sede global da Igreja Católica não é diferente. A Seleção do Vaticano existe, e reúne padres e soldados em um time que raramente consegue resultados positivos.
Se engana quem pensa que por ser um país pequeno, o Vaticano não investe na própria seleção. Cuidado pelos clérigos, o time nacional já teve treinador da Copa do Mundo e conta até mesmo com time feminino, ainda que as mulheres sejam minoria na cidade.
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Desde os anos 1980, o time do Vaticano disputa partidas, envolvendo a sede do catolicismo ainda mais no mundo do futebol. Com a chegada do Papa Francisco em 2013, apaixonado por esporte, eles ganharam ainda mais atenção, tirando até mesmo foto com o Santo Padre.
A ideia de criar uma seleção para o Vaticano surgiu em 1960, quando o time foi originalmente formado para disputar algumas copas e ligas amadoras. No entanto, a seleção só foi oficializada mais de vinte anos depois, no pontificado de João Paulo II.
Desde então, o time auribranco é apoiado pela ASD, a Associação Esportiva Diletantística, que organiza todos os treinos e jogos de futebol e competições de atletismo da sede da Igreja Católica.

A partir da fundação oficial, o primeiro jogo que o Vaticano disputou foi em 1985. Fora de ligas ou competições internacionais e com apenas um time para formar campeonatos nacionais, os clérigos recorreram para um “baba” contra um grupo de jornalistas que estavam no Vaticano, realizando assim a primeira partida oficial.
Até hoje, o time do Vaticano ainda não pode disputar competições maiores como a Copa do Mundo, nem qualquer torneio oficial internacionalmente, por não ser uma seleção filiada à Fifa. Por isso, os clérigos ficam de fora da Eurocopa, da Nations League e de quaisquer outras competições europeias ou mundiais.
O Vaticano é uma das somente oito nações soberanas não filiadas à Fifa, junto a Mônaco, Tuvalu, Kiribati, Micronésia, Nauru, Ilhas Marshall e Palau. Apesar disso, já enfrentou seleções filiadas, em amistosos contra San Marino, Eslovênia e Áustria, empatando com a primeira e perdendo para as duas últimas.
Ao que tudo indica, o Vaticano deve se filiar à NF-Board, federação de mundiais para seleções de nações não soberanas, como a Padânia, região separatista da Itália que já foi duas vezes campeã na federação.
Mas quem compõe o time do Vaticano?
A equipe que defende o Vaticano em campo é formada por seminaristas, funcionários, guardas de museus italianos e soldados da Guarda Suíça Pontifícia, exército que cuida da proteção e segurança do Papa.
De início, apenas homens podiam defender a Santa Fé, mas desde 2018, um time feminino foi criado e passou a jogar com formações de funcionárias e freiras do Vaticano.

Desde sua criação, a seleção jogou 31 jogos amistosos, vencendo oito, empatando dez e perdendo 13. Isso significa um aproveitamento de 36,5%, com mais números negativos do que positivos na conta dos religiosos.
Ao longo de sua vida, o time enfrentou algumas outras seleções, incluindo as equipes nacionais da Palestina, de Mônaco e San Marino. No entanto, os jogos disputados pelo Vaticano que mais chamam a atenção internacional são os mais inusitados, como uma partida contra a polícia italiana jogada em 2010.
Na ocasião, os Auribrancos chegaram a contar com o treinador ex-Juventus e ex-Seleção Italiana Giovanni Trapattoni, conhecido pelas campanhas que fez com o time italiano na Eurocopa de 2004 e na Copa do Mundo de 2002.

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