ANÁLISE ESTATÍSTICA
Um toque contra 41: números escancaram abismo entre Brasil e Chile
A partida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo não exigiu nenhuma defesa de Alisson no gol

Por Marina Branco

No futebol americano, dois times não entram com ataque no campo ao mesmo tempo, mantendo sempre um lado atacando e o outro defendendo. No futebol brasileiro, dentro do Maracanã, também.
Sem tomar conhecimento do Chile pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o Brasil venceu por 3 a 0 em uma partida que mais pareceu um confronto entre ataque e defesa, com números que provam a disparidade das duas seleções em campo. Enquanto a Canarinha deu 41 toques na bola dentro da área adversária, os chilenos deram apenas um toque na área brasileira, praticamente inexistentes ofensivamente.
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A posse de bola refletiu a superioridade - com 64% do Brasil frente a 36% do Chile, a Amarelinha conduzia o ritmo de jogo e empurrava o rival para trás a todo momento, pressionando a área e o gol do Chile para finalizar.
Deu certo. Foram 22 finalizações brasileiras ao longo da partida, contra apenas três do Chile durante os 90 minutos de bola rolando. Dentro desse número, a diferença fica ainda mais gritante: os comandados de Ancelotti acertaram sete chutes no gol e um na trave, enquanto outros sete foram defendidos. Já os chilenos não finalizaram sequer uma vez na direção de Alisson.


As cinco grandes chances criadas pelo Brasil, contra nenhuma do Chile, comprovam que o placar só não foi mais elástico pela falta de pontaria. Mesmo com três grandes chances convertidas em gols por Bruno Guimarães, Lucas Paquetá e Estêvão, a Seleção desperdiçou outras duas e parou em defesas importantes do goleiro rival, nome-líder do setor que dava a vida em campo pelo time que só conseguia defender.
Brasil atacando
Quem atacava era o Brasil, e com segurança. Foram15 finalizações brasileiras dentro da área, mais da metade do total da Seleção em campo, enquanto o Chile não conseguiu criar nada nesse espaço. Fora dela, a diferença foi de sete a três.
O mapa de ataque reforça a história, mostrando que o Brasil atuou quase todo o tempo no campo chileno, cercando a área com triangulações e cruzamentos, enquanto os visitantes mal conseguiram passar do meio.


O volume de jogo se refletiu também nos passes. O Brasil trocou 585 passes contra 334 do Chile, sendo 525 certos (90%), com 67 entradas no terço final e 140 passes no último terço, um índice de 80% de acerto. O Chile tentou menos da metade: 27 entradas no terço final e 35 passes certos próximos da área adversária.
Brasil defendendo
Apesar do foco justamente direcionado ao ataque, o Brasil não chegou a esquecer a defesa, que também trabalhou e se impôs bem em campo. No setor defensivo, a Canarinha levou a melhor em 60% dos duelos, com destaque para os aéreos (73% vencidos), além de aplicar 16 desarmes certos contra 13 dos chilenos.
A zaga brasileira trabalhou para que Alisson não precisasse trabalhar. Enquanto Vigouroux defendeu três bolas pelo Chile, o goleiro brasileiro terminou o jogo sem nenhuma defesa, deixando a torcida da Canarinha tranquila o jogo inteiro.
Nos números coletivos, o equilíbrio só apareceu em lances de bola parada: quatro escanteios para o Brasil contra três do Chile, além de 14 faltas cometidas pelos brasileiros contra 11 dos adversários. Em termos de cartões, um para cada lado, com o amarelo recebido por Casemiro garantindo sua suspensão contra a Bolívia na partida da próxima terça-feira, 9.
Depois da partida que iniciou a última Data Fifa de Eliminatórias, fica para o Brasil a crença de que a classificação antecipada fará cada vez mais sentido no time montado por Ancelotti, enquanto o Chile encara a difícil realidade de uma lanterna justa na tabela que o deixará de fora da Copa do Mundo.
Estatísticas da partida:
- Posse de bola: 64% x 36%
- Finalizações: 22 x 3
- Finalizações no gol: 7 x 0
- Grandes chances: 5 x 0
- Toques na área adversária: 41 x 1
- Passes certos: 525 x 269
- Entradas no terço final: 67 x 27
- Duelos aéreos vencidos: 73% x 27%
- Defesas do goleiro: 0 x 3
Classificação das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo:
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