ANÁLISE ESTATÍSTICA
Vale mais volume ou precisão? Contraste estatístico de Bahia e Ceará
Com estilos diferentes de jogo na temporada, os nordestinos se encaram na 24ª rodada do Brasileirão

Por Marina Branco

O mais novo sonho do Bahia é retornar ao G-4 que por tanto tempo foi sua casa. Do outro lado do meio-campo, o Ceará sonha com uma entrada na primeira metade da tabela. Na Arena Castelão, os dois se enfrentam neste sábado, 20, buscando os três pontos da 24ª rodada do Brasileirão.
O Vozão tenta afirmar sua regularidade em casa - o Tricolor chega pressionado para retomar a confiança após perder a invencibilidade como mandante. Assim, o jogo promete ter um Bahia mais ofensivo e um Ceará mais retranqueiro em campo, tentando manter o controle sobre um Bahia sem nada a perder.
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O ataque do Bahia aparece com maior poder de fogo. Na temporada, até aqui, são 29 gols em 21 jogos (1,4 por partida), contra 21 gols em 22 jogos (um por partida) do Ceará. O Esquadrão também cria mais, com média de 2,5 grandes chances de gol por jogo, contra 1,5 do Vozão.
No entanto, ao mesmo tempo em que sabe criar, o time de Rogério Ceni também desperdiça mais: são 1,7 grandes chances perdidas por jogo, contra 0,9 do Ceará. Em finalizações certas, os números são iguais, com 4,1 por jogo para cada, o que indica que o Bahia depende de volume para se destacar, enquanto o Ceará precisa ser mais preciso para compensar a criação mais baixa neste sábado.
Posse e construção: estilos opostos
A estratégia dos dois times é inegavelmente distinta. No meio-campo, o Bahia é o time que busca controlar o jogo, tendo 55,2% de posse e uma média de 413 passes certos por partida (86,4% de acerto). O Ceará, por outro lado, atua de forma mais reativa, com 41,7% de posse e 258 passes certos (78,7%).
Nas bolas longas, o Tricolor também leva vantagem. São 16,9 certas por jogo (54,9%), contra 15,9 (47,7%) do Vozão. O dado mostra que, mesmo mantendo a posse, o Bahia consegue alternar jogo apoiado com lançamentos diretos para acelerar ataques.
Defensivamente, o Ceará tem defesa mais ajustada, sofrendo 1,0 gol por jogo, contra 1,1 do Bahia. Nas interceptações, porém, o Tricolor se sobressai (8,1 contra 6,7), mas o Ceará ganha em cortes (28,5 contra 24,0). Nos desarmes, equilíbrio: 16,8 do Vozão contra 16,5 do Bahia.
No duelo direto, quem se destaca nos desarmes coletivos é o Ceará, com 51,7 por jogo (50,6% de sucesso), contra 49,9 do Bahia (49,8%). Os números revelam, assim, que o Vozão costuma pressionar mais, mas com eficiência parecida à do Esquadrão.
No gol, ambos os goleiros têm média idêntica de 2,8 defesas por jogo, provando o equilíbrio que faz com que até as marcas de pênalti sejam parecidas nos dois times - já foram três bolas na rede do Vozão por penalidade até aqui, contra duas na do Bahia.
Quem é mais comportado?
Outro equilíbrio entre os dois aparece no "comportamento". Em campo, o Ceará é mais faltoso, com 13,9 infrações por partida contra 12,5 do Bahia. Também aparece mais em impedimentos, marcando 2,4 contra um.
Mas o Bahia não é santo, e acumula mais cartões vermelhos que o Vozão. Até aqui, já foram duas expulsões para o Esquadrão e apenas uma para o Ceará, além da média parecida de cartões amarelos, com dois contra 2,2.
A expectativa para a partida, então, é de um jogo contrário - enquanto o Bahia propõe jogo, domina a posse (55,2%), cria mais chances (2,5 por jogo) mas as desperdiça (1,7 perdas por partida), o Ceará chega mais reativo, sofrendo menos gols (média de um por jogo), com mais desarmes (51,7) e bolas paradas para compensar a menor capacidade criativa.
Enquanto o Ceará fecha espaços e explora contra-ataques e erros do Bahia, o Esquadrão tenta impor seu ritmo fora de casa, e transformar a posse e o volume de jogadas em bolas que cheguem ao placar. Ambas as estratégias desenham um caminho - resta descobrir qual dois dois terá a chance de se concretizar.
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