FENAGRO
Bahia ganha novo curso superior e reforça metas de sustentabilidade ao lado da ABAF
ABAF movimenta a Fenagro 2025 com anúncios, convênio histórico e celebração à Finlândia

Por Bianca Carneiro, Acácia Vieira e Isis Cedraz

A Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF) marcou presença nesta sexta-feira, 5, na programação da Fenagro 2025, no Parque de Exposições de Salvador, com uma série de atividades dedicadas ao fortalecimento do setor florestal, à educação e à sustentabilidade. A entidade mantém um estande no Setor de Cadeias Produtivas, no pavilhão institucional do Governo do Estado, onde divulga vantagens econômicas, sociais e ambientais do segmento, além de seus projetos estratégicos.
A Bahia ainda não produz e processa madeira plantada suficiente para atender à própria demanda, e parte desse desafio se deve à falta de conhecimento sobre a rentabilidade e sustentabilidade da atividade florestal — cenário que o setor pretende transformar.
Às 15h, ocorreu no Gabinete da Seagri a assinatura do convênio entre a pasta e a ABAF para fortalecer o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Em seguida, foi realizado o plantio simbólico de 200 árvores no Parque de Exposições.
O secretário da Seagri, Pablo Barrozo, destacou o impacto esperado para pequenos e médios produtores a partir de 2026: "Nós estamos começando aqui em Salvador. Iremos para Barreiras no interior, mas plantar árvores, fazer esse cuidado de sustentabilidade é uma obrigação e um dever, mas é uma cultura do agricultor. Isso inclusive é para fazer um gesto, mas um gesto que vai crescer e que sempre é bom fazer para que ele contagie positivamente as pessoas, mas mostrando também que a base florestal ou a Secretaria de Agricultura, o berço mesmo e a origem do agricultor não é de desmatar, é de plantar".
"O agricultor moderno, a agropecuária baiana, planta, desenvolve, cria e inova com tecnologia, mas sobretudo com sustentabilidade", completou.
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IF Baiano anuncia novo curso de Engenharia Florestal
Às 16h, no estande da ABAF, representantes do IF Baiano do Campus Teixeira de Freitas, anunciaram oficialmente o novo curso superior de Engenharia Florestal, que inicia sua primeira turma em 2026.
O Projeto Pedagógico contou com a participação de engenheiros florestais de empresas do setor, como a Suzano, reforçando a formação alinhada às demandas reais da economia florestal. O curso terá 40 vagas anuais, regime integral e duração mínima de cinco anos. A engenheira florestal e docente do campus, Júlia Siqueira Moreau, explicou:
“Há 14 anos nós já ofertamos o curso técnico em florestas e agora, no movimento de verticalização do ensino, a gente vai começar a ofertar o curso superior em Engenharia Florestal".
Para o ano que vem, já em 2026.1, a forma de ingresso vai ser pelo Sisu. O curso tem duração mínima de 5 anos, e o início das aulas está previsto para o dia 9 de fevereiro.
"Já temos alguns engenheiros florestais no corpo docente, os técnicos também supercapacitados para receber esses estudantes. A região do extremo sul é muito importante na base florestal, então estamos todos aguardando formar profissionais de qualidade nessa região", destacou Júlia.
Encontro florestal celebra Finlândia

Às 18h, no Salão Internacional, a ABAF reuniu representantes do setor para lançar o relatório setorial Bahia Florestal 2025, homenagear a Finlândia por sua histórica cooperação com a indústria madeireira e celebrar o Dia da Silvicultura (7/12).
O diretor-executivo da ABAF e cônsul honorário emérito da Finlândia, Wilson Andrade, destacou a relevância ambiental e econômica do setor florestal baiano:
“A Bahia tem 700 mil hectares de eucalipto plantado e mais 500 mil hectares de área nativa preservada. O nosso objetivo é chegar um para mil. Isso é um sucesso, é um exemplo que se dá na área do combate ao aquecimento do planeta como um todo [...] A Bahia, nesses 700 mil hectares, estoca alguma coisa como 380 milhões de toneladas de CO₂. Isso é significativo", afirma.
"Não sei de outro setor que tenha uma contribuição tão expressiva como nós temos no setor de base florestal". Ele reforçou ainda a importância de preparar engenheiros florestais para novas demandas:
"Nós tínhamos quatro cursos universitários de engenheiros florestais e temos um quinto agora oferecido pelo IF Baiano. [...] O mundo vai mudando. A Covid nos ensinou muito. Cresceu o uso de embalagens para delivery, pacote, vestimentas hospitalares a partir do papel. Precisamos atender esse público com novos produtos e serviços [...] 40 anos atrás nós tínhamos produtividade de 10 metros cúbicos por hectare/ano. Hoje temos 40. Isso significa fazer mais com menos, uma contribuição de menos emissão de carbono e mais absorção.”
Sobre a cooperação com a Finlândia, Andrade completou:
“O Brasil, 100 anos atrás, importava papel. Aprendemos muito e hoje trocamos experiências com a Finlândia [...] Reconheço a liderança desse país como exportador de tecnologias e equipamentos, não somente na área de madeira, como também em economia circulatória, energias renováveis, segurança pública, defesa militar, tecnologia da informação e educação".
Dados do setor florestal
O relatório Bahia Florestal 2025 destaca:
- 10,2 milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil
- 7 milhões de hectares de vegetação nativa preservada pelo setor
- 5 mil bioprodutos derivados da madeira
- 1% do PIB brasileiro vem do setor de árvores cultivadas
Na Bahia:
- 700 mil hectares de florestas plantadas
- 400 mil hectares de áreas nativas preservadas
- R$ 5,5 bilhões arrecadados em 2024 (4% da arrecadação estadual)
- 6% do PIB estadual
Fenagro 2025
A Fenagro 2025 é apresentada pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria da Agricultura, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), com a realização do Grupo A TARDE e produção da On Line Entretenimento.
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