Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > MUITO
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

CRÔNICA

Teoria otária de gringo: IA não é o problema, somos nós

Teoria de que a IA vai dominar o mundo é pura bobagem, diz escritor

Franklin Carvalho

Por Franklin Carvalho

05/10/2025 - 6:21 h
Confira a Crônica da Muito deste domingo, 5
Confira a Crônica da Muito deste domingo, 5 -

Circula por aí uma teoria de pesquisadores da Califórnia de que a inteligência artificial vai tentar dominar os homens e que os governos das grandes potências buscarão freá-la, mas não haverá jeito: O mundo vai acabar em barranco e nós vamos morrer encostados.

Ah, IA, IA! Minha preta não sabe o que eu sei!

Tudo sobre Muito em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

Qualquer coisa que um americano diz é logo espalhada pela mídia mundial. Mas esta é uma verdadeira estupidez, uma estultice, como se dizia antigamente, a ideia de que as potências econômicas vão fazer algo para resolver um grande problema mundial. Nunca fizeram. Historicamente, elas só colaboraram para piorar as demandas e para jogá-las no território alheio.

Além disso, cada novo drama abre os olhos da ganância e o apetite financeiro, que manda acima de qualquer governo, geralmente para perpetuar as desigualdades e explorar os peões.

Como alguém ousa fazer uma previsão para o futuro sem colocar no meio as chances de corrupção, desvirtuamento, usurpação da parte dos poderosos? Não se trata de ser pessimista, mas de fazer cálculos lúcidos, reconhecendo, inclusive, que se a IA tem potencial maligno, o ser humano pode chegar primeiro, pagar uma propina e dizer para ela que mal deve ser feito.

Leia Também:

Infelizmente, a gente vive num mundo em que nem em astronauta se pode confiar, a depender do astronauta. Se alguém tivesse a força dos super-heróis, a sociedade não ia funcionar bem.

Creio que muitos fortões usariam seus poderes de voar, dobrar metais, enxergar longe, etc., para realizar maldades com uma tabela de preços. Talvez os homens morcegos e os de aço fossem presunçosos, opressores, vilões mesmo, com tristes ideologias. Teríamos que esperar uma nova geração de paladinos que nos salvasse dos capadócios. Sabe Deus por quanto tempo.

Felizmente, Deus não dá asas à cobra, nem dá energético. E, nessa condição, a cobra também não fuma. O que temos sempre é gente empedernida na ruindade, sem coração, até para com os famintos, e a humanidade querendo reviver loucuras que já deram errado outras vezes.

O bom é que as coisas também saem errado do lado do mal, como é comum o tempo fazer justiça aleatória. Um dia, tudo definha, até os grandes impérios, e as importâncias se desvalorizam. Os ruins pegam enfisema, eczema, engasgam e partem, como os bons também vão.

Mas existe, de fato, gente que é carne de pescoço, boca de aratanha, barril dobrado, espírito de porco, pombo sujo, bufa fria, pirão perdido. Da minha parte, porém, não peço que ninguém morra, nem comemoro falecimentos. Vou até ao velório, porque é obra de misericórdia, e encomendo a alma a Deus. Mas não digo que sinto falta.

Por isso não coloco a culpa na IA.

E, nesse cambalache que é o mundo, esse grande cassino de velhacos, é bom ficarmos sempre alertas. Até para reagir a teoria otária de gringo.

*Franklin Carvalho é autor de Tesserato – A tempestade a caminho (Ed. Noir)

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

crônica crônica da muito

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Confira a Crônica da Muito deste domingo, 5
Play

Filme sobre o artista visual e cineasta Chico Liberato estreia

Confira a Crônica da Muito deste domingo, 5
Play

A vitrine dos festivais de música para artistas baianos

Confira a Crônica da Muito deste domingo, 5
Play

Estreia do A TARDE Talks dinamiza produções do A TARDE Play

Confira a Crônica da Muito deste domingo, 5
Play

Rir ou não rir: como a pandemia afeta artistas que trabalham com o humor

x