MUNDO
Alerta Nível 4: EUA mandam cidadãos deixarem a Venezuela
Detenção, terrorismo, Trump e Joesley: a crise explode em Caraca

Por Isabela Cardoso

A escalada da crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela atingiu um novo pico. O Departamento de Estado americano acaba de renovar o Alerta de Viagem para o Nível 4 (classificação máxima), pedindo que cidadãos e residentes legais deixem o país sul-americano imediatamente.
O comunicado, republicado após uma revisão de segurança, não apenas mantém o status de alerta, mas o reforça com uma linguagem drástica: "Não viaje para a Venezuela nem permaneça no país".
Risco Máximo: o porquê da advertência severa
O texto oficial dos EUA detalha uma série de riscos graves que justificam o Nível 4 ("Não Viajar"):
- Alto risco de detenção ilegal e tortura.
- Terrorismo e sequestro.
- Aplicação arbitrária das leis locais.
- Criminalidade e agitação civil.
- Infraestrutura de saúde precária.
O alerta ainda menciona a atuação de "grupos terroristas colombianos" nas áreas fronteiriças da Venezuela com Colômbia, Brasil e Guiana, aumentando a percepção de instabilidade regional.
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A situação é agravada pela suspensão das operações da Embaixada dos EUA em Caracas desde março de 2019, deixando os cidadãos americanos sem assistência consular e emergencial formal no país.
Joesley Batista em missão secreta
Em meio à tensão política e militar, um movimento surpreendente adiciona um elemento de intriga ao cenário. O empresário Joesley Batista, do grupo JBS, viajou a Caracas na última semana com a missão de convencer o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a renunciar.
Segundo reportagem da agência Bloomberg, o encontro ocorreu em 23 de novembro, apenas dois dias após uma conversa telefônica entre Maduro e o presidente dos EUA, Donald Trump. Funcionários da gestão Trump tinham conhecimento da viagem de Joesley, indicando que a renúncia de Maduro é um desejo prioritário de Washington.

A viagem ocorreu após Trump dar um ultimato para que Maduro deixasse o poder até a sexta-feira anterior, 28, prazo que foi ignorado.
Maduro promete “lealdade absoluta” em meio a ameaças
Do lado de Caracas, o clima é de resistência. Nicolás Maduro prometeu "lealdade absoluta" ao país e ao legado de Hugo Chávez. Em um evento nesta segunda-feira, 1º, o líder venezuelano elevou o tom, prometendo defender a nação.
"Juro a vocês lealdade absoluta até o além, quando pudermos viver essa bela e heroica história."
Maduro também defendeu o fim das sanções americanas e o arquivamento do caso em que ele é julgado no Tribunal Penal Internacional.
Em outro discurso, ele deixou claro que a defesa do território é a prioridade, em um dia marcado por reuniões de Trump com autoridades militares para discutir uma possível incursão na América Latina.
"O poder nacional da Venezuela do século XXI se baseia no imenso poder de seu povo, em sua consciência, em suas instituições, em seus fuzis e em sua decisão de construir esta pátria acima de qualquer dificuldade", comentou Maduro.
Os apoiadores de Maduro, em marcha convocada para a posse dos Comandos Bolivarianos Integrais, afirmaram buscar a paz, mas estão "preparados para se defender", indicando que a nação está em estado de alerta máximo.
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