COMÉRCIO ILEGAL
Após Shein, outra plataforma de venda é denunciada por pornografia infantil
Outros sites foram denunciados por venda de armas da categoria A

Por Isabela Cardoso

O governo francês ampliou o cerco às grandes plataformas de comércio eletrônico. Após denunciar a Shein à Justiça, o Ministério do Comércio da França formalizou queixas contra outros seis sites, entre eles AliExpress, Joom, eBay, Temu e Wish, por comercializarem produtos considerados ilegais.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 14, pelo ministro do Comércio, Serge Papin, que destacou a gravidade das irregularidades encontradas, incluindo armas proibidas e itens ligados à pornografia infantil.
Investigações conduzidas pelos serviços de repressão a fraudes revelaram que AliExpress e Joom ofereciam bonecas pornográficas, enquanto Wish, Temu, AliExpress e eBay colocavam à venda armas da categoria A, como socos ingleses, objetos proibidos em território francês.
Papin acrescentou que Wish, Temu e Amazon também descumpriram normas de proteção de menores ao não filtrarem conteúdos de caráter pornográfico.
Segundo o ministro, todas as plataformas envolvidas foram denunciadas ao procurador da República de Paris. Ele reforçou que qualquer site que comercialize artigos ilícitos sofrerá o mesmo tipo de ação judicial: “Toda plataforma que tiver comercializado conteúdos ilícitos terá o mesmo tratamento”.
União Europeia discute medidas para controlar gigantes do e-commerce
Papin também anunciou uma reunião marcada para 27 de novembro com ministros do Comércio dos países da União Europeia. O objetivo será discutir o impacto das plataformas estrangeiras no mercado do bloco e alinhar medidas de controle. A iniciativa integra um movimento mais amplo da UE para endurecer a fiscalização sobre gigantes do e-commerce.
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Nesta mesma sexta-feira, a Comissão Europeia informou que pretende aplicar taxações a compras de até € 150 oriundas dessas plataformas, buscando reduzir a entrada de produtos irregulares e equilibrar a concorrência com empresas europeias.
Shein continua na mira após polêmica com bonecas sexuais e armas
A ofensiva do governo francês ocorre após a recente identificação de bonecas sexuais com aparência infantil e armas proibidas à venda no site da Shein. A empresa retirou os produtos e, por ora, evitou uma suspensão imediata na França, mas segue respondendo a ações judiciais.
O caso ganhou ainda mais destaque pela proximidade da abertura da primeira loja física da Shein no país, inaugurada em 5 de novembro na tradicional BHV, no centro de Paris. O evento foi marcado por protestos e críticas à presença da marca no território francês.
A Shein planejava expandir com unidades fixas em outras lojas da BHV no interior do país, mas as novas inaugurações serão adiadas por “dias ou semanas”, segundo Frédéric Merlin, presidente do grupo que administra a rede, para ajustes na oferta e na política de preços.
Na próxima terça-feira, 18, dirigentes da Shein devem ser ouvidos por deputados franceses que investigam a entrada de produtos importados no país. A presença da empresa ainda não foi confirmada.
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