MUNDO
Documentos inéditos voltam a colocar Michael Jackson sob suspeita
Novos registros questionam acordo firmado em 2019 com o espólio do cantor

Por Isabela Cardoso

Novas informações apresentadas à Justiça da Califórnia trouxeram à tona mais um capítulo polêmico envolvendo Michael Jackson. Três pessoas que conviveram com o astro durante os anos 2000 afirmam ter sido orientadas a se esconder do advogado Mark Geragos, responsável pela defesa do cantor durante as investigações de supostos casos de abuso infantil.
Os registros foram protocolados por Frank Cascio (44 anos), Marie-Nicole Porte (37) e Aldo Cascio (34). O trio diz ter passado parte da infância hospedado com Jackson em propriedades particulares e suítes de hotel, no auge das investigações criminais.
Segundo o processo, Michael Jackson teria proibido os jovens de aparecerem quando o advogado o visitava. Marie-Nicole Porte relatou que o cantor ordenava que permanecessem em silêncio e não saíssem do quarto até receberem autorização.
Em uma das visitas, o advogado Mark Geragos teria percebido a presença das crianças e ficado “genuinamente chocado”, segundo o relato da testemunha. Geragos, no entanto, declarou à imprensa norte-americana que “jamais teve conhecimento de qualquer situação irregular” e que não é investigado no caso.
Acordo de 2019 e nova disputa com o espólio de Michael Jackson
Os irmãos Cascio e Marie-Nicole afirmam que, após o lançamento do documentário Leaving Neverland em 2019, foram pressionados a assinar um acordo extrajudicial com o espólio de Michael Jackson, sem a presença de advogados.
Segundo o grupo, o documento foi lido em voz alta por um representante do espólio, e apenas uma cópia foi entregue aos envolvidos. Eles também afirmam que foram advertidos a não buscar orientação jurídica, sob pena de o acordo ser cancelado.
Em nota à revista People, os co-executores do espólio, John Branca e John McClain, classificaram as novas alegações como “infundadas e falsas” e acusaram os autores da ação de tentar uma “extorsão de US$ 213 milhões”.
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A equipe jurídica afirma que o acordo de 2019 incluía cláusulas de confidencialidade e que o caso está em arbitragem privada, aguardando decisão sobre a manutenção do sigilo.
Quem é Frank Cascio, o ex-assistente e amigo do cantor
Entre os autores da ação está Frank Cascio, amigo e ex-assistente pessoal de Michael Jackson por mais de uma década. Ele publicou, em 2011, o livro My Friend Michael, no qual descreve o astro como “generoso e carismático”.
Agora, Cascio alega que não compreendeu integralmente o acordo de 2019 devido à dislexia e afirma se sentir “humilhado por ser chamado de extorsionista”.
O espólio do cantor rebate, dizendo que ele participou voluntariamente das negociações e recebeu compensações financeiras previstas.
Próximos passos: decisão sobre sigilo e possível audiência pública
A Justiça da Califórnia deve decidir nas próximas semanas se o processo seguirá em arbitragem confidencial ou se haverá audiência pública.
Até o momento, nenhum novo processo criminal foi aberto, e a disputa segue concentrada nos termos do acordo de 2019 e na autenticidade dos documentos apresentados pelos irmãos Cascio.
Enquanto isso, o espólio de Michael Jackson reafirma que “não pagará nenhum valor adicional a pessoas que tentam se aproveitar do nome do artista”, mantendo firme sua defesa da imagem do cantor.
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