EUA
Trump pede investigação sobre frigoríficos após alta no preço da carne
Presidente dos Estados Unidos acusa empresas do setor de manipular preços

Por Isabela Cardoso

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 7, que determinou ao Departamento de Justiça (DOJ) a abertura de uma investigação contra os frigoríficos norte-americanos, sob suspeita de manipulação dos preços da carne bovina.
Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que há indícios de conluio e fixação ilegal de preços entre as empresas do setor.
“Os preços do gado caíram substancialmente, enquanto o da carne embalada continua subindo. Há algo errado nisso. Vamos descobrir a verdade rapidamente, e, se houver crime, os responsáveis pagarão um preço alto”, escreveu o presidente.
Demanda aquecida e pressão sobre os consumidores
Mesmo sendo um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, os Estados Unidos enfrentam escassez de oferta interna e dependem das importações para atender à forte demanda dos consumidores.
O consumo de carne se manteve firme nos últimos meses, o que tem impulsionado os preços nas prateleiras dos supermercados e aumentado a insatisfação popular.
O governo norte-americano tenta conter o avanço dos preços desde o ano passado, quando os valores da carne atingiram níveis recordes, pressionando a inflação alimentar. Trump, que busca se manter próximo ao eleitorado rural, atribui parte da culpa às grandes processadoras de carne, acusadas de distorcer o mercado para elevar lucros.
Reação de produtores e tensões com o setor rural
A decisão do presidente ocorre em meio a um clima de tensão com pecuaristas norte-americanos, que vêm criticando a política de importação de carne e as tarifas impostas a países fornecedores. Em outubro, Trump gerou polêmica ao sugerir a compra de carne da Argentina para reduzir os preços internos.
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Os pecuaristas também reclamam das tarifas sobre produtos estrangeiros. Trump rebateu as críticas afirmando que o setor “vive o melhor momento em décadas” por conta do tarifaço sobre o gado importado do Brasil, que chegou a 50%. “Os pecuaristas, que eu amo, deveriam entender que estão indo bem graças às medidas que impusemos”, escreveu o presidente.
Crise no campo e queda histórica do rebanho
Além das disputas políticas, o setor enfrenta um dos menores estoques de gado em quase 75 anos. De acordo com dados oficiais, a redução dos rebanhos está ligada a anos de seca, que destruíram pastagens e elevaram os custos de alimentação. O cenário se agravou com a suspensão das importações de gado do México, determinada em maio devido ao risco de disseminação da bicheira-do-Novo-Mundo, praga que afeta o gado bovino.
Com menos gado disponível e tarifas elevadas sobre as importações, o preço da carne continua subindo, afetando consumidores e aumentando a pressão sobre o governo. O Brasil, principal fornecedor externo do produto para os EUA, também foi atingido pelas tarifas impostas em agosto.
Investigação em andamento
A Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, confirmou que a investigação solicitada por Trump já está em andamento. O objetivo é identificar práticas de manipulação de mercado por parte das grandes empresas frigoríficas.
Caso sejam comprovadas irregularidades, as companhias poderão enfrentar multas milionárias e ações judiciais por violação das leis antitruste do país.
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