PROJETO
Rússia projeta usina nuclear na lua para consolidar aliança com China
Gerador em solo lunar deve abastecer futura estação de pesquisa

Por Rodrigo Tardio

Sessenta e três anos após Yuri Gagarin se tornar o primeiro homem no espaço, a Rússia tenta recuperar o prestígio perdido na última fronteira. A Roscosmos, agência espacial russa, anunciou um plano ambicioso: a construção de uma usina de energia na Lua até 2036.
O projeto é a espinha dorsal de uma estação de pesquisa desenvolvida em parceria com a China, em um momento em que as grandes potências aceleram a exploração do satélite.
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Reaquecimento da corrida espacial
A iniciativa surge em um período crítico para o programa espacial russo. Recentemente, o país sofreu dois golpes significativos em sua soberania tecnológica:
O fracasso da Luna-25: Em agosto de 2023, a primeira missão lunar russa em décadas terminou em desastre quando a sonda colidiu com a superfície lunar.
A ascensão da iniciativa privada: O domínio russo em lançamentos foi quebrado pela SpaceX, de Elon Musk, que barateou o acesso à órbita terrestre.
Parceria atômica
Embora o governo evite termos alarmistas, a natureza nuclear da usina é confirmada pela lista de envolvidos. Além da Roscosmos, o contrato inclui a Rosatom (gigante russa de energia atômica) e o Instituto Kurchatov, principal centro de pesquisa nuclear do país.
A energia nuclear é vista como a única solução viável para manter uma base permanente durante as longas e geladas noites lunares, onde a energia solar é insuficiente.
O alvo: nosso satélite
A Lua, localizada a 384.400 km da Terra, deixou de ser apenas um objeto de observação para se tornar um ativo estratégico. Além de influenciar as marés e estabilizar o clima terrestre através da moderação do eixo do planeta, o solo lunar é agora o novo campo de batalha geopolítico entre Washington, Pequim e Moscou.
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