RETORNO
Estaleiro Enseada firma contrato com LHG para construção de barcaças
Após 10 anos paralisada, empresa retoma suas atividades
Por Redação
Conforme antecipado pelo Portal A TARDE, o estaleiro Enseada, situado no município de Maragogipe, despertou e será posto em funcionamento após 10 anos, voltando a produzir embarcações.
Neste retorno, a Enseada se debruçará sobre a construção de 80 barcaças mineraleiras para a mineradora LHG Mining, empresa do grupo J&F, de acordo com informações da Federação Única de Petroleiros (FUP).
A encomenda deverá ser realizada por quatro estaleiros brasileiros localizados nas regiões Norte e Nordeste, incluindo o Enseada, no âmbito da revitalização da indústria naval no Brasil. O primeiro lote será de 10 embarcações, com capacidade de transportar 2.900 toneladas cada um, e deverá ser entregue em 2025.
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Nesse sentido, o retomada do estaleiro, onde já passaram mais de 7 mil pessoas, deve gerar 300 empregos diretos e 900 indiretos.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, afirmou que a volta das operações da Enseada vai além do contrato com a LHG e a empresa avança para firmar novas licitações.
“Além deste contrato com a LHG Mining, estamos avançando com a licitação para construção de dez embarcações OSRVs - que são embarcações de manuseio de barreiras que operam no apoio às operações de contenção de derramamento de óleo - com pelo menos seis delas destinadas ao Estaleiro Enseada. E seguiremos lutando, também, para reativar o Estaleiro de São Roque”, contou.
Bacelar ressaltou, ainda, a assinatura de contrato para a construção de 12 embarcações do tipo PSV, pela Petrobrás, com um investimento de R$ 5,2 bilhões. As construções serão realizadas nos estaleiros Starnav e BRAM, em Santa Catarina, e vão gerar 11 mil empregos diretos e indiretos, fortalecendo a indústria naval brasileira e promovendo a geração de emprego, renda e riqueza.
Estaleiro Enseada
O Estaleiro Enseada, foi um símbolo de desenvolvimento da região entre 2012 e 2015, gerando mais de 7 mil empregos diretos e movimentando a economia de pelo menos 15 municípios do Recôncavo Baiano.
As operações do estaleiro foram interrompidas com a operação Lava Jato, que atingiu várias empreiteiras nacionais, sobretudo da construção pesada.
“Esse ataque que tivemos à economia nacional e à engenharia brasileira atrasou e muito a nossa indústria naval. Se não fosse esse verdadeiro atentado à indústria nacional, hoje teríamos uma indústria naval competindo com a China, o Japão, Cingapura e Coreia do Sul”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), a Lava Jato afetou 4,4 milhões de empregos e 3,6% do PIB do país.
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