DESUMANO
Estudantes andam até 12 km na lama para irem à escola em Paulo Afonso
Situação dos ônibus que deveriam transportar alunos também está precária
Por Rodrigo Tardio

Uma rotina diária e sofrível. Assim tem sido a saga dos estudantes que moram na zona rural de Paulo Afonso, região do Vale do São Francisco. Alguns alunos precisam andar entre 10 e 12 quilômetros para que assistam aulas na sede do município.
“São jovens que precisam estudar, jovens que têm força de vontade e querem um futuro melhor, mas enfrentam esses obstáculos que não são resolvidos pela Prefeitura”, disse um pai de aluno.
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Com a chuva dos últimos dias, a situação se agravou, já que a lama tomou conta das estradas da zona rural, o que dificulta ainda mais a caminhada dos estudantes até o destino.
A situação se agrava ainda mais, pela insuficiência do transporte escolar, que de acordo com a denúncia, alguns veículos estão em situação precária. No vídeo, é possível ver a situação interna de um dos ônibus, com poltronas rasgadas e sem conforto.
"Os estudantes do Barro Vermelho e Casa de Pedra estão sofrendo com a situação dos ônibus. A situação é sofrível e a Prefeitura prefere gastar com o São João", disse outro pai de aluno.
Gastos com São João
De acordo com o Transparetômetro , ferramenta do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), o município vai gastar R$ 3.930.000,00 (três milhões, novecentos e trinta mil reais) com artistas.
Entre os caches mais caros, está o do cantor Zé Ramalho, que vai receber R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
Governo estadual entrega ônibus
Em janeiro deste ano, o município recebeu do Governo do Estado, um ônibus do transporte escolar. O município foi contemplado ainda com um ônibus escolar acessível, parte do Programa Caminho da Escola, do Ministério da Educação.
O investimento do governo do Estado foi de R$ 173 milhões na aquisição de veículos, os quais têm a finalidade de auxiliar os estudantes residentes em áreas rurais e locais distantes da sede ou com dificuldade de acesso.
Procurada, a Prefeitura de Paulo Afonso negou as denúncias, e disse que as rotas estão cobertas, no entanto, por causa das chuvas, há pontos das estradas, nas quais os ônibus não transportam os estudantes.
Diz ainda que a unidade escolar em questão, foi orientada antes da liberação dos alunos para não submetê-los à caminhada.
A gestão informa ainda que foi requisitada à secretaria de infraestrutura, a melhoria imediata dos trechos sensíveis para correção e retorno do tráfego.
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