GASTO NATALINO
Ornamentação de R$ 500 mil é alvo de polêmica em Madre de Deus
Parlamentar critica gestão do prefeito Dailton Filho (PSB), alegando inversão de prioridades

Por Rodrigo Tardio

O clima natalino em Madre de Deus, Região Metropolitana de Salvador, vem acompanhado de uma alta temperatura política. O ex-vereador, Jibson Coutinho, utilizou as redes sociais para publicar denúncia que crítica o investimento de aproximadamente R$ 500 mil em ornamentação natalina, realizada pela gestão do prefeito Dailton Filho (PSB).
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O contrato firmado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo previa a instalação, manutenção e retirada de dezenas de estruturas luminosas.
Entre os itens adquiridos estão túneis iluminados, caixas de presente, árvores de Natal, peças em postes e iluminação em mais de 200 árvores espalhadas por bairros como Centro, Massagueira e Taperaguá.
O contrato tem vigência até fevereiro de 2026, e a decoração pode permanecer montada até o dia 10 de janeiro.
Custo da luz
De acordo com o ex-parlamentar, o montante destinado aos enfeites e iluminação é desproporcional à realidade financeira e social da cidade. Coutinho afirma que a administração municipal está "menosprezando a inteligência da população" ao focar em estética urbana enquanto setores essenciais, como saúde e infraestrutura, careceriam de atenção e recursos.
"É um investimento de quase meio milhão de reais em um momento sensível. A população não precisa apenas de luzes, precisa de serviços públicos que funcionem o ano inteiro", disparou o ex-vereador.
Prioridades
A denúncia reacende um debate clássico na gestão pública, que e a priorização de gastos. De um lado, a oposição argumenta que o valor representa uma fatia considerável do orçamento que poderia ser convertida em exames médicos, medicamentos ou melhorias em escolas.
Por outro lado, defensores da gestão municipal costumam pontuar que o ciclo natalino não é apenas festivo, mas uma estratégia econômica para atrair turistas e fortalecer o comércio local, gerando emprego e renda para os microempreendedores da cidade.
Além disso, há o argumento técnico de que recursos da pasta da Cultura ou Turismo são "carimbados", ou seja, não podem ser transferidos livremente para outras secretarias.
Transparência
De acordo com o ex-parlamentar, o ponto central da polêmica não é a existência do Natal, mas a oportunidade do gasto.
Para parte da comunidade, a ornamentação é vista como "maquiagem urbana" para ocultar problemas estruturais.
A reportagem procurou a Prefeitura de Madre de Deus e ainda aguarda resposta aos questionamentos.
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