ITAPETINGA
Prefeito diz que demissões em massa foram "coisas pequenas"
Clima de confraternização natalina deu lugar à crise política na gestão de Eduardo Hagge (MDB)

Por Rodrigo Tardio

O clima de confraternização natalina deu lugar a uma crise política sem precedentes na Prefeitura de Itapetinga, sudoeste da Bahia Em coletiva de imprensa realizada nesta semana para apresentar o balanço do primeiro ano de mandato, o prefeito Eduardo Hagge (MDB) tentou minimizar a onda de demissões que atingiu a estrutura municipal no último final de semana.
Ao ser questionado sobre o desligamento de aliados e servidores, Hagge foi enfático: “Quanto às demissões, não vou me ater a coisas pequenas”.
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A frase, no entanto, caiu como uma bomba nos bastidores da Câmara Municipal e entre os defensores do grupo político fundado pelo pai, o ex-prefeito Michel Hagge. As exonerações, publicadas em edições extraordinárias, não pouparam cargos de segundo e terceiro escalões e atingiram diretamente as bases de apoio de vereadores aliados.
Fidelidade sob pressão
Diferente de um ajuste fiscal convencional, a movimentação é interpretada por analistas locais como um "filtro ideológico". A estratégia seria demitir para testar a lealdade: apenas os que declararem fidelidade irrestrita ao atual projeto do prefeito seriam recontratados.
Para membros da velha guarda do MDB, a manobra ignora décadas de construção política em troca de um isolamento perigoso.
"Eduardo está fritando o próprio grupo ao ouvir conselheiros erráticos. É um erro que custará caro nas urnas", afirmou um integrante histórico do partido, sob condição de anonimato.
Ruptura familiar
O isolamento de Eduardo Hagge é acentuado pelo racha com seu sobrinho, o ex-prefeito Rodrigo Hagge. Mentor da eleição do tio, Rodrigo hoje mantém uma postura de distanciamento público. Informações de bastidores indicam que ele já articula uma nova frente política ao lado da principal expoente da oposição, Cida Moura (PSD).
A expectativa é que, após o Carnaval, seja anunciado um "supergrupo" capaz de polarizar a disputa eleitoral, deixando o atual prefeito em uma situação de fragilidade política.
Caso a profecia dos aliados se confirme, o que o prefeito hoje chama de "coisas pequenas" pode se tornar o estopim de um desfecho histórico para o capital político em Itapetinga.
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