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MÚSICA

De graça! Partituras raras da Bahia são resgatadas por site

Gregório de Mattos e Xisto Bahia estão entre os homenageados em novo acervo

Por Júlio Cesar Borges*

18/07/2025 - 10:00 h
Imagem ilustrativa da imagem De graça! Partituras raras da Bahia são resgatadas por site
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O portal Música Brasilis, maior biblioteca digital gratuita de partituras de música brasileira, promove, nesta segunda-feira, 21, o lançamento de um novo acervo e a palestra “Musica Brasilis e os acervos musicais baianos” em celebração aos seus 15 anos de existência. Conduzida pela idealizadora do portal, Rosana Lanzelotte, o evento acontece no Parque do Queimado, na Liberdade, a partir das 17h30..

A biblioteca, que democratiza o acesso às partituras, surgiu, segundo a idealizadora, em razão da lacuna que existia no acesso destes registros de artistas brasileiros. Ela conta que a ideia surgiu durante o evento “Brasil na França”, de 2005, quando músicos franceses enfrentaram dificuldades para tocar composições brasileiras, já que a maioria dos repertórios estavam manuscritos e apenas disponíveis em acervos de bibliotecas.

Doutora em Ciência da Computação pela PUC-RIO e bacharel em Piano pela UFRJ, Rosana enxergou neste problema “a possibilidade de colocar a informática a serviço da música”, como esclarece. Em 2009 criou o Música Brasilis, que hoje já reúne mais de 6.500 partituras de 500 compositores, das quais 90% são de domínio público, disponíveis para download gratuito. As partituras são separadas por instrumentos de teclado, sopro, cordas e percussão, além de orquestras, vozes, bandas e coros. “O portal faz uma ponte entre os arquivos e o músico”, afirma Rosana.

Para que as partituras venham a público, existe um trabalho cauteloso de curadoria e pesquisa. Diversos pesquisadores estão envolvidos neste processo. “A primeira coisa que fizemos foi uma consulta pública à comunidade musical brasileira sobre os principais compositores que pretendíamos resgatar. A consulta circulou pelas universidades, orquestras, conservatórios e todos os organismos ligados à música”, relata.

“Daí, constituímos um comitê curatorial de quatro musicólogos de diferentes regiões do Brasil para que, a cada três meses, se reunisse para ditar os novos caminhos. Fora isso, contratamos equipes em cada um dos polos de produção musical. São mais de 130 profissionais envolvidos na pesquisa, com cooperação técnica de cerca de 15 instituições brasileiras”, explica Lanzelotte.

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Bahia, berço musical

O novo acervo, que prevê a divulgação de 254 partituras de 67 compositores baianos dos séculos 19 e 20, reforça, segundo Rosana, a Bahia como berço do patrimônio musical brasileiro. Entre os destaques, estão nomes como Gregório de Mattos; Xisto Bahia, pioneiro da música popular brasileira; Damião Barbosa de Araújo, autor da Missa de Ação de Graças, Memento Baiano e a Cantata do Anônimo Baiano, considerada a mais antiga obra profana de câmara grafada no Brasil.

No século 18, a música era, principalmente, litúrgica — feita para ser cantada em missas. Uma obra profana, nesse sentido, significa aquilo que não está ligado a valores religiosos. A coleção inclui também partituras de compositores contemporâneos, como Paulo Costa Lima, Silvio Deolindo Froes (1916) e a rara composição Dona Sancha.

Carlos Gomes em evidência

O esforço maior do site é para resgatar todas as nove obras do maior compositor de óperas do Brasil, Antônio Carlos Gomes. O empenho, segundo a idealizadora, resulta em 35 mil páginas de partituras editadas. “Não podemos esquecer que, no século 19, Carlos Gomes foi um diplomata, em um sentido da diplomacia cultural, quando foi mandado à Itália por Dom Pedro II para se aperfeiçoar com os grandes mestres. Ele é um dos maiores nomes da música brasileira, pois foi o único brasileiro com mais de 12 estreias no principal teatro de ópera do mundo, o Teatro alla Scala”, diz.

Dentre as maiores contribuições de Gomes, estão O Guarani e Fosca. Os professores Lenita Nogueira e Marcos Virmond, da UNICAMP, e os maestros Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do Festival Amazonas de Ópera, e Guilherme Bernstein, da UNIRIO, tocam o trabalho.

O portal tem patrocínio do Instituto Cultural Vale e apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e Governo Federal.

‘Musica Brasilis e os Acervos Musicais Baianos’ / Segunda-feira (21), 17h30 / Sala Neojiba – Parque do Queimado, Liberdade / Gratuito

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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