Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > MÚSICA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

BATIDAS FEMININAS

Lioness Festival reúne rainhas do reggae com show inédito

Line-up 100% feminino: evento agita Pelourinho com força, som e representatividade

Por Grazy Kaimbé*

17/07/2025 - 19:12 h
Jôh Ras é uma das atrações
Jôh Ras é uma das atrações -

Elas estão chegando: Chardel Rhoden, Jôh Ras e Pali são as atrações confirmadas da terceira edição do Lioness Festival, que acontece sábado, 19, às 16h30, no Largo Tereza Batista, no Pelourinho.

Reconhecido como o primeiro festival de reggae do Brasil com line-up e equipe 100% femininos, o evento celebra a força e o protagonismo das mulheres na música.

Além das atrações principais, o festival contará com uma performance especial dirigida pela artista Manuela Rodrigues, que reunirá no palco as baixistas Riane Mascarenhas, Thais Macena e Jôh Ras em uma celebração à essência feminina do reggae. A programação inclui ainda um aulão de dança comandado pelo coletivo Agarradinho Roots, que promete aquecer o público antes do início dos shows.

Em entrevista ao A TARDE, a cantora inglesa Chardel Rhoden falou sobre a expectativa de se apresentar no Brasil – e na Bahia – pela primeira vez. “Fãs e apoiadores me convidam para cantar no Brasil há muitos anos. Espero encontrar um público acolhedor e apaixonado por reggae. As vibrações positivas no ar são muito fortes. Essa apresentação é como um renascimento da minha carreira, impulsionado pelos meus ancestrais. Estou muito empolgada para conhecer de perto o público que sempre me demonstrou tanto carinho, mesmo eu estando do outro lado do oceano”, afirmou.

Na ocasião, a cantora, que também é bacharel em Música Comercial, elogiou o festival: “Tudo no Lioness Festival me inspira. Estudei engenharia de som e eletrônica. O Lioness é um verdadeiro testemunho da diversidade e do empoderamento feminino por meio do amor à música”, pondera.

Sobre a vinda a Salvador, a expectativa da cantora está em alta. “Adoro viajar e espero me aprofundar na riqueza cultural de Salvador. Tenho certeza de que será uma experiência inesquecível”, disse.

Criado e produzido pela Gato Dourado Produções, sob direção de Bruna Moitinho, o festival se afirma como um movimento de afirmação feminina dentro da cadeia produtiva da música. Segundo Bruna, esta será a primeira edição com uma equipe técnica e artística 100% formada por mulheres, uma meta perseguida desde a fundação do projeto, lá em 2022.

“Somente agora conseguimos montar uma ficha técnica totalmente feminina, incluindo carregadoras, agentes de limpeza, produtoras, técnicas de som e iluminação. Foi um processo que exigiu tempo, busca e formação. Mas chegamos lá”, conta Bruna.

A diretora e produtora conta que buscou combinar demandas do público com a disponibilidade das artistas. “Buscamos conciliar disponibilidade de agenda com o interesse do nosso público. Consideramos outras artistas que gostaríamos de ter, mas a Chardel Rhoden era a mais cotada, e conseguimos viabilizar sua vinda”, disse.

Leia Também:

Vozes femininas do reggae

Chardel Rhoden
Chardel Rhoden | Foto: Divulgação

O público também pôde escolher as atrações através da votação popular, e quem levou a melhor diante do público foi a cantora argentina Pali, radicada na Bahia há mais de 11 anos. Ela é cantora, compositora e trombonista. Esta será sua segunda participação no festival. “Me sinto honrada, lisonjeada e muito feliz por fazer parte dessa programação. Este ano é ainda mais especial porque fui escolhida pelo público de Salvador. Então, esse convite veio com um toque mágico, com a vontade das pessoas. Isso tem um significado enorme para mim”, conta a cantora, empolgada.

O show de Pali será um passeio por sua discografia, incluindo faixas de seu álbum de estreia, Original Jamaican Covers, e canções autorais do segundo álbum. No palco ela também fará a estreia da faixa Cross the World, que integra seu novo EP inédito. De acordo com Pali, o EP foi gravado com uma produção espanhola e deverá ser lançado em breve, com expectativa de circulação pela Europa. “Esse festival é um espaço de afirmação. É um show que consagra o trabalho que construí com minha banda ao longo dos últimos 11 anos”, diz a artista.

Para a musicista baiana Jôh Ras, o festival representa mais do que visibilidade: é o cumprimento de uma promessa. Após fazer uma participação especial na edição anterior, ela retorna ao Lioness com seu próprio show, ao lado da banda Terra Preta. Contrabaixista, compositora e cantora, Jôh carrega no sangue a herança do pai, Jorge de Angélica, um dos precursores do reggae no Brasil e considerado um ícone do reggae da Bahia. “Estou há 17 anos na música e encaro meu lugar no palco como uma missão. Ver mais mulheres ocupando espaços no reggae me fortalece”, afirma.

Natural de Feira de Santana, Jôh aposta em um repertório guiado pela espiritualidade e por letras autorais que abordam fé, ancestralidade e a afirmação da mulher negra. No palco, ela canta, toca baixo e dança, rompendo estereótipos de gênero em um ambiente ainda dominado por homens. “Sei que há muitas mulheres instrumentistas, mas, nos grandes eventos, ainda vemos a maioria masculina. Por isso, faço questão de mostrar que nós podemos, sim, ocupar qualquer espaço com qualidade e firmeza”, reforça Jô.

“O reggae ainda é um espaço muito dominado por homens, não só como cantores, mas também como instrumentistas e produtores. Eu mesma, como mulher tocando contrabaixo e cantando ao mesmo tempo, sei o desafio que é ocupar esse lugar. Muitas vezes, o julgamento é maior, então busco sempre dar o meu melhor, manter a postura e não dar margem a erros, porque sabemos que, infelizmente, ainda existe o machismo que tenta deslegitimar nosso trabalho”, observa.

Contra isto, contudo, Jô conta com a sororidade das companheiras. “Mas hoje me sinto fortalecida. Porque, apesar das barreiras, estou cercada de outras mulheres que também estão abrindo caminhos, ocupando espaços com coragem. Somos muitas rainhas juntas nessa caminhada, e isso me inspira. Estamos florescendo juntas”, complementa.

Formação para mulheres

Pali
Pali | Foto: Divulgação

Diante da escassez feminina em áreas técnicas, a organização incluiu este ano duas oficinas formativas gratuitas, realizadas em junho, voltadas para mulheres interessadas em trabalhar com som e técnicas de palco (roadies). De acordo com Bruna, as formações receberam 143 inscrições para apenas 60 vagas. “A adesão superou nossas expectativas. Foi emocionante ver a disposição das mulheres em se profissionalizar e ocupar esses espaços. É uma ação afirmativa que gera impacto real”, diz.

Para Bruna, o festival é uma plataforma de visibilidade e transformação. “Nosso objetivo é diminuir a desigualdade de gênero no ecossistema musical, especialmente no reggae. Queremos dar protagonismo às mulheres nos bastidores, palcos e em todas as frentes”, reforça. Ela acredita que iniciativas como está podem gerar mudanças concretas no setor da música. “O que falta muitas vezes não é talento, é oportunidade. Quando criamos projetos como este, damos às mulheres a chance de mostrar sua potência”.

Ao falar sobre o que espera do público que irá vivenciar o evento, Bruna é enfática: “Queremos que as pessoas entendam a proposta e se somem ao movimento. Não só dentro do reggae, mas em suas realidades. A luta por equidade de gênero não tem fronteiras”, finaliza.

Lioness Festival 2025 / Com Chardel Rhoden (Inglaterra), Jôh Ras (Bahia) e Pali (Argentina/Bahia) / Sábado, 16h30 / Largo Tereza Batista – Pelourinho / R$ 40 e R$ 20 / Vendas: Sympla / Classificação Indicativa: 18 anos

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

Lioness Festival pelourinho

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Jôh Ras é uma das atrações
Play

Ataque à Igreja, sexismo e +: relembre polêmicas da banda Camisa de Vênus

Jôh Ras é uma das atrações
Play

Banda baiana ataca Igreja e dispara: “Deus, larga de ser escroto”

Jôh Ras é uma das atrações
Play

Lobão 'incendeia' a Concha com Rock em estado bruto e celebra 50 anos de carreira

Jôh Ras é uma das atrações
Play

Hit de J. Eskine entra em polêmica provocada por Fiuk

x