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MÚSICA

Líder da Maglore declara guerra à pressa digital em novo disco solo

Teago Oliveira lança ‘Canções do Velho Mundo’, seu segundo álbum solo

Júlio Cesar Borges*

Por Júlio Cesar Borges*

27/10/2025 - 8:25 h
Teago Oliveira renasce em ‘Canções do Velho Mundo’
Teago Oliveira renasce em ‘Canções do Velho Mundo’ -

Cinco anos após o primeiro disco solo, o cantor e compositor baiano Teago Oliveira lança Canções do Velho Mundo, trabalho autoral que reúne doze faixas produzidas de forma independente entre Salvador e São Paulo.

Conhecido por liderar a banda Maglore, Teago revisita no álbum afetos, memórias e inquietações sobre o presente, em composições que transitam entre o rock alternativo, MPB e soft rock, com ecos setentistas.

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“O título veio depois que percebi que o verso ‘velho mundo’ se repetia em mais de uma música. Quando enxerguei o conjunto como algo só, entendi que era o nome do disco”, explica Teago.

“Mas não é um ‘velho mundo’ geográfico nem um retorno à infância, é mais um estado de espírito, uma tentativa de olhar para o que a gente está perdendo no meio da pressa digital”, acrescenta.

O artista descreve o álbum como um convite à contemplação. “É sobre reaprender a prestar atenção nas coisas, consumir arte com calma, como há pouco tempo se fazia. A arte de hoje parece feita para a gente mexer no celular o tempo todo”, observa.

Entre o tempo e o olhar

Em Velho Mundo, Teago reflete sobre a passagem do tempo e o amadurecimento, temas que atravessam o disco desde a faixa de abertura, A Minha Juventude Acabou.

“Esse é um álbum mais voltado para o mundo do que para mim. O primeiro disco era mais íntimo, falava de relações pessoais. Agora, eu observo o tempo em volta, a sociedade, o jeito como as coisas mudaram”, ele declara.

O músico, que se define como um “veterano da nova geração da MPB”, diz que encontrou neste trabalho um som mais próprio.

“Depois de tantos anos, encontrei o meu lugar de produção, o meu jeito de fazer. É um disco mais reflexivo, mas também mais leve”, afirma.

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Processo e sonoridade

Gravado em home studio, o álbum foi construído de forma artesanal. Oliveira conta que o processo foi marcado por liberdade e experimentação.

“Eu gosto de fita, de instrumentos e métodos antigos de captação. Fiz o disco com as coisas que gosto, com calma, em casa. É um disco feito como antigamente”, diz.

A sonoridade do álbum combina timbres quentes, guitarras suaves e arranjos de percussão e teclas que evocam um diálogo entre tradição e contemporaneidade. “Tudo o que eu faço faz parte do rock e da música brasileira. No fundo, é o que Raul Seixas fazia há 45 anos , só que com o som de hoje”, observa.

Entre as referências, ele cita Gilberto Gil, Caetano Veloso e Paul McCartney, além de artistas contemporâneos, como Big Thief e a banda norte-americana Dr. Dog.

“Eu sempre volto para os discos do Gil e do Caetano. O Refavela, o Expresso 2222 e o Cinema Transcendental são guias para mim. Misturo isso com o que ouço hoje. Não gosto de – nem sei – ficar num estilo só”, afirma o cantor.

Imagem ilustrativa da imagem Líder da Maglore declara guerra à pressa digital em novo disco solo
| Foto: Divulgação | Duane Carvalho

Parcerias, experimentações

O disco também marca a primeira vez em que Teago escreveu todas as músicas sozinho. Mesmo assim, o álbum traz participações especiais que surgiram de forma espontânea. Em Spaceships, primeira canção de Teago escrita em inglês, ele divide os vocais com Eric Slick, baterista do Dr. Dog. “Eu mostrei a música pra ele, e ele se empolgou. Disse que amava música brasileira, que era fã de Gal Costa. Ele acabou gravando comigo, foi uma honra”, conta.

Já em Vida de Casal, a parceria é com a cantora Silvia Machete, que canta parte da música em espanhol: “A faixa tinha duas vozes, uma mais grave e outra aguda, e nenhuma se encaixava bem na minha voz. Chamei Silvia, e ela chegou transformando tudo”

Perdas e renascimentos

Teago conta que o álbum também nasce de um momento de reconstrução pessoal. “Eu passei uma fase ruim em 2020, perdi um tio muito querido. Fiquei um tempo sem conseguir compor. Aos poucos, fui voltando a criar, e a produção me trouxe um novo gás, como se fosse desbloquear uma nova habilidade no jogo”, brinca.

A faixa Eu Vou Me Reinventando, que encerra o disco, é uma das mais confessionais. “Ela é um filme da minha vida, fala sobre buscar felicidade acima de qualquer bem material”, diz.

Independência, colaboração

Produzido com recursos próprios, Canções do Velho Mundo é, segundo o artista, “o disco mais coletivo que já fez”. “Foi totalmente independente, eu pensei a capa, a direção artística, tudo. Mas, ao mesmo tempo, muitos amigos se aproximaram e ajudaram. Gabriel Buzelin, por exemplo, um dos maiores bateristas do Brasil, veio gravar sem cobrar nada. Outros músicos também somaram, e o disco foi crescendo”.

O lançamento sai pelo selo Escotilha Records e pela Meia-Noite FM, com capa da artista visual Fernanda Dantas. “Pode parecer um disco solitário, mas é o mais coletivo que eu já fiz. Acho que muita gente se identificou com o que as músicas dizem e quis estar junto”, conclui.

Próximos passos

O show de lançamento acontece no dia 14 de dezembro, em São Paulo, e deve passar por outras cidades em 2026.

“Quero muito levar pra Salvador, é a minha cidade. O cenário da música independente tem seus desafios, os custos são altos, mas a gente vai dar um jeito”, promete.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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