MÚSICA
Orquestra Neojiba embarca hoje para nona turnê europeia
Viagem termina dia 3 de junho, na gloriosa sala Philharmonie, de Paris
Por Chico Castro Jr.

Neste sábado, 17, a população da bucólica Klagenfurt, na Áustria, lotará a sala de concertos municipal para assistir ao concerto de abertura da turnê europeia deste ano da baianíssima Orquestra Neojiba.
Liderada pelo maestro e dirigente Ricardo Castro, a rapaziada da Neojiba ainda percorrerá outras 11 cidades pelo velho continente, passando pela Alemanha, Polônia, Itália, Holanda e França. O giro termina dia 3 de junho, na gloriosa sala Philharmonie, de Paris. A estreia na Áustria já esgotou os ingressos. Munique, no dia 27, já esgotou alguns setores e restam poucos ingressos. Mesma coisa na Polônia (dia 19) e em Amsterdam, onde a Neojiba se apresentará na prestigiadíssima sala Concertgebouw.
Para abrilhantar ainda mais os concertos, a Orquestra contará com solistas renomados, como o violinista brasileiro Guido Sant'Anna, vencedor do Concurso Internacional Fritz Kreisler, e a dupla de pianistas holandeses Lucas e Arthur Jussen, além das irmãs francesas Kátia e Marielle Labèque.
Vale lembrar que nada disto é novidade: esta é a nona turnê da Orquestra Neojiba, composta por jovens talentos baianos entre 15 e 27 anos, pelo exterior. Fruto de trabalho árduo, afirma Ricardo Castro: “É o reconhecimento do trabalho sério e consistente que fazemos há quase 18 anos”.
“Poucas orquestras brasileiras, além da OSESP (Sinfônica de São Paulo), conseguiram se estabelecer nesse circuito internacional de alto prestígio. Para nós, é uma honra e uma responsabilidade. Mostra que é possível, a partir da Bahia, formar jovens músicos de excelência que brilham nos melhores palcos do mundo”, demonstra o maestro.
Outra façanha que vale a pena ser destacada é que, segundo Castro, toda esta turnê não necessitou de um centavo sequer de dinheiro público para ser realizada. “Cerca de 90% da turnê é financiada diretamente pelos produtores europeus que convidam o NEOJIBA para se apresentar nas suas séries de prestígio. Nossa instituição arca apenas com as passagens aéreas intercontinentais da delegação, e para isso conseguimos o apoio de patrocinadores privados que acreditam no valor artístico e social do projeto”, conta.
“É importante lembrar que nenhuma verba pública estadual foi destinada à realização da turnê, que se tornou possível graças à reputação internacional que o NEOJIBA conquistou ao longo dos anos”, acrescenta Ricardo Castro.
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Descontração baiana
Apesar da fama de sisudo, Castro sabe que, pelo menos fora do país, é preciso oferecer ao público estrangeiro o que ele espera de uma orquestra baiana: o tempero e o abraço caloroso que é nossa marca. No YouTube, videos de turnês anteriores mostram os jovens músicos descontraindo a plateia entre sorrisos e passos de samba. Certamente não será diferente desta vez.
“Sem dúvida. O NEOJIBA leva a energia e a excelência da juventude baiana e brasileira para os palcos europeus, mas também leva a nossa cultura sonora. Tocaremos uma obra de Carlos Gomes, um dos maiores nomes da música brasileira. Além disso, preparamos arranjos sinfônicos de obras populares brasileiras, que costumam ser muito bem recebidas e apresentamos como bis ao final dos concertos”, conta.
“No programa, incluímos também peças do repertório universal, sempre com um olhar para as raízes latino-americanas – a única exceção é o Concerto para Violino de (Jean) Sibelius (compositor finlandês). Essa mistura mostra o diálogo entre o Brasil e o mundo”, acrescenta.
Só nos resta dizer “bravo”!
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